𝟐𝟕 • 𝐍ã𝐨 𝐅𝐨𝐢 𝐒𝐨𝐫𝐭𝐞

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𝓑𝓸𝓫𝓫𝔂 𝓝𝓪𝓼𝓱

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— Gosta de brincar com fogo, não é mesmo?

— Fogo é a minha especialidade! Ver as labaredas se alastrando aos pouquinhos é sedutor demais! Especialmente se não puder fazer nada para contê-las — flerto mais uma vez, deixando-a instigada com os meus joguinhos de duplo sentido.

Athena não admite tão facilmente, mas ela também gosta de correr riscos, talvez não com a mesma frequência ou intensidade que eu. Eu realmente estou adorando como ela tem que se segurar para não expor toda essa brincadeira suja. Afinal, quem gosta de ter o ego colocado à prova e não poder mostrar à sua vítima quem realmente está no controle, porque isso causaria certos olhares indesejáveis de alguns curiosos.

Não estava em meus planos deixar as coisas mais divertidas e atraentes, confesso que fui sugado pelo momento e acabei me empolgando demais. Mas, pelo visto, não fui o único que gostou dos flertes, já que ela desistiu das respostas e partiu para os olhares fulminantes combinados por uma mãozinha boba que antes estava no meio da minha coxa e agora chega próximo demais da minha cintura.

O meu olhar percorre ao redor em busca de espectadores enquanto sinto a sua mão subir mais alguns centímetros, dessa vez no meu abdômen, deixando a minha respiração mais espessa e com os batimentos cardíacos mais elevados do que o normal. Os meus braços travam em cima da mesa, cerrando os punhos inconscientemente. Meu corpo reconheceu o seu contato e a sua malícia, logo entrou no modo submisso, me obrigando a ficar imóvel. Engoli seco ao sentir a palma da mão dela descer e cruzar lentamente o meu quadril.

— Athena! — pigarreei.

Ela se inclinou um pouco sobre o meu corpo para o seu braço alcançar a minha cintura no objetivo de me intimidar.

Comecei o jogo achando que iria me dar bem sem correr nenhum risco. Como pude ser tão ingênuo a esse ponto?

— É impressionante como o seu corpo te trai! Bastaram alguns gestos pra ficar totalmente sob o meu controle — sussurrou no meu ouvido antes de soltar a minha cintura, se afastando devagar.

— Você joga sujo! — relaxei ao perceber que ela me deixou em paz.

— Eu? — se fez de cínica. — Meu amor, eu não fiz nada — pegou o seu copo procurando o canudo com a outra mão, me encarando com um olhar traiçoeiro. — Não é minha culpa que você seja tão submisso assim! — riu. — Você deveria ter visto a sua cara, parecia aqueles garotinhos virgens entrando em pânico só de sentir uma mulher próxima demais!

Mordi as bochechas internamente desapontado com o meu fracasso no meu próprio jogo. Athena me tem tanto sob controle que eu caio nas minhas próprias armadilhas.

— Eu te odeio, sabia! — me virei colocando o braço por cima do encosto do sofá.

— Odeia nada! — apertou o meu queixo. — Você me adora! Se não gostasse não tentaria me desafiar tanto assim!

Revirei os olhos com um breve sorriso fingindo ignorá-la.

— E também é bom que você goste de experimentar um pouco de adrenalina, pelo menos não me deixa entediada.

Cerrei o olhar boquiaberto, indignado com o que acabei de escutar. Ao invés de retrucar, riu da minha cara. Está claro que ela está me provocando.

— Você é má! — Cruzo os braços feito uma criança cabisbaixa. — Magoou meus sentimentos! — encenei uma cara de coitado fazendo-a rir ainda mais.

Parei com a palhaçada me entregando aos risos junto com ela. Valeu a pena cada segundo dessa brincadeira. Além de colocarmos os nossos flertes em dia, arrancamos boas risadas um do outro, principalmente dela, com as minhas reações ao começar a perder a guerra que eu próprio criei.

ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 Onde histórias criam vida. Descubra agora