𝟏𝟔 • 𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐑𝐚𝐝𝐚𝐫 • 𝟐/𝟑

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𝓑𝓸𝓫𝓫𝔂 𝓝𝓪𝓼𝓱

...

O mesmo cara que nos capturou se abaixou na nossa frente, olhando fixamente para o rosto de May que estava escondido no meu peito.

Eu o encarava com o mais puro ódio, mantendo ela envolvida pelos meus braços, mas ele pouco se intimidou com o meu olhar.

— Sonhou comigo, princesa? — mencionou com um tom psicótico. Levantou o queixo dela em direção ao seu rosto, forçando-a a olhar para o mesmo.

— Axel?

— Isso mesmo! Que bom que você lembrou! Pelo visto, não esqueceu do nosso beijo...

— Tira a mão da minha filha, seu desgraçado! — empurrei a mão dele para longe.

— Olha, parece que alguém ficou com ciúmes da gente, amor!

Sua voz sarcástica me irritava, me fazendo querer voar no pescoço dele e só soltar depois de tanto se debater, querendo respirar.

— Não se preocupe, eu dou um jeito nele mais tarde! — deslizou o indicador no rosto da May.

Ela virou ainda mais o rosto no meu peito, tentando se desvencilhar dele.

Axel deu um sorriso de canto bem no estilo psicopata e se levantou, finalmente nos deixando em paz. Ele se dirigiu até o centro do círculo formado por todos nós.

— Bom, como podem ver, eu estou no comando agora, então sugiro que para o nosso bom convívio ninguém tente bancar o herói! Isso também serve para você, Robert Nash! — apontou para mim. — Pensou que eu não te conhecia, né? Todo mundo acha o mesmo quando me vê, mas sempre se enganam — se virou de costas para mim. — Ah, já ia me esquecendo... ela não é sua filha!

Engoli seco, tentando não demonstrar nervosismo ao saber que ele me conhece. Não sei o quanto e também o porquê, mas ele dizer que May não é a minha filha biológica me assusta. Já não bastava ser feito refém, agora viramos o seu alvo preferido.

— Vocês devem estar se perguntando o porquê estamos aqui ou o que tem aqui que nos interessa!...

Axel retomou a sua fala, articulando e gesticulando como se estivesse se apresentando diante de um rei e a sua corte.

É fácil se deixar levar pela sua aparência carismática de um belo rosto escondido sob um corte americano, ressaltando o preto do seu cabelo em relação ao tom pálido da sua pele.

Ninguém diz que esse cara é um psicopata com uma submetralhadora alemã na bandoleira.

— ... Bom, a resposta é simples, esse é o melhor local para se monitorar qualquer coisa dentro dessa cidade, então obviamente irei usar isso a meu favor! Fiquem tranquilos, que eu não tenho intenção de machucar nenhum de vocês a menos que me irritem ou desobedeçam às minhas ordens!

— E o que acontece se algum de nós fizer isso? Mata a gente?

— Não! Será a pessoa ao seu lado!

Um dos sequestradores deu uma coronhada no rosto de um atendente que estava perto de mim.

May estremeceu-se nos meus braços ao notar a atitude dele, eu percebi o seu medo e a contive mais forte entre os meus braços.

Axel veio em nossa direção, me encarando friamente.

— Mas você, meu caro, eu mesmo faço questão de cuidar de você e dessa princesinha aqui — voltou a tocar o rosto da May.

— EU JÁ FALEI PRA NÃO ENCOSTAR NELA! — Empurrei o seu braço mais uma vez e me impulsionei contra ele para tirá-lo de perto da May.

Obviamente, a minha reação gerou consequências, fui derrubado no chão com uma rasteira violenta por ele e um dos seus capangas que me fez cair de peito no piso. Foi tudo tão rápido que eu só me dei conta da situação quando estava de bruços no chão, com o Axel pressionando a minha nuca com a mão, com o joelho em cima da minha coluna para evitar qualquer tipo de reação minha e com uma pistola ponto 40 apontada na lateral do meu rosto.

ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬Onde histórias criam vida. Descubra agora