𝓐𝓽𝓱𝓮𝓷𝓪
Os raios de sol invadiram o quarto através da janela lateral de vidro, onde uma parte do blecaute não foi fechada. Os feixes de luz batiam no piso em frente a cama e refletiam no forro, causando uma iluminação suave sobre o quarto.
Meus olhos se abriram e, após algumas tentativas de focar a visão, avistei o corpo do meu marido ao meu lado. Ele estava de bruços, com o cobertor tapando somente até a cintura, deixando suas costas nuas expostas e o rosto virado para o lado oposto ao meu.
Estendi a minha mão até o seu cabelo castanho dourado, mas para mim se parece um pouco com ruivo, isso depende bastante da iluminação.
Eu amo a cor do cabelo dele, não é à toa que sempre fico mexendo.
Bobby parece dormir profundamente, o seu tronco sobe e desce realizando movimentos longos e vagarosos, ao mesmo instante, em que sinto a textura do seu cabelo com as pontas dos dedos.
A medida que acaricio o seu couro cabeludo, percebo a sua pele arrepiar e os músculos das suas escápulas relaxarem inconscientemente assim que toquei próximo à sua nuca. Esse é um ponto fraco dele, basta eu tocar que o seu corpo responde instantaneamente.
Me inclino mais um pouco em sua direção, deixando a palma da minha mão percorrer um curto trajeto sobre os seus ombros e sucessivamente o seu braço direito, que está posicionado acima do travesseiro.
Seus bíceps e tríceps volumosos e definidos chamam a minha atenção pela milésima vez em 5 anos.
Continuo apreciando o contato com o seu braço quando subitamente solto um sorriso involuntário ao notar que as pequenas cicatrizes no seu pulso provenientes de dois eventos traumáticos, o qual ele foi sequestrado, já não aparecem com tanta facilidade, estão mais claras e uma grande parte dos traços ocasionados pelos ferimentos das cordas se misturaram às marcas de expressão do seu pulso.
Isso me deixou feliz.
Gostaria de apagar todas essas marcas da sua pele juntamente com as suas lembranças daquele dia aterrorizante.
Se eu pudesse, te colocava em um "potinho" e deletaria todas as coisas ruins que já te ocorreram!
Suspirei.
— Bobby, Bobby... eu não sei de onde vem toda essa força! — sussurrei quase que inaudível.
Meus pensamentos foram obstruídos pelo toque do seu despertador anunciando às 6:30 da manhã.
Bobby resmungou negativamente, estendendo a mão até a mesa de cabeceira, desligando o alarme. Suspirou fortemente e voltou a dormir por mais alguns minutos.
Ele sempre faz isso, nunca levanta imediatamente.
O despertador do celular toca pela segunda vez dentro de 20 minutos. Ele junta as laterais do travesseiro em volta da cabeça no intuito de abafar o som, mas logo se irrita e o desliga.
Bobby levanta ligeiramente a tela do celular para verificar a hora. Eu consigo ver de relance que faltam doze minutos para às 7:00. Ele recoloca o celular na mesa, tombando o rosto mais uma vez sobre o travesseiro.
Pela sua reação, eu sei que hoje ele não quer ir trabalhar. Os dois dias de folga pareceram um intervalo de meia hora. Confesso que eu também não queria que ele fosse, gosto de tê-lo em casa comigo.
Me inclinei um pouco sobre ele, meu braço contornou a sua coluna e meus lábios tocaram suavemente a sua escápula, lhe dando bom dia.
— Desculpe, te acordei? — resmungou com a voz rouca levemente abafada pelo travesseiro.
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ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬
Fanfiction(EM PAUSA!) Após sobreviverem a um naufrágio do seu navio de lua de mel, o casal Bobby Nash e Athena Grant-Nash se veem diante de um novo desafio inesperado: A chegada de uma filha no seu relacionamento. No entanto, a felicidade do casal é totalment...
