𝟎𝟓 • 𝐍𝐞𝐦 𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐑𝐞𝐥𝐮𝐳 é 𝐎𝐮𝐫𝐨 • 𝟐/𝟐

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𝓑𝓸𝓫𝓫𝔂 𝓝𝓪𝓼𝓱

[...] Eu estava dirigindo totalmente sem rumo por uma das principais rodovias de Los Angeles até parar em um semáforo. Meu olhar vidrado e desfocado avistava alguns vultos da silhueta das pessoas atravessando na faixa de pedestres à minha frente.

A respiração longa e pesada que saía pelas minhas narinas me dava uma clara sensação de estar dopado, parecia que tudo ao meu redor estava em câmera lenta. A luz vermelha do semáforo se chocava com o para-brisa, iluminando parcialmente a minha mão ensanguentada sobre o volante. Eu sentia meus dedos latejarem e queimarem compulsivamente, mas eu simplesmente os ignorei.

Meu olhar vago se desviou lentamente para o lado até encontrar um grupo de adolescentes entrando em um bar ao fundo da rodovia. Aquele maldito bar me chamou atenção, parecia estar me hipnotizando, me convencendo de que ir até lá beber algumas doses de whisky e uma garrafa de Vodka seria o suficiente para me fazer esquecer o que aconteceu.

E pensar que tudo isso começou por causa de uma ligação, aquela maldita ligação. [...]

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Cheguei no hospital totalmente atordoado, tentando entender o que havia acontecido com a minha esposa. A secretária, Ana Torres, não soube me informar pelo telefone qual era a real situação em que Athena se encontrava, pois ela teria dado entrada há poucos minutos no hospital. A única informação concreta que tinha era que ela estava relativamente bem, estável e lúcida — era a única coisa que me acalmava no momento.

Com muita insistência e depois de quase forçar a entrada na UTI, um dos enfermeiros se sensibilizou com o meu estado e me direcionou até o quarto dela. Tudo o que se passava na minha mente era o medo e a angústia de perdê-la e o nosso pequeno.

Eu caminhava apreensivo pelo corredor, sentindo um imenso aperto no peito. Minhas mãos encharcadas e trêmulas se chocavam continuamente contra a minha coxa. Minha respiração acelerada agitava o meu coração. O sentimento de angústia se apossou do meu ser no momento em que os meus olhos viram a porta se abrir e atrás dela surgir a imagem da minha esposa deitada sobre a cama.

Meu semblante congelou-se ao observar a lateral do seu rosto machucado com alguns arranhões decorrentes dos estilhaços do vidro. Em seu braço esquerdo tinha alguns hematomas roxos e pequenos cortes superficiais também devido ao vidro.

— Amor, o-o quê que aconteceu? Você está bem? O nosso bebê está bem? — mencionei com a voz um pouco embargada, me sentando na cadeira ao seu lado e segurando sua mão.

— Eu estava indo para o trabalho quando um imbecil furou o sinal e acertou com tudo a lateral do carro, mas por sorte pegou mais no para-choque do que diretamente na minha porta... Eu fiquei atordoada com a força da batida, mas não cheguei a desmaiar... Não foi nada muito grave...

— Como não foi? Esse cara poderia ter te matado! Seu rosto e o seu braço está todo cortado.

— Eu sei disso, Bobby, mas estou bem, eu juro! Não é tão ruim quanto parece. E sim, o bebê está bem! Eles fizeram vários exames e um ultrassom pra garantir.

— Graças a Deus! — suspirei aliviado. — Eu fiquei com muito medo de perder você e o nosso filho! Eu me desesperei completamente quando o pessoal do hospital me ligou avisando o que tinha acontecido, eu já pensei logo no pior!

— Não precisa mais ficar com medo, eu estou bem! Foi só um susto — Direcionou-me um sorriso afável.

— Um susto nem tanto, mas agora eu consigo ficar um pouco mais tranquilo... E quanto ao cara que bateu em você, prenderam ele?

ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬Onde histórias criam vida. Descubra agora