𝓑𝓸𝓫𝓫𝔂 𝓝𝓪𝓼𝓱
Hoje acordei bastante estressado. Perdi o sono antes das 5:00 da manhã. Fiquei enrolando na cama para tentar dormir de novo, mas não deu certo.
Tenho tido esse problema há alguns meses. Acordando durante a madrugada ou demorando a pegar no sono. Já tentei resolver isso com calmantes naturais, regular o sono, diminuir as telas durante a noite, mas isso só funciona nos primeiros dias. Depois volta tudo de novo. Acho que isso é decorrência de mais de duas décadas como bombeiro. Os turnos de 24 horas e as escalas em constante mudança afetam muito o meu corpo.
Essa condição de sono irregular não é um problema só meu. Athena tem sofrido muito com isso nas últimas semanas, não de insônia literalmente, e sim com os sintomas da reta final da gravidez.
Como eu não tinha muito o que fazer, decidi me acalmar com uma coisa que sempre funciona. Sentar na varanda com uma xícara de cappuccino bem quente.
Esse clima frio das manhãs de inverno me traz um sentimento de paz. Mesmo estando com uma temperatura baixa, eu sinto essa necessidade de ficar aqui fora pra consertar o meu nível emocional. Muitas vezes, o clima é um fator-chave para me trazer de volta de qualquer tipo de situação, seja um pequeno estresse ou casos mais graves, como uma crise.
Deixei a xícara vazia no chão ao lado da espreguiçadeira, cruzando os braços para me manter aquecido com o casaco de moletom e prestar mais atenção aos pequenos raios de sol cruzando a neblina sobre o quintal. É incrível. Isso me fascina. Prende a minha atenção em um nível que faz os problemas e as preocupações saírem da minha mente como se eu estivesse hipnotizado. A minha respiração se torna mais lenta, a tensão dos músculos se desfaz. Consigo perceber o meu semblante suave e não mais irritado como antes.
As últimas três semanas foram bem caóticas, quase não tive tempo pra respirar. Talvez seja por isso que fiquei estressado tão rápido e por uma coisa boba.
Voltei ao trabalho dois dias depois do último exame. Confesso que não queria mesmo com tanta saudade da equipe. Desde o início que fiquei de atestado, eu planejei ficar em casa o máximo possível pra poder ajudar Athena nas últimas semanas de gestação e também quando a nossa pequena chegasse. Mas não foi uma má ideia ter voltado cedo demais, não sabia que precisava de algumas doses de adrenalina até começar a atender as ocorrências de novo.
O primeiro dia de volta no quartel foi engraçado. Acho que eu não tinha tanta noção do quanto o pessoal estava sentindo a minha falta. Não deu tempo nem de cair a ficha direito e já fui recebido com uma festa de boas-vindas. Com certeza, o meu nível de açúcar foi às alturas naquele dia, com tanto bolo e doces.
A energia de estar na ativa é incrível, mas não o suficiente pra deixar a preocupação com Athena de lado. Ela tem tido vários episódios de enjoos, dores na coluna e nas pernas, dificuldade com o sono e grande mudança de humor por não conseguir ficar um segundo sequer normal.
Eu tentei ajudar da forma que conseguia, fazendo massagens para aliviar as dores, adaptando o cardápio conforme as recomendações médicas e com o que ela estava conseguindo aceitar no momento, mas mesmo assim não dava muito certo. A única coisa que estava funcionando era manter ela calma da constante irritabilidade. Eu só precisava mantê-la abraçada a mim por um tempo, que o som do meu coração quando ela encosta o rosto no meu peito e a leve movimentação do meu corpo com a respiração, era suficiente para ela ficar mais tranquila.
Já que eu não consigo resolver tudo na força do braço, pelo menos o meu abraço de urso, como ela chama, é eficiente e ajuda na maioria das vezes.
— Amor?... O que está fazendo aqui fora? Está frio! — tirou a minha atenção dos pensamentos, entrando na varanda enrolada com uma manta sobre os ombros ainda de pijama.
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ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬
Fanfiction(EM PAUSA!) Após sobreviverem a um naufrágio do seu navio de lua de mel, o casal Bobby Nash e Athena Grant-Nash se veem diante de um novo desafio inesperado: A chegada de uma filha no seu relacionamento. No entanto, a felicidade do casal é totalment...
