𝟐𝟓 • 𝐄𝐬𝐭𝐚𝐜𝐚 𝐙𝐞𝐫𝐨

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𝓐𝓽𝓱𝓮𝓷𝓪

...

— Amor? Ainda tem remédio pra dor de cabeça? A minha cabeça está começando a doer.

— Tem, sim, eu passei na farmácia depois do mercado e trouxe algumas cartelas. Eu vou buscar pra você!

— Não precisa — segurou o meu pulso gentilmente assim que me viu levantar. — Deixa que eu mesmo busco... não quero parecer um idiota por você ter que fazer tudo por mim.

— Você não é um idiota, Bobby. Eu só estou te fazendo um favor... Deixa que eu pego, se preocupe apenas em ficar aqui me esperando, ok?

Assentiu um pouco indeciso se aceitava ou se iria ele mesmo buscar.

— Tem antialérgico e spray nasal também se precisar.

— Não, estou bem. Dessa vez, o meu nariz não me deixou maluco... Só o remédio para dor de cabeça mesmo, por favor!

— Certo!

Aproveitei que iria ao quarto pegar o comprimido e levei os potes de sorvete para a cozinha. Deixei na pia mesmo, depois eu lavo.

Assim que peguei o remédio na maletinha de suprimentos no armário do banheiro da nossa suíte, passei pela cômoda e peguei duas mantas para cada um de nós. A chuva se intensificou um pouco, nada muito alarmante, mas a temperatura está mais baixa do que há três horas. Como eu não queria tirá-lo da varanda, consegui pensar em uma solução simples que nos possibilita ficar do lado de fora por um tempo.

Ao voltar, deixei as mantas no sofá da sala enquanto fui buscar um copo com água na geladeira para entregar o comprimido a ele.

Com o meu doce marido devidamente medicado, pude dar início à segunda parte do meu plano, que se resumia em levar as mantas para varanda e ficar aconchegada com ele o máximo possível.

Eu estou me empenhando bastante para que ele se sinta bem e acolhido. Acho que está funcionando, já que ele está mais comunicativo do que de costume. Não é grande coisa, mas avaliando pelo fato de que ele fica praticamente mudo, evitando qualquer tipo de conversa; estamos indo muito bem.

— Trouxe duas mantas pra gente, só assim dá pra ficar mais tempo aqui — mencionei, entrando na varanda.

— Isso parece ótimo! — me respondeu com um sorriso. — Não queria ter que entrar justo agora — torceu os lábios de forma triste.

Bobby tem respondido à boa parte das coisas com um breve sorriso vergonhoso, o que é um bom sinal devido às circunstâncias. Admito que estou me sentindo radiante por poder arrancar algumas reações felizes dele.

— Eu pensei nisso e não queria ter que te tirar daqui, então achei uma solução viável, assim dizendo — ri discretamente, me juntando a ele em nosso sofá, dividindo as mantas entre mim e ele.

Assim que estendi a manta sobre a minha perna, ofereci o meu colo a ele para que pudesse deitar e apreciar a chuva de um ângulo diferente. Ele aceitou o convite um pouco tímido, no entanto, resolvi esse problema mostrando a ele que não tinha razão para se sentir assim.

Peguei uma almofada que estava ao lado e coloquei no meu colo primeiro. Bobby se acomodou do jeito que se sentia confortável, em fim, declinando o rosto sobre a almofada. A minha mão tratou de encontrar o caminho do seu cabelo, passando por uma trilha que partia do seu braço, mas foi interrompida no meio do trajeto por uma de suas perguntas singelas.

— Thena... — chamou a minha atenção pelo apelido carinhoso que me deu recentemente.

Eu acho fofo como isso soa vindo da sua voz grave e inconfundível — no momento ela continua baixa, mas mesmo assim é gostoso de ouvir.

ℭ𝔥𝔞𝔪𝔞𝔰 𝔇𝔬 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 Onde histórias criam vida. Descubra agora