𝟏𝟕 • 𝐅𝐨𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐑𝐚𝐝𝐚𝐫 • 𝟑/𝟑

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𝓑𝓸𝓫𝓫𝔂 𝓝𝓪𝓼𝓱

Consegui retomar a consciência depois de algum tempo desacordado. Não faço a menor ideia se foi rápido ou se demorei muito para voltar, a única certeza que tenho é que apaguei completamente e só acordei agora vendo o rosto desesperado da May, me encarando fixamente enquanto tento colocar o ar de volta nos meus pulmões.

Voltar a respirar após ser enforcado é uma das piores sensações, me arrisco a dizer que é mais do que ficar sem ar, porque é como se o meu pulmão tivesse dado um reset enquanto estava desmaiado. Sem contar que a velocidade de raciocínio fica péssima nos primeiros minutos e você não se recorda de nada.

Apenas me lembro da sensação horrível de ser estrangulado por aquele psicopata e acordar agora. O que aconteceu comigo durante o tempo que fiquei desacordado, não faço a menor ideia.

Após algumas tosses e muita insistência para respirar novamente, consigo me estabilizar apoiando as costas na parede, inspirando e expirando devagar. Assim que May percebe que estou estável, abraça a lateral do meu corpo fortemente.

— Graças a Deus, você está vivo! Eu pensei que você não iria acordar... achei que voltaria sozinho, mas estava demorando muito... eu não desisti de tentar te acordar...

Travei o maxilar, fechando os olhos fortemente ao escutá-la.

Não é possível! Eu não voltei sozinho, foi ela que me socorreu!

Saber que May tentou por diversas vezes colocar o ar de volta nos meus pulmões doeu mais que uma facada lenta na alma.

Eu não deveria ter reagido tanto.

— Por favor, não me assuste de novo... eu não posso ficar sem você!

— Desculpe, querida, sinto muito... eu não vou a lugar nenhum, tá bom? — Engoli o bolo na garganta, tentando acalmá-la e me desculpar por quase morrer na sua frente.

— Promete?

— Sim! — Me virei para ela, segurando o seu rosto em volta das minhas mãos, fixando o meu olhar no dela e o encontrando repleto de água. — Por favor, me desculpe...

— Não peça desculpas! Você só estava me protegendo...

— Ora, ora, ora, olha só, pessoal, quem voltou do mundo dos mortos!

Axel veio caminhando lentamente na nossa direção, proclamando a sua provocação em um tom psicótico e em seus lábios um sorriso coringa estampado.

Imediatamente, cobri May o máximo que consegui com o meu corpo, escondendo-a dos seus olhares malignos.

A tensão que ele transmite através da sua presença me intimida de certa forma, fazendo os meus batimentos cardíacos elevarem alguns níveis, descontrolando a minha respiração de uma maneira significativa.

Percebi o medo que eu estava exalando ao vê-lo se abaixar, se inclinando na minha direção, então comecei a lutar contra os meus sentimentos, buscando me controlar para não demonstrar pânico. Se ele notasse o meu real estado de espírito, não me deixaria em paz o resto do tempo que ficaria aqui.

— Dormiu bem? Espero não ter te machucado muito! Bom, acredito eu que não, estou certo?

Esse cara é um verdadeiro psicopata disfarçado em um rosto simpático, mas que logo muda quando a sua verdadeira personalidade assume.

Agora sei o porquê de May confiar tanto nele.

— Axel... eu não quero problemas...

Axel agarrou no colarinho da minha camisa, me pressionando contra a parede e aproximando o seu rosto do meu, olhando friamente, no fundo dos meus olhos.

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