os Relatos de Letizia

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Letizia o estava ignorando... Bem, não completamente, ela não seria capaz de fazê-lo e se sentia mal por ele, mas não podia, ela não podia correr o risco de terminar se apaixonando pelo principe. A jornalista se deu ao luxo de pensar que Felipe a havia esquecido, claro que ela esperava demais.

  - ei...? - chamou Sol sentando-se a frente dela na cafeteria da TVE.

  - o que? - disse ela concentrada no que escrevia.

  - o pessoal da portaria pediu pra te entregar isso. - disse a melhor amiga da jornalista, empurrando para Letizia um pequeno pacote. Dentro, um par de brincos brilhantes, a base, parte que fica conectada com a orelha, era uma pérola delicada, ligada a outra parte do brinco por uma fina corrente dourada, na ponta, um ma pedra de brilhante delicada.

  - ui! Quem te deu? - ambas sabiam a resposta, mas ainda sim, Letizia abriu o bilhete que veio com o presente. "Oi, lembra-se de mim? Espero que goste, quero vê-la mais vezes.
Ass: Felipe de Borbom. " A jornalista não sabia o que sentir, não sabia se ficava feliz pelo presente, ou triste pelo mesmo motivo. Letizia soltou um suspiro frustrado.

  - foi ele... - disse a asturiana mostrando a amiga o bilhete. Sol sorriu.

  - que fofo... - a Asturiana não podia negar era muito fofo.

  - você vai aceitar o convite de vê-lo mais vezes? - a jornalista Asturiana suspirou.

  - eu não sei, Sol. Mas vou fazer ele saber que eu gostei. - disse Letizia sorrindo. A jornalista tinha uma ideia discreta, ela não queria daruito na cara, mas também não queria parecer ingrata. Além disso, o presente era lindo, e Letizia sentiu uma dorzinha no coração com o bilhete.

  Horas mais tarde, a jornalista estava sentada naquela bancada tão familiar, revisando o roteiro do programa que começaria em poucos minutos. Ela observava cada uma das palavras do roteiro que passaria no teleprompter em algum tempo, mas O "oi, lembra-se de mim?" Não saia da sua cabeça. Sua resposta ao príncipe espanhol deveria ser "bem que eu queria, mas não, eu não fui capaz de esquecê-lo" . Ela não respondeu o bilhete, mas seria incisiva na resposta dela. Letizia queria que ele entendesse que sim, ela havia gostado do presente, e que ela queria vê-lo outra vez. Queria, mas não devia. Letizia se sentía cada vez mais culpada por sentir todas as coisas que sentia pelo herdeiro espanhol, por ele ser quem era, por ser filho de quem era e por tudo que Felipe representava.

  - entramos em 20 segundos - disse um dos câmaras ali presentes, Letizia levou um susto ao ouvir a voz estridente do homem ali perto. Urdasi, companheiro de bancada da moça, sentou-se ao lado dela.

  - faz um favor, me dá minha bolsa? - pediu Letizia, apontando para a sua bolsa ali perto, o homem o fez.

  - 15 segundos! - gritou o homem, Letizia acelerou o que fazia. Tirou a caixinha com o par de brincos da bolsa, tirou os que tinha na orelha, pegou os que Felipe lhe dera e os colocou na orelha, depois ela devolveu a bolsa ao seu lugar.

  - 5, 4, 3, 2, 1... Entrando! -

  - boa noite! - disse a jornalista, sentindo aquela habitual e tão familiar emoção de quando via as luzes acesas e muitas câmeras trabalhando, aquela emoção que sentia desde a primeira vez que esteve na posição de jornalista. E o mais importante naquele momento, Letizia tinha nas orelhas um par de brincos dados por Felipe, e ela esperava que ele visse aquilo.

um conto sem fadasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora