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  Não demorou muito pra [Nome] levantar, um pouco dolorida, claro, chamando a atenção de Leon que se pôs de pé para ajudá-la.

— Valeu... — ela sorriu tímida, escutando logo depois ele perguntar se ela estava bem o suficiente para continuar. Ela confirmou com um "uhum".

— Ótimo. Vamos. — ele assentiu para começarem a traçar caminho para o novo destino: a igreja.

  Antes de deixarem a propriedade, eles escutaram um grunhido. Leon sacou a arma e foi averiguar, mas se tratava apenas de um lobo branco preso numa armadilha. Ele o soltou e o animal correu pelos arbustos deixando-os para trás, mas alegres por ter ajudado. [Nome] pôde perceber, mesmo que por pouquíssimo tempo, que no fundo de toda aquela seriedade, havia um alguém bondoso escondido em Leon. Talvez ele só fosse assim por ofícios do trabalho...

(...)

  Durante o trajeto, eles foram abordados por alguns lobos logo esquisitos após uma explosão que resultou na queda de uma torre no vilarejo. Leon gritou para que [Nome] procurasse abrigo, a fazendo entrar na primeira casa que viu – uma que estava próximo aos escombros da torre –.

  Ao entrar, a garota logo foi abordada por um ganado que tentou acertá-la com um machado. Ela gritou de horror e se esquivou como pôde, adentrando num outro cômodo. Leon escutou a confusão e, com os animais já derrotados, não perdeu mais tempo e adentrou no lugar já disparando contra a criatura que, agora, tentava quebrar a porta, a qual estava sendo segurada por [Nome], golpeando-a com o machado.

Depois de escutar o disparo e ver as tentativas de arrombamento cessarem, ela sentiu-se aliviada ao saber que era Leon e se permitiu respirar um pouco, mas esse momento não durou nada, pois o loiro adentrou no cômodo e pulou a janela, chamando-a.

  A garota correu para alcançá-lo na porta da capela. Entrando com ele, ela deu de cara com um ambiente totalmente obscuro, todo bagunçado, com velas espalhadas e mais um quadro medonho de um cara encapuzado. Leon checou brevemente o lugar, pegando alguns arquivos, antes de deixá-lo para seguir um caminho estreito até finalmente à igreja.

— Uma igreja, até que enfim... — a voz grave de Leon soou enquanto eles passavam pelas lápides que os recebiam antes do dito prédio. [Nome] podia sentir um frio na espinha com a energia do lugar.

  Uma vez na porta da igreja, Leon tentou abrí-la, mas, como esperado, estava trancada. Ele bufou, batendo contra as grades, antes de entrar em contato com a costumeira voz feminina. Eles trocaram algumas palavras brevemente sobre chave, bebê águia, antes de Leon passar por [Nome], procurando por algum lugar por onde seguir, até encontrar um quarto aberto contendo mais algumas informações.

  [Nome] se aproximou para observar um mapa enquanto Leon checava a fotografia de uma garota sobre a mesa.

— Acho que isso vai ser útil... — [Nome] comentou a fim de ajudar e Leon foi até ela, conferir. Havia algumas instruções sobre impedir o estrangeiro e uma criatura do lago...

— Um lago... Espero não ter mais surpresas lá. — ele comentou antes de abrir um alçapão e seguirem até umas plataformas de madeira, onde acabou derrotando mais algumas criaturas. — Me diz, [Nome], de onde você é? — ele puxou conversa a julgar que mal haviam conversado desde que se conheceram. Ela pareceu surpresamente feliz com a iniciativa.

— Brasil... e você? — ela respondeu seguindo atrás dele.

— Olha só, o país do futebol... — ele soltou uma risada nasalada olhando brevemente por cima do ombro. — ...sou americano. Como você veio parar aqui?

— Eu não sei... — pela primeira vez ela pareceu desconfortavelmente confusa. Leon olhou de vez pra ela com uma expressão parecida. — Pra ser sincera, não tenho lembrança nenhuma de vir parar aqui, só me lembro de ter acordado já nesse lugar.

  — Talvez você tenha tomado uma pancada forte ou o trauma foi tanto que te fez esquecer de alguns momentos... Se for essa segunda opção, considere ter tido sorte... — Leon respondeu num tom misterioso enquanto seguia. [Nome] franziu o cenho sem entender o que ele queria dizer, mas não quis confrontá-lo e ficou na dela sobre o assunto.

— Você já é acostumado a lidar com esse tipo de coisa, né?... — mais uma vez ela arrancou uma risada dele. Ela ficou feliz por dentro, pois estava com receio de como ele reagiria à pergunta.

— Ainda me assusto com algumas bizarrices que vejo... — ele comentou ainda divertido. — Sente algum incômodo?

— Apenas o corpo dolorido...

— Vamos só pegar essa tal chave para vazarmos daqui, mas não hesite em falar se tiver algo incomodando. — ele instruiu e [Nome] balançou a cabeça enquanto passavam por um portão que dava acesso a um tipo de costa.

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora