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  — Ele quem? Seu pai? — a mãe tentou ajudá-la a explicar quem seria o homem por quem ela perguntava. Isso fez [Nome] refletir.

  A forma como ela olhou de forma estática para Suelí, apenas fez com que a apreensão dela aumentasse.

  — Parecia tão real… — ela murmurou perdida em pensamentos, deixando a mulher ainda mais nervosa. Flávia não ficava atrás.

  — Quem, minha filha?! Quem parecia real?

  [Nome] voltou a olhar para a mãe, que estava desesperada em ajudá-la, e então soube que havia delirado.

  — Ninguém, mãe… foi só um... sonho... — respondeu de forma cansada, voltando a fechar os olhos, mas brevemente.

  — Talvez seja o calmante… — Flávia apertou o ombro da mulher que suspirou.

  — Eu vou atrás de alguma enfermeira ou um médico. Fique com ela e qualquer coisa grite. — pela forma como Suelí a olhou, Flávia notou que se tratava de um pedido desesperado.

  Assim que percebeu o silêncio se fazer presente, [Nome] olhou para a amiga.

  — Ela já está longe? — com um susto, Flávia virou-se ao escutar a voz de [Nome].

  — [Nome]! — repreendeu após suspirar. — Você tá bem? Tá sentindo algo? Que pesadelo foi aquele? — perguntou após voltar a se aproximar da amiga que agiu de forma desconfiada com a última pergunta.

  — Você não entenderia se eu dissesse... — não era muito o feitio de [Nome] falar por enigmas e sabendo disso, ela tornou a olhar pra Flávia que, pelo olhar aflito, pedia por explicações.

  — Estou amando alguém que não posso ter.

  Essa “meia revelação” deixou Flávia encucada. Quem poderia deixá-la assim, a ponto de delirar daquela forma?

  — Quem? — [Nome] sorriu olhando para um ponto do quarto, claramente sonhando acordada.

  — Ele é inexplicável, Flávia… — a forma como ela parecia enfeitiçada relatando, deixava Flávia inacreditada. — Nunca conheci um homem como ele. Ele é incomparável. É tão… — suspirou enquanto seus olhos brilhantes eram percebidos pela amiga.

  — Dá pra ver que esse tal aí conseguiu deixar você caidinha… — [Nome] virou-se após escutar, vendo Flávia de braços cruzados. — Mas lembre-se do tombo que você tomou da última vez que ficou assim por alguém.

  [Nome] riu com o conselho fazendo Flávia franzir o cenho.

  — Se você o conhecesse do jeito que eu o conheci, não teria tanta certeza disso.

  — Ah, é? Aposto que você ficou assim por causa disso. É isso que você quer?

  — Não! Uma coisa não tem nada a ver com a outra! — [Nome] parecia ofendida e claramente desgostosa pela dedução de Flávia – o que culminou para que ela suspeitasse ainda mais do envolvimento desse misterioso homem com as reações estranhas dela.

  — Será? Olha só como você fica!

  Nesse momento, a mãe de [Nome] entrou no quarto junto com um enfermeiro.

  — Estão brigando?! — Suelí entrou no meio das duas, lançando um olhar incrédulo para Flávia, a qual, de maneira desconfiada, calou-se.

  — É bom evitar estresse. Vamos lembrar que ela teve uma crise de ansiedade por conta disso. — o enfermeiro tomou fala a fim de – não só evitar confrontos com a paciente – mas também uma piora do quadro dela.

  — E quanto àquele assunto, menino?

  — Certamente é efeito do calmante. Não precisam se preocupar.

  — Quando vou poder ir embora? — [Nome] resolveu perguntar. Ela não suportava mais o hospital.

  — Em alguns minutinhos você já poderá ser liberada. — ouvindo a garantia do enfermeiro, [Nome] assentiu e esperou até a devida liberação.

  (...)

  Uma vez em casa, [Nome] pôde cair e se aconchegar no sofá da sala. Ainda estava um pouco preguiçosa pela medicação que havia tomado e como não tinha nada pra fazer no momento, resolveu ligar a TV até que ficasse mais sonolenta.

  Forçando-se ficar acordada, [Nome] piscou os olhos conseguindo visualizar a figura de Leon como um personagem na novela que passava. Ela coçou os olhos, pois aquela visão não podia ser real; mas então, ao focar a visão, percebeu que se tratava mesmo de Leon.

  Chegando o corpo para frente, não acreditando no que via, [Nome] assustou-se ainda mais quando ele olhou pra ela através do televisor, fazendo-a desligar a TV e correr para a cozinha, atordoada.

  Suelí, que preparava o jantar, notou a filha aparecer perturbada.

  — Está passando mal? — a mulher largou o que fazia e correu até [Nome].

  — Eu… — ela pensou no que inventar enquanto regulava a respiração. — Eu tô com sono… cochilei no sofá e acordei agora com um susto por causa da novela. — fingiu um sorriso, conseguindo o alívio da mãe que suspirou.

  — Menos mal… — a mulher pousou a mão sobre o coração. — Vá descansar.

  Após concordar com a mãe, [Nome] deu um beijo na testa dela antes de ir para o quarto. Fechando a porta atrás de si, ela respirou fundo enquanto passava a mão pelos cabelos antes de deitar-se na cama, observando o teto, totalmente perdida em pensamentos.

  Leon… ela dizia consigo ao lembrar do último sonho com ele e de sua aparição na televisão. Onde está você agora? Ela suspirou fechando os olhos, imaginando-se com ele.

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora