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  Chegando a uma lanchonete, [Nome] desceu e ficou observando os arredores até Leon se juntar a ela e conduzi-la até o estabelecimento. De cara, assim que entrou, [Nome] captou alguns olhares não muito convidativos de um grupo de garotas que estavam sentadas numa mesa próxima da entrada. Ela encolheu os ombros e se sentou no balcão ao lado de Leon, o qual tomou um cardápio em mãos antes de observá-la desconfortável.

  — Você tá legal?

  Ao escutar sua voz, [Nome] fez contato com ele logo após passar o olho pelo grupo de garotas, que no momento, deixavam o lugar.

  — Sim, estou… — ela mentiu. Não queria estragar o passeio. — Mas então… — ela parecia receosa. — … você ainda não respondeu aquelas minhas perguntas. — relembrou, conseguindo arrancar uma curta risada nasalada do loiro.

  — Estou disposto a te responder enquanto lanchamos. Pode ser? — o sorriso que [Nome] abriu foi automático enquanto aceitava o cardápio na mão dele.

  Leon havia insistido para que ela pedisse algo mais, mas [Nome] negou. Ela conteve-se apenas em comer o mesmo que ele. Sem falar que, um hambúrguer conseguiu saciar sua fome. [Nome] ficou ainda mais saciada, após ter suas dúvidas sanadas e, sendo pega de surpresa, saber que estava sob os cuidados de Leon até conseguir voltar para casa.

  — O quê?!! — ela engasgou assim que escutou a explicação. Para limpar a garganta, ela deu alguns goles no refri que pegou do balcão.

  — Se não te agrada, você pode ficar sob os cuidados de outra pessoa… — Leon comentou com uma pitada de sarcasmo e [Nome] sentiu que aquilo não passava de uma mera provocação. No fundo, ambos sabiam que ela não pensaria duas vezes em ficar com ele.

  — Não! — ela partiu dizendo, soando bastante desesperada. Percebendo isso, ela tratou de corrigir-se. — Digo… — mudou o tom depois de engolir em seco. — eu não me importo de ficar com você, eu até prefiro…

  As palavras dela saíram de forma automática e vendo a forma como ela estava evitando contato visual, fez Leon não conseguir conter uma outra risada enquanto virava o rosto. Ao notar tal atitude, [Nome] se revirou por dentro. O que ele acharia dela, afinal?

  — Não precisa ficar com vergonha. Eu até fico feliz em saber disso. — o modo como ele a olhou despertou algo nela.

  [Nome] até piscou os olhos e coçou o pescoço, disfarçando como havia ficado.

  Ao deixarem a lanchonete, eles continuaram a dar voltas pela extensa selva de pedras e [Nome] não conseguia deixar de ficar fascinada com a paisagem daqueles vários prédios. Afinal, não era todo dia que se tinha a oportunidade de passear por Washington…

  Finalmente, depois de horas vagando por aquelas avenidas movimentadas, [Nome] notou ele adentrar por um portão após acenar para um guarda. Olhando pra cima, ela avistou um prédio antes de sua visão ser encoberta por um teto. Mudando a visão, ela notou estarem num estacionamento com alguns carros antes de sentir a moto parar.

  Assim que desceu, ela tirou o capacete e observou aquele lugar silencioso. Não havia nada demais, era só mais uma garagem. Acompanhando Leon, [Nome] o seguiu até um elevador.

  — E a Ashley…?

  Leon teve sua atenção despertada.

  — Está sã e salva. Em casa.

  [Nome] arqueou as sobrancelhas, percebendo que não haveria risco de esbarrarem com ela – algo que ela gostou bastante.

  — Você… mora aqui?

  — Vai descobrir agora. — ele respondeu instantes antes da porta abrir e seguirem por um corredor, até um apartamento.

  Assim que entraram, [Nome] pôde perceber – depois de Leon acender as luzes – a decoração minimalista. A maior parte de sua coloração era cinza com alguns tons escuros como as cortinas e o sofá na sala.

  — Servida? — [Nome] foi tirada de sua observação pelo toque de Leon que a oferecia um copo de whisky.

  — Ah… não, não… — ela acenou negativamente com a mão antes de acompanhá-lo até o sofá. A visão dela parando na garrafa de whisky pela metade, no balcão da cozinha.

  — Por que fez questão de me amparar? — [Nome] perguntou depois de voltar a encará-lo e vê-lo golar o resto da bebida.

  — Porque eu sei o quanto é difícil estar sozinho, nas mãos de alguns… órgãos… — ele respondeu de forma profunda antes de olhá-la.

  — Você parece tão cansado… — ela tomou a liberdade de comentar após perceber isso nos olhos dele que desviou o olhar para suspirar.

  — Que tal conhecer seu quarto? — ele se levantou para deixar o copo no centro e antes que ele tirasse o braço, [Nome] o segurou.

  — Leon, eu… — ela nunca tinha olhado tão profundamente no olhar de uma pessoa quanto no dele.

  Leon retribuiu a intensidade, como se pedisse para que ela revelasse o quanto antes o que ela tinha a dizer; se intrigando ao vê-la levantar.

  — Eu gostaria de agradecer pelo que fez e tem feito… — ela se debateu mentalmente pela covardia enquanto ele acenava a cabeça, meio atônito, antes de seguirem até o quarto.

  No meio do curto corredor, tomado por algumas lembranças e deduções acerca de [Nome], Leon parou.

  — Eu tenho a leve impressão de que não era aquilo que você queria me falar… — a respiração de [Nome] ficou presa ao vê-lo se aproximar. Os olhos se fitando intensamente.

  — E o que mais poderia ser...? — ela sentiu sua voz quase falhar ao vê-lo tão perto a ponto dela sentir suas costas contra a parede.

  De repente os olhos dele caíram por um momento antes de voltarem a encarar os dela.

   — Desculpa por isso. — ela o escutou dizer tão rápido quanto a forma a qual ele tomou seus lábios contra os dele.

  O choque a princípio fez [Nome] congelar por alguns instantes antes da adrenalina – junto ao leve gosto de whisky – tomarem conta a ponto dela retribuir o beijo.

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora