36

65 6 0
                                    

  A mãe de [Nome] não sabia o que dizer em meio ao relato da diretora. Sua mente estava numa mistura de vergonha, preocupação e horror. De tanto, que todo esse acúmulo de emoções transparecia através da feição horrorizada dela.

  Como [Nome] não tinha coragem o bastante para tentar explicar-se, resolveu ficar calada e continuar encarando o chão.

  — Sugiro que ela fique um tempo em terapia. — a diretora concluiu, atraindo a atenção de [Nome] que as encarou com uma vontade imensa de falar algo e talvez até se opor à sugestão, mas obviamente ela não o fez.

  — Obrigada mais uma vez, diretora Marta. Isso não vai mais se repetir. — o coração de [Nome] pesou um pouco ao perceber a voz trêmula da mãe que claramente se controlou pra não chorar.

  Ela suspirou enquanto Suelí levava a mulher para a porta e enterrou o rosto sob as mãos.

  — [Nome]. — ela escutou a mãe chamá-la logo após a porta fechar.

  — Mãe, eu prometo que isso não vai mais acontecer! — a garota a olhou na velocidade da luz enquanto proferia aquelas palavras afoitamente.

  A ação repleta de aflição fez Suelí parar por um momento, em choque, antes de voltar a dizer:

  — Quem é Leon? — o tom sério atingiu o íntimo de [Nome] a ponto de fazê-la desviar o olhar e um frio na barriga surgir.

  Percebendo sua hesitação, Suelí respirou fundo e depois de revirar o olhar, refez a pergunta.

  — Não minta pra mim. — ela acrescentou firmemente, fazendo a filha engolir em seco e voltar a olhá-la.

  — Ele… — Suelí aproximou-se mais e aguçou a audição. — ele é… — [Nome] podia sentir o suor de nervoso começar a surgir em sua testa quando batidas na porta interromperam – para seu alívio – aquele momento.

  Assim que Suelí se afastou, ela respirou fundo. Seja lá quem fosse, havia sido sua salvação. Salvação essa chamada “Priscilla”.

  — Desculpe não vir mais cedo. — a psicóloga sorriu para Suelí enquanto a seguia até o sofá.

  Assim que sentou, Priscilla já conseguiu notar a tensão de [Nome], além de seu cabelo levemente bagunçado. Ela estranhou, mas não deixou que sua reação transparecesse.

  — Não vai cumprimentar a doutora? — Suelí a repreendeu, fazendo ela finalmente criar coragem para olhá-la.

  — Olá, [Nome]! — a mulher lançou um sorriso acolhedor. — Aconteceu algo?

  — Aconteceu! E ela vai nos dizer agora quem é o homem por quem ela gritou ontem.

  Priscilla notou os nervos aflorados de ambas e antes de poder intervir, [Nome] começou a chorar. O choro era soluçado e ela podia sentir o desespero da garota através dele.

  — Agora vai chorar?! — Suelí estava claramente nervosa e embora Priscilla compreendesse o seu “estresse” como uma resposta à preocupação que sentia, ela precisava fazer algo para não deixar que aquela agressividade comprometesse a confiança de [Nome] na hora que fossem conversar.

  Priscilla então pediu a Suelí que a deixasse falar com [Nome] no quarto. Ela precisava o quanto antes ficar a sós com a garota e tentar arrancar o mínimo de informação possível.

  A mãe pareceu irredutível no início, mas estava tão cansada, tão abatida, que acabou deixando.

  (...)

  — Aqui. — Priscilla entregou um lencinho pra [Nome] que continuava chorando a quase cinco minutos desde que entraram no quarto.

  [Nome] assoprou e já um pouco mais calma – e cansada também –, enxugou as lágrimas para se recompor. Ela estava se odiando por aquilo e se não fosse pela paciência que Priscilla demonstrava com ela, ela já teria surtado.

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora