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   Na escola, as horas passavam arrastadas para [Nome] que não estava nenhum pouco interessada nas aulas. Flávia observava de longe a falta de interesse da amiga. Ambas não estavam se falando desde o desentendimento do dia anterior – não por escolha de Flávia, mas pelo gênio forte de [Nome] que não demonstrou interesse nenhum em voltar a falar com ela.

  Após o término das aulas, [Nome] estava voltando pra casa quando avistou uma farmácia. Ela teve uma ideia, mas balançou a cabeça afastando-a pois sabia que era idiotice ou talvez não... quem sabe? Ela tentou prosseguir, mas não conseguia resistir à ideia e deu meia volta até a farmácia.

  — Olá, vocês têm algum remédio para ajudar a dormir? — ela perguntou depois de chegar ao balcão.

  — Você tem receita? — a atendente perguntou e [Nome] desviou olhar para as prateleiras, pensando em algo.

  — Não, mas deve ter algum leve que ajude a pegar no sono, não? Ultimamente eu tenho tido algumas dificuldades pra dormir, sabe? — a atendente cerrou um pouco os olhos, parecendo desconfiada, mas foi até a prateleira atrás dela, pegar um.

  — Esse aqui deve resolver. — ela pôs o medicamento sobre o balcão. — Ele é um fitoterapico, e tem extratos naturais na composição. Você usa 1 comprimido antes de dormir. — explicou e [Nome] balançou a cabeça rapidamente. Ela só queria ir pra casa o quanto antes.

  Após efetuar o pagamento, a garota voltou pra casa e a primeira coisa que fez, após ir pra cozinha, foi tomar dois comprimidos de uma vez. Ela não estava considerando os riscos, só queria ter um efeito imediato e duradouro.

  Ela voltou pro quarto e fechou a porta. Ligou o celular e ficou assistindo as gameplays do jogo que tanto ansiava poder voltar a jogar e, mais que isso, vivenciar. Demorou quase uma hora para [Nome] sentir seus olhos pesarem até ela não dar conta de mais nada.

  Acordando num solavanco, [Nome] foi amparada por Leon, que a segurou contra seu peito, permitindo-a tossir. Ela expeliu um pouco de água e isso foi o bastante pra ela estranhar – fora estar sentindo suas roupas húmidas.

  — O- oq- o que eu perdi dessa vez? — ela perguntou com certa dificuldade depois de se afastar, observando o chão e um pouco do lugar em que estavam. Não parecia com o que estavam antes. Parecia um tipo de celeiro onde atracavam barcos e estava de noite.

  — Você teve a louca ideia de entrar no lago atrás de mim... — a voz grave de Leon captou a atenção de [Nome], que o olhou prestando atenção. — ...você teve muita sorte que eu despertei com seus gritos de socorro. — ele relatou e [Nome] teve alguns flashbacks da cena. Ela balançou a cabeça com a lembrança de ver Leon desmaiado no barco; com ela pulando no lago atrás dele e seguidamente afundando enquanto gritava por ajuda.

  Leon se levantou e estendeu a mão pra ela, ajudando-a se levantar. Uma breve troca de olhares foi percebida por ambos nesse momento, antes de Leon voltar ao foco de sua missão e entrar em contato com sua superior. Nesse ínterim, eles entraram por uma porta que dava acesso a um tipo de cabana. Havia um quepe de policial e um altar religioso, fora outros ítens largados pelo lugar.

  [Nome] o esperou terminar de se comunicar. Ela podia sentir o frio começar a tomar conta de seu corpo, principalmente pela queda de temperatura da noite. Ela esfregou os braços, na esperança de conseguir dissipar o frio, mas tudo que conseguiu foi um breve aquecimento que logo deu espaço para o um ar gélido. Leon percebeu a garota um pouco trêmula.

  — Ai, [Nome], vem. — ele acenou com a cabeça para que ela o seguisse. — Deve haver alguma fogueira por aqui... — ele procurou por alguma depois de saírem fora e seguirem por um caminho que dava acesso a um altar iluminado. — Me dá espaço. — Leon pediu ao sacar a arma, pois havia notado alguns barulhos.

  [Nome] obedeceu, correndo ao presenciar uma das criaturas ter a cabeça explodida para dar forma a um tipo de tentáculo bizarro. Ela gritou de horror enquanto Leon combatia o monstro. Foram exatos dez disparos até que aquilo se desmanchasse. Felizmente, não apareceu mais nenhum e, percebendo isso, Leon sinalizou para que eles seguissem.

  — Vamos fazer uma breve parada para você. — ele disse enquanto pegava alguns galhos secos e os amontoava.

  — Não quero atrapalhar... — ela desviou o olhar, envergonhada de estar atrapalhando, mas isso não foi o suficiente para que Leon deixasse de acender uma fogueira. [Nome] olhou admirada e claramente feliz por ver que ele se importava de alguma forma.

  — Aqui. — ele a olhou enquanto limpava as mãos. — Venha e se aqueça, isso deve ajudar a enxugar um pouco das suas roupas também. — ele continuou e, enquanto [Nome] se achegava para o conforto do calor, ele olhava ao redor analisando seus próximos passos.

  — Você pode ir se quiser, acho que não tem mais perigo aqui... — [Nome] comentou depois de percebê-lo observador, atraindo a atenção dele, que se sentou também.

  — Vou ficar um pouco antes de ir. Nunca se sabe o que pode acontecer... — ele respondeu num tom sério enquanto checava sua pistola. A garota percebeu e, supondo que poderia ter algo de errado com o objeto, perguntou:

  — Há algo de errado? Ela quebrou? — parecia preocupada, mas Leon riu.

  — As vezes ela trava... — a lançou um olhar. [Nome] podia jurar que se não fosse a má iluminação, ele perceberia seu leve rubor. — ...mas agora não há problema nenhum. Pegue, quero que fique com ela enquanto eu não voltar. — ele estendeu o braço, deixando a garota sem reação. Ele realmente estava confiante que ela saberia se defender com uma arma e sem experiência nenhuma?

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora