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  Depois de um momento tão avassalador como aquele em que ambos provaram da mais pura forma de amar, [Nome] e Leon trocavam carícias sobre o aconchego um do outro. Ela descansava a cabeça sobre o peito dele enquanto recebia singelos afagos em seu cabelo.

  Sentindo a respiração calma e serena dele, [Nome] aproveitou para tentar arrancar o motivo que o levou àquele ato. Não acreditava que fosse possível ele querê-la àquele nível.

  — Leon… Você não está me usando, está? — ela falou enquanto passava a ponta dos dedos sobre o peito dele que respirou fundo, reunindo as palavras certas para dizer. Ele não queria que ela achasse que ele fosse um conquistador barato, até porque, ele não era.

  — Desde que estávamos naquele lugar, algo me prendeu a você. — [Nome] aguçou sua audição, prestando atenção em cada palavra. — Não vou mentir e dizer que isso aconteceu assim que nos conhecemos, mas depois de passarmos um tempo juntos… — ele parou por um momento para soltar uma curta risada arfada.

  Era um riso genuíno, pois ele nunca imaginou conseguir nutrir qualquer sentimento por outra pessoa novamente. Era improvável demais pra ele, já que não acreditava que pudesse se interessar por alguém daquela maneira depois das desilusões.

  [Nome] se levantou para olhá-lo.

  — Você não está brincando comigo, está? — ela juntou as sobrancelhas. Temia que isso fosse a verdade por trás daquelas palavras e sorriso que lhes pareciam puros demais.

  Leon, num primeiro momento, apenas encarou seu rosto. Ele não era muito bom com palavras, mas sabia que aquele momento requeria que ele fosse. Então reunindo coragem, ele começou:

  — Eu já sofri no passado. — revelou seriamente. — Desde um certo incidente em minha vida que decidi não focar em questões sentimentais... — desviou o olhar, baixando a visão. — Mas então você apareceu. Jamais me passou pela cabeça que pudesse surgir algo entre nós, principalmente de minha parte. Eu não sei como isso aconteceu… — ele voltou a olhá-la. — A princípio você era só mais um alguém na minha vida que precisava de ajuda…

  [Nome] não conseguiu comentar nada, mas seu olhar deixava claro que queria a resposta.

  — Eu só quero que você saiba que eu não sou como esses caras por aí. Não estou usando você. — ele tocou suavemente na bochecha dela e nesse momento, ela acordou.

  [Nome] deu um solavanco, observando seu quarto e à procura de Leon, mas em poucos instantes percebeu que estava de volta à realidade. Ela coçou a cabeça, soltando um suspiro, enquanto caía na cama novamente com um sorriso bobo.

  Para a estranheza de sua mãe, ela estava mais feliz que o habitual – até a abraçou e a encheu de beijos na hora do café! Estava exalando bom humor desde que havia acordado e essa percepção foi compartilhada por Flávia quando [Nome] a cumprimentou.

  — Viu algum passarinho verde, foi? — Flávia brincou, estranhando aquela alegria toda.

  — Flávia… nunca me senti tão leve! — o sorriso radiante de [Nome] a contagiou mesmo ela não entendendo nada.

  — Que bom! Agora podemos terminar o trabalho.

  — Claro! Vamos adiantar! — [Nome] puxou Flávia para a biblioteca.

  — Rapaz, você tá muito feliz. O que aconteceu pra você ficar assim? Sua mãe devolveu o jogo foi?

  — Foi melhor que isso… — Flávia viu [Nome] rodopiar, soltando um suspiro, antes de sentar na mesa com ela.

  — Ganhou na mega sena!

  [Nome] riu divertidamente, revirando os olhos, com o gracejo da amiga.

  — Eu ainda tô tentando assimilar o que aconteceu, Flávia. — [Nome] sorriu mais uma vez, parecendo se recordar de algo, antes de tirar o livro da bolsa.

  Flávia ficou tão confusa quanto curiosa. O que de tão grandioso poderia ter acontecido para essa euforia toda? Mas seja lá o que fosse, havia sido algo tremendamente bom.

  Durante as pesquisas e troca de ideias sobre o trabalho, Flávia a informou sobre a gincana começar no final de semana. [Nome] demonstrou interesse, uma vez que havia escutado de Flávia que ela já havia anotado seu nome.

  — Por que não me disse antes?

  — Eu achei que seria inconveniente já que você andava meio adoentada… — ela se explicou e então pousou o olhar sobre a mão enfaixada. — Como tá o machucado?

  [Nome] o olhou depois de trocar um olhar breve com a amiga.

  — Ainda tá inflamado… mas eu tô tomando os medicamentos. — ela suspirou. — Não vejo a hora disso sarar. — [Nome] jogou o cabelo de lado, revelando uma marca roxa no pescoço.

  Flávia estava prestes a mostrar a continuação do texto, quando notou a mancha.

  — O que foi isso?!! — ela largou o caderno e apontou.

  — O quê? — [Nome] franziu o cenho e passou a mão sobre o lugar, quando então, Flávia pegou um espelhinho da bolsa e sustentou para que ela se observasse.

  — Mano!! — [Nome] se espantou com a marca, principalmente por saber como aquilo havia surgido e quem a havia causado. Mas como isso era possível? Não era apenas um sonho?

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora