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  [Nome] sabia que o primeiro lugar onde iriam procurá-la seria o banheiro, então, visando ficar em paz, ela se deslocou para a dispensa, nos fundos do colégio. Trancou a porta e deslizou para o chão, abraçando os joelhos enquanto respirava fundo.

  Enquanto isso, Flávia vagava pelos corredores tentando encontrá-la. Ela entrou na biblioteca, em alguns banheiros, e até foi na cantina, mas [Nome] não estava em nenhum desses lugares para seu desespero. Será que ela fugiu da escola? — Flávia cogitou essa possibilidade, mas assim que perguntou ao porteiro, percebeu que estava enganada.

  — Já procurou na quadra? — ele sugeriu enquanto acompanhava ela na busca por [Nome].

  Enquanto isso, [Nome] meditava. Estava novamente fazendo as táticas para ter um sonho lúcido, quando escutou alguém bater à porta. Ela levantou rapidamente, mas sem dizer nada.

  — Tem alguém aí? — ela escutou uma voz masculina perguntar e congelou.

  Ao escutar mais falatórios, ela percebeu que se tratava de um grupo de garotos.

  Passou-se uns instantes e ela escutou as vozes se afastarem e dar lugar à voz de Flávia com o porteiro. Cada vez que eles se aproximavam, [Nome] ficava contra a parede se perguntando se denunciava sua presença ali, ou fingia não estar.

  — Se ela não tiver na dispensa, eu não sei mais onde ela poderá estar. — o homem comentou antes de tentar abrir a porta e perceber que estava trancada.

  Ele sorriu enquanto sibilava para Flávia, dizendo que ela certamente estaria ali, ao mesmo tempo que pegava um punhado de chaves para abrir a porta e revelar [Nome] lá dentro, deixando Flávia inacreditada. Tão inacreditada quanto zangada.

  — O que merda você tá fazendo aí, [Nome]?! — ela cruzou os braços, encarando-a nada contente.

  — Não posso meditar mais não? — [Nome] rebateu enquanto passava por eles, rumo ao colégio.

  — Quer saber? Eu desisto de você! — Flávia lançou ao alcançá-la.

  [Nome] permaneceu calada enquanto a via avançar os passos. Suspirando, ela correu para acompanhá-la e chegar ao mesmo tempo na sala. Todos a olhavam sem entender nada antes do professor dar um sermão em ambas pela falta de disciplina – o que claramente deixou Flávia ainda mais no limite com a amiga.

  Ao final das aulas, [Nome] ainda tentou se retratar com Flávia, mas para surpresa dela, foi ela quem não quis conversa.

  — Vai ser assim então? — [Nome] falou em um tom ligeiramente alto, fazendo Flávia parar e virar pra ela.

  — Eu realmente não quero brigar, só tenha noção uma vez na vida, por favor. Você me deixou preocupada – e na mão! — foi tudo o que [Nome] escutou da boca de Flávia antes dela voltar a seguir caminho.

  Inacreditável… [Nome] soltou uma risada arfada, descrente com a situação. Afinal, ela sabia que havia vacilado, mas custava Flávia entendê-la também?

  Como não adiantava chorar pelo leite derramado, [Nome] pegou seus fones e começou a tocar sua playlist. Ao menos, dessa forma, o caminho de volta pra casa seria menos insuportável. Ela aproveitou para imaginar cenários falsos, para ajudar a alcançar os sonhos mais tarde.

  Depois de chegar em casa, ela foi diretamente pra cama e deixou tocando no fone a mesma música que havia comentado à psicóloga. Fechou os olhos e continuou imaginando cenários falsos com Leon. Estava agindo de forma despretensiosa, apenas para relaxar e quem sabe isso não acabava ajudando quando adormecesse.

  O aroma de rosas invadiu a consciência de [Nome] fazendo-a despertar totalmente por fora do que estava acontecendo. Ela coçou os olhos depois de levantar, e notou estar debaixo de uma grande árvore, num belo monte gramado com as mais diversas flores. Concentrando-se, ela semicerrou os olhos, reconhecendo a figura de Leon que se aproximava com um sorriso e uma cesta de piquenique. Ela podia ver seus fios dourados dançando com a brisa do lugar aconchegante onde estavam.

  Ela congelou já que não estava crendo no que via e seu semblante assustado fez Leon ficar perplexo.

  — Demorei tanto assim? — ele gracejou ao agachar e acariciar o rosto da garota que tocou em sua mão.

  — Isso… — ela tentou formular algo enquanto deslizava seus dedos sob a mão dele, a fim de ter certeza que ele estava de fato ali.

  Era como se ela quisesse ter a prova concreta que ele existia, que era real, e não um desejo apenas.

  — … é real? — ela encarou o olhar confuso do loiro que depois de alguns instantes, soltou um riso.

  — Tão real quanto isso. — ele respondeu antes de deixar um selar nos lábios de [Nome] que não parava de encará-lo até se dar conta que, de fato, estava vivenciando aquele momento.

  Um sorriso radiante atingiu os lábios dela e ela avançou contra ele, abraçando-o com toda a força que tinha. O impacto inesperado fez Leon desequilibrar-se e cair com ela na grama. Então logo pôde-se ouvir uma risada gostosa partir de Leon enquanto ele a abraçava de volta.

  — Não sabe como esperei por esse momento. — ela enterrou o rosto na curva do pescoço dele que a apertou levemente.

  — Ah, é?

  Ao final dessa pergunta, ela pôde notar o aperto dele se aprofundar mais fazendo seu coração aumentar as batidas.

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora