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  Em meio aquele silencioso e reluzente espaço, [Nome] chamava por Leon e até mesmo seus pais na esperança de alguém aparecer lá, mas não houve uma resposta até então. Não preciso nem dizer que a garota, totalmente apavorada, começou a soluçar enquanto se encolhia no chão. Seria tudo aquilo um castigo pela forma como estava agindo com todas as pessoas que a consideravam?

   Ela estava tão imersa em seu choro e reflexão que sequer percebeu o homem loiro se agachar ao seu lado, passando a mão sobre seu ombro.

  — [Nome]? — a voz dele estava distante e ecoava, mas, ainda assim, ela levantou a cabeça. Suas bochechas com rastros de lágrimas.

  — Leon? — ela disse antes de avançar para abraçá-lo e sentir os braços fortes dele retribuir o contato. — Eu quero sair daqui. Esse lugar é horrível. — ela continuou enquanto enterrava seu rosto contra o peito dele e voltava a soluçar.

  — Ei, eu sei... — ele desviou uma das mãos até o cabelo dela, acariciando-o. — Eu vou tirar a gente daqui, eu prometo. — ele assegurou, conseguindo fazê-la se afastar para encará-lo novamente.

  Os olhos brilhantes de lágrimas dela vidrados nos azuis dele. Ambos em total silêncio apenas aproveitando aquela comunicação silenciosa enquanto se aproximavam sem perceber até que o espaço fosse fechado com a união de seus lábios.

   [Nome] podia ouvir seu coração pulsar a mil enquanto sentia aqueles lábios macios que, aos poucos, guiavam os delas num beijo lento. Ela podia jurar que aquele contato ía esquentar um pouco mais se não fosse pelos gritos desesperados de sua mãe.

  — [Nome], meu Deus! — ela escutava a mulher dizer enquanto a sacudia.

   A garota resmungava enquanto ía de um lado a outro antes de acordar com a testa franzida, não entendendo nada.

  — Ai, graças a Deus! — ela viu a mãe suspirar aliviada.

  — Meu Deus, o que foi? — [Nome] finalmente se pôs sentada na cama – levemente estressada por ter tido seu momento com Leon interrompido.

  Suelí a olhou incrédula antes de rebater:

  — Como o que foi? Você tava dormindo demais, além de que tava pálida. — as palavras dela foram o bastante para [Nome] se lembrar da escola e levantar rapidamente para tentar se arrumar. — Nem adianta, não dá mais tempo de você ir. — a mulher levantou atrás dela que parou no meio do caminho.

  — E por que não me acordou antes?! — a jovem alterou um pouco a voz, totalmente indignada.

  — Você sabe das suas responsabilidades. E eu não sou capacho de ninguém pra ficar no pé de quem não tira uma palavra em casa! — afrontou a mulher, enquanto apontava o dedo pra [Nome] que apenas bufou e entrou no banheiro.

  Ela tentava se conter, mas escutar a mãe continuar resmungando não ajudava. De repente sua mente estava um turbilhão. Ela tapava os ouvidos na esperança de abafar o barulho que se encontrava tanto fora quanto dentro de sua cabeça, mas a angústia era tanta que socar o espelho foi a única saída que encontrou para finalmente a confusão acabar. Suelí abrindo a porta assustada – principalmente depois de ver a mão ensanguentada da filha que, olhava para o líquido vermelho escorrendo de seus dedos sem acreditar no que havia feito.

  (...)

   Felizmente ela não pegou muitos pontos e nem teve ferimentos graves. A volta pra casa foi marcada pelo silêncio de [Nome] que parecia estar em outro lugar e seus pais conversando sobre seu estado nos últimos dias.

  Assim que desceram, [Nome] foi pro quarto e ficou deitada na cama enquanto olhava o teto. Uma lágrima silenciosa escorreu de seus olhos quando seu pai entrou no quarto. A julgar pela feição dele, [Nome] sabia muito bem que ele estava preocupado.

  — Eu e sua mãe estamos preocupados com você. — ele soltou parecendo cansado. — Tem algo ou alguém te perturbando? — ele se sentou na cama, olhando-a.

  [Nome] nem mesmo sabia o que tava acontecendo com ela, quem diria responder aquela pergunta. Ela enxugou a lágrima, se recusando olhar de volta para o pai.

  — Eu não sei... Na hora eu pensei que fosse enlouquer. — ela respirou fundo antes de continuar. — Minha cabeça tava muito barulhenta e ainda com a mãe gritando... — ela fechou os olhos com o apoio dos dedos, permitindo que mais lágrimas rolassem sobre seu rosto.

  O homem suspirou enquanto mudava a visão pro chão, pensativo.

  — Tudo bem... Descanse um pouco e não pense nisso. — ele comentou de forma receptiva, não querendo que ela se atormentasse mais, antes de sair do quarto para encontrar com a mulher que o esperava na cozinha.

  — Ela falou algo com você? — o olhar aflito de Suelí o fitou.

  — Deve ter sido uma crise de ansiedade... — ele comentou antes de relatar a conversa com [Nome].

  — Meu Deus... — a mulher passou a mão pela testa em preocupação. — Isso tudo foi depois daquele maldito jogo! — ela gritou baixo. — O jeito é levar ela pra algum psicólogo antes que piore mais. — tal sentença conseguiu arrancar um olhar reflexivo de Marcos.

O Dono dos meus Sonhos | LEON KENNEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora