(A) BALADA

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Mais tarde, já no apartamento, Valentina leu uma mensagem de Priscila.

— Priscila me chamou, elas estão vindo pra almoçar. Debra deve tê-la obrigado a nos avisar — Valentina ria da amiga.

— Vocês duas são piores que crianças.

— Eu não, essa é boa... Priscila sim é uma criança grande, não dá para tratá-la sempre como adulta, ela pode não entender a mensagem.

Luiza acabou rindo também.

— Sei...

Debra e Luiza faziam o almoço, enquanto Valentina e Priscila jogavam videogame na sala, gritando e se xingando como se fossem mesmo duas crianças.

Debra disse que seria melhor assim porque "três ou quatro pessoas para fazer um simples almoço, mais atrapalhariam do que qualquer outra coisa, ainda mais nessa cozinha pequena".

— Eu amo Priscila, ela é assim, doida, despreocupada, parece que nada a incomoda realmente. Não é verdade. Ela é sensível e carinhosa — Debra dizia enquanto cortava legumes.

— Ela é um amor, eu sei, e também muito engraçada — respondeu Luiza. — Eu me diverti muito, na volta, com a Sociedade da Gata.

— Ah ela adora esses apelidos. Eu sou sua "princesa". É a forma mais carinhosa que ela me chama.

— É fofo...

Debra era uma mulher adorável. Falava tudo com simplicidade, senão, ingenuidade, muitas vezes.

— Eu era muito apaixonada pelo meu namorado da época, ele era meu chefe, era dono da lanchonete em que eu trabalhava, e eu achava que tínhamos nascido um para o outro. Eu achava mesmo que ele deixaria a esposa por mim, mas... Eu era somente mais uma na vida dele, sabe...? A mulher descobriu e fez um escândalo no meio da lanchonete, me humilhou, me xingou e, só não partiu pra agressão física porque a seguraram. Ele não fez nada, quer dizer, fez, pediu desculpas pra ela e me despediu.

— Que canalha!

— É. Mas foi nessa lanchonete que eu conheci Priscila. Ela começou a frequentar e sempre puxava assunto, eu gostava do jeito dela, era engraçada, sempre me fazia rir. Minha amiga me disse: "Ei, essa caminhoneira tá a fim de você" Falei: "Óbvio que não, só está sendo simpática". Ela riu: "Debra, ela não sai mais daqui, desde que te viu pela primeira vez, antes vinha de vez em quando, mas agora..." Pensei: "Será...?" Aí comecei a prestar atenção e achei que era isso mesmo. Fiquei na minha e na primeira investida dela, eu disse: "Olha, não vai rolar, não se ofenda, mas não é a minha praia..."

— Você nunca, antes...?

— Nunca! E ela entendeu e me respeitou, não parou de aparecer, mas nunca mais tentou nada. Mas aí, ela soube do que me aconteceu com aquele canalha e veio atrás de mim. Minha amiga disse pra ela: "Ei, você não vai conseguir nada com Debra, só por causa disso" e Priscila ficou muito ofendida: "Eu não quero me aproveitar do ocorrido, só quero saber como ela está". Minha amiga disse que tava bom, que ia me perguntar se podia dar meu telefone. Eu achei fofo o interesse dela e disse que podia sim.

Parou e suspirou.

— Sabe, eu acho que eu já estava um pouco interessada nela, senti falta de sua companhia, de seu bom humor... Eu tava triste, me sentindo uma tonta... E aí, ela me ligou, disse que eu podia falar com ela, sempre que eu precisasse. Aí... foi assim, a gente começou a conversar sempre. De repente, um dia, eu também senti vontade de ligar pra ela. Aí, um dia, ela quis me tirar de casa, pra distrair a cabeça, sabe...? e foi realmente legal, ela me animou. Ela me conquistou assim, com esse jeitinho Priscila de ser, comendo pelas beiradas e, quando vi, estava dando minha primeira chance a ela e, quando vi de novo, estava transando com ela, tendo orgasmos inimagináveis.

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