Capítulo11

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         Passei a noite em claro, meus pensamentos estavam me devorando, me corroendo. Forjei um plano que foi repassado mentalmente diversas vezes. Assim que amanhece vou até o concelho, coletarei o máximo de informações e passarei a Sir. Jason. Amanheceu, hora de agir.

Eu li a carta mais de vinte vezes, a letra de minha mãe era inconfundível, a própria majestade escreveu para mim. Era reconfortante saber que ainda estava lutando por mim, que não avia desistido. Eu também não desistiria. Me levanto e me troco, antes mesmo do café ser servido saiu. Caminho até a sala de conselho como um relâmpago.

Chego ao grande conselho, não a ninguém na sala. Respiro fundo e me preparo para protesta, eu precisaria ser firme. Aemond entra a sala e sua expressão perplexa entrega seu espanto.

— Oque caralhos faz aqui? — Ele pergunta incrédulo, com os dedos entrelaçados em um de meus braços.

— Eu preciso saber oque está acontecendo, Aemond. — Minha voz é afirme.

Ele gargalha.

— Visenya, saia!

— Titio, só vai conseguir me tira daqui arrastada. — Dou um olha amargo.

Aemond parece se perder, ele tira as luvas e leva a mãos ao rosto.

— Você é teimosa demais. — Ele sussurra.

— Eu sei. — Retruco.

— Ficará em silêncio, longe da mesa do conselho.

A sala não estava distinta de minhas lembranças, apesar de algumas mínimas mudanças na decoração. Vou até os pequenos sofás voltados para janela envoltos a mesa de centro. Me acomodo no acolchoado e prendo meus olhos na paisagem da janela, um lindo azul limpo de nuvens e cheio de luz.

        Sentada de pernas cruzadas com meus dedos entrelaçados sobre meu colo, aguço minha audição. Me concentro em cada som. Os passos dos membros do conselho, as cadeiras se arrastando, os sussurros sobre minha presença.

— Oque ela faz aqui? — A voz de Aegon ecoa — É uma afronta? Irmão.

  Me esforço para não me voltar a ele, para apenas ignora-lo para que nada seja adiado e aconteça o mais rápido possível.

— Minha esposa está me acompanhando, meu rei. — Aemond diz.

— Eu. Não. Quero. Essa. Pu...

— Majestade, temos assuntos mais importante para tratar. — Ouso a voz de Otto.

O silêncio se estala a sala, me deixando em dúvida sobre oque estava acontecendo.

—- Depois do ocorrido... o alvoroço... o banquete, os negros parecem ter se irritado, já que Daemon tomou Harrenhal nessa madrugada — Sir. Criston quebra o silêncio.

— Eles não se irritaram. — A voz de Alicent toma a sala — Eles se motivaram. Digamos que Visenya não é mais uma vantagem mas, uma desvantagem.

O comentário dela me rouba um sorriso.

— Por isso deveríamos pendurar a cabeça dela na estaca mais alta, ou enfoca-la em praça pública. — Aegon propõe.

— Não seja tolo. Como foi dito, ela é uma motivação a eles, quer que eles sejam mais motivados? — Otto rebate.

— Devemos aproveitar a oportunidade. Deixe que Daemon se distraia com Harrenhal, enquanto isso podemos tomar mais áreas. — Aemond fala — Devemos focar em Pouso das Gralhas.

— Pouso das Gralhas? Um castelo pequeno, não, não. — Aegon parece uma criança fazendo birra.

— Irmão, se tomamos toda a área de terra por essa região, os cercaremos. — Aemond insiste.

— Príncipe, é necessário está ciente do quão exposto estaríamos. Qualquer um dos negros pode voar até Pouso das Gralhas e revidar. — Sir. Criston rebate.

— Estou ciente, e tenho uma solução. Ficarei com Vhagar pela região, caso qualquer um dos negros apareça farei o necessário para obter nosso objetivo. — A voz de Aemond é sorrateira.

— Sem objeções, está decidido. Tomaremos Pouso das Gralhas. — Otto afirma.

— Não, eu não quero. — Aegon continua sua birra — É um castelo pequeno!!

— Aegon, não seja estúpido! Já está decidido. — Alicent repreendo o filho, ironicamente o "rei".

        As cadeiras se arrastam e os passos ecoam, assim que sala se torna silenciosa me levanto. Me viro e vejo Aemond, com aquele olhar vazio.

— Nunca mais faça isso. — Ele diz.

— Não garanto nada. — Digo com um singelo sorriso.

Aemond me acompanha até meu quarto. Me cerco com a esperança de receber a visita de Jason. Eu fico lá, esperando por ele. Mas, a porta não se abre. A noite cai, a madrugada começa e nada. Outro dia começa e meu coração se enche de agonia. Oque aconteceu? Onde estava Jason. Me levanto da cama, preparo um bom banho e me afundo na banheira, fico na água por trinta minutos ou mais. Saio de lá completamente enrugada, visto um de meus vestido e decido esperar por Jason na mesa de café.

Fazia mais o menos, uma hora que eu estava naquela mesa, repassando tudo que ouvi para ter certeza que decorei tudo. Talvez, ele não venha tão cedo. Minhas esperanças por sua visita já estavam fracas e machucadas.

Me volto para mesa derrubando meu olhar sobre — Deuses! Sejam piedosos. — Torço para que nada tenha acontecido com o Sir. Jason. Ouso três partidas a porta, meu corpo enrijece. Minhas preces foram ouvidas tão rapidamente assim?

Vou até a porta, a abro. Meus olhos encontram os de Jason. Minha boca entreabre e meus olhos se arregalam. Dou espaço para ele entrar, eu não podia acreditar. Bloqueio a porta colocando meu corpo contra ela. Jason estava a minha frente, ele faz uma referência e me encara.

— Sir. — Sussurro.

— Princesa.

           A voz dele se tornou o chão em meus pés, o ar que respiro. O inacreditável estava em minha frente, me chamando!

— Eu tenho muitas informações importantes. — Digo sorrindo — Então, serei breve. Não é como se tivéssemos todo o tempo do mundo.

         Ele acena com a cabeça em concordância.

— Hoje no conselho foi discutido o próximo ataque, que consiste em tomar Pouso das Gralhas, é uma decisão inteligente se for levado em conta que área pode nos cercar por terra. Aemond sabe dos risco em relação os dragões, e ele estará com Vhagar atento a qualquer ameaça.

— Vamos tomar precauções. — Ele me interrompeu — Você deveria estar focada em sua possibilidades de fuga, princesa.

           O silêncio toma a sala, apesar dele ter razão acredito que devo ajudar como todos os apoiadores de minha mãe.

— Talvez, essa seja a distração perfeita. — Ele quebra o silêncio — O Pouso das Gralhas é a brecha que precisamos. Enquanto Aemond estiver distantes você está perto de sua fuga. Princesa.

         Ele tira total razão. Tudo parecia se encaixar perfeitamente, se tudo ocorresse sem erros os resultados seria favoráveis a mim. Mas, algo em meu peito apertava com força. Era um incômodo incessante.

— Ficarei em alerta, assim que Aemond se for estarei te esperando nos fundos do castelo. Te levarei para casa. Princesa. — Ele diz se aproximando.

          A mão dele toca meu ombros, os seus olhos castanhos tocam os meus e ele sorri.

— Sua mãe está radiante com o progresso. — A voz já não é tão reconfortante assim.

         Me distancio da porta para que ele saia. O meu silêncio se instala no quarto. Uma dor pesada estava sobre meus ombros, meu pensamento estavam se ato distraído e incômodo dentro de mim não acabava.

Prometida a mim - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora