Capítulo34

125 8 0
                                    

Eu não me levanto da cama a duas semana, é claro que levanto para tomar banho e usar o banheiro, mas apenas para isso. Eu tento comer mas, tudo que chega ao meu estômago é jogado para fora. Ser eu tem sido uma tortura, me sinto vazia, e não sido nada além de vazio. Confesso que cogitei acabar com minha própria vida algumas vezes, mas não tenho energia nem para me jogar da janela. Eu odeio dormir, porque sempre sonho com a maldita batalha na Goela, o meu único conforto é Aemond. Acorda e tê-lo ao meu lado afasta todos os tremores. Ele anda ocupado, tem muitos confrontos sendo travados. Imagino que minha mãe está tão destruída quanto eu, eu a visitaria se tivesse forças. Mas esse quarto se tornou a minha prisão, e essa cama a minha cela. Estou presa, e não tenho forças para ser livre.

Aemond entra ao quarto junto de um curandeiro, Porque Aemond trouxe esse velho?

— Bom dia, princesa. Vim examina-lá, tenho alguns diagnóstico suspeitos. — O curandeiro diz.

Aemond se ajoelha ao lado da cama, e com um olha doce me encara. Ele estende a mão a mim, e me ajuda a sentar, ele se senta ao meu lado. O curandeira se aproxima, coloca a mão em meu pescoço e mede meus batimentos cardíacos.

— Parece normais. — Ele diz dando de ombros.

Ele coloca a mão em minha testa, e mede a minha temperatura com sua palma — Bem, também. — Ele anuncia.

Ele me analisa dos pés a cabeça, tira uma caderneta de seu manto e anota algo.

— Princesa vem comendo bem? — Ele pergunta a Aemond como se eu não estivesse presente.

— Não, as servas disseram... — Aemond tanta explicar assumindo um tom preocupado.

— Eu não estou doente. — Interrompo Aemond.

O curandeiro faz um sinal de negação — Não é isso que parece, está fraca, e pálida demais até para uma Targaryen. — O curandeiro diz.

— Bobagem, estou cansada, apenas isso. — Retruco.

— E provavelmente grávida. — O curandeiro complementa minha fala.

Oque? Pelos deuses! Ele só pode estar brincando. O curandeiro se volta para sua caderneta — Barriga achatada, seios inchados... tem dito enjoos?

Meus olhos vão até o de Aemond que estava tão espanado quanto eu. Me pergunto de onde vem nosso espanto, já que quando se foda na frequência que fodemos isso é esperado.

— Sim, a semanas. — Respondo ainda encarando o olho arregalado de Aemond.

— Quantas semanas?

— Não sei, acho que três. — Respondo.

— Não é comum ter esse tipo de sintoma com tanta frequência antes dos três meses, isso significa que o bebê não está recebendo oque precisa e quando recebe é tirando dele. Sem conta que foi exposta a tremenda estresse a duas semana atrás, é difícil afirma que o bebê ainda se encontra progredindo. — O curandeiro diz — Recomendo que siga uma dieta de líquidos, eles são absorvidos pelo corpo com mais facilidade, assim não terá oque vomitar, e seu bebê receberá as vitaminas, também é necessário que repouse, e o mais importante saia do quarto, para ser mais exato, você precisa viver.

O curandeiro faz uma referência e sai.

Se meus cálculos estiverem certos, estou grávida a um mês. Eu deveria ter notado antes, estava óbvio com os enjoos e seios doloridos. Acabo de descobrir que estou grávida, e já tenho medo de ter perdido meu bebê. Aemond parece paralisado ao meu lado, eu também estava ao lado dele. Nos dois estávamos parados, tentando absorver oque tinha acabado de acontecer.

— Visenya, eu sei que está sendo difícil, mas se estiver grávida tem que se esforçar. — Aemond diz com a voz arrastada.

Eu entendi oque ele quis dizer, ele quer que eu me levante da cama. Me viro para porta, passar por ela significa abandonar minha prisão. Coloco meus pés ao chão, e saio de minha cela. Caminho até a janela, e encaro o azul infinito que se estendia até a borda do mundo. Me volto para Aemond, ele ainda estava inexpressivo. Colo minha mão na barriga, porque nela estava as forças que eu precisava. Eu tinha que continuar, porque eu não aguentaria o fato de ter perdido mais alguém.

A dieta se baseava em uma tigela de mingau de aveia, com um copo de suco duvidoso, a cada duas horas. Todos os dias pelas amanhã eu tinha que caminhar pelo jardim, e absorver a luz do sol. Eu também recebia uma massagem durante o banho, um mimo das servas. Haelena, ficou feliz quando recebeu a notícia, não posso dizer o mesmo de Alicent. Aemond, está se esforçando para mediar seu tempo entre a guerra, e a mim. Mas, no fim eu sempre tenho toda a sua atenção.

Com um mês de boa alimentação, o meu corpo mudou. Eu ganhei peso, e pareço bem mais saudável assim. Meus seios e bunda estão enormes, apesar de ter dois meses o meu bebê ainda é pequeno e nada notável em minha barriga. Resumindo estou muito gostosa, Aemond diz isso com frequência, todas as noites quando me vê de camisola.

Saber que meu filho resistiu
aos meus momentos de dor, e que vive dentro de mim, é oque me mantém de pé.

   Haelena e eu liamos para os pequenos príncipes, no tapete de pele da sala de visita. Estávamos todos sentados em roda, Haelena e eu revisávamos a leitura, enquanto as crianças nos ouviam admiradas e curiosas.

— E então, a pequena menina comeu a maçã, desobedecendo todos. — Leio um verso do grande texto antes de passá-lo a Haelena.

— O reino se encheu de escuridão, com a árvore do fruto chorou... — A leitura de Haelena é interrompida quando as porta da sala se abrem.

     Era Aemond e Daeron, eles vestiam roupa de montaria, mas não cheiravam a dragão. Me levanto e ajeito o vestido, Aemond me cerca com o olhar antes de vim até mim. Ele leva a minha mão até a boca e a beija, com os olhos em meu rosto. Dou um leve sorriso bobo, e coloco sua mão enluvada em minha barriga.

— Está forte. — Digo.

      Aemond sorri — Quer voar conosco? Daeron deu a ideia de um passeio fora dos muros. — Ele propõe acariciando minha barriga.

— Claro, Haelena pode vim conosco? — Pergunto.

— Não, prefiro ficar aqui. — Haelena diz se levantando.

— Lena, vamos, a tempos não voa com seu dragão, ele deve sentir sua falta. — Insisto.

—- Certo, mas será um passeio rápido. — Haelena diz.

         Haelena e eu colocamos roupas de montaria. Aemond me convida para voar com frequência, agora que Asaprata está no fosse, ele sabe o quanto voar me faz bem. Vamos até o fosso buscar os dragões, assim que os encontramos montamos neles e atravessamos os muros de Kings' Landing.

         Daeron era um montador nato, o dragão dele voava muito bem, era rápido e ágio. Só que Asaprata se destaca, ele o ultrapassa sempre. Haelena sorria enquanto voava com sua dragão, ela parecia feliz. Aemond é Vhagar, eram como uma tempestade.

         Era isso que eu queria para meu filho, uma vida em que a melhor estratégia não garantisse a sobrevivência dele. Queria que ele e seu dragão voassem livres, sem o peso da guerra.

Prometida a mim - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora