Capítulo21

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Aemond se recusa acreditar em mim, por mais que eu jure amá-lo ele se recusa a acreditar. Creio que ele tenha medo do poder que a pessoa que amamos tem sobre nós. Tem medo do poder que tenho sobre ele. O poder de fazê-lo perder o controle. O poder de machuca-lo. Ele já foi muito machucado, não só por mim mas por muitos outros. O coração dele já deve estar cansado de se partir.

Caminho pelos corredores do castelo atrás de Aemond, que caminha enfurecido a minha frente. Me apresso e agarro seu braço.

— Você não pode continua insistindo nisso! — Minha voz é agressiva — Admita! Admita! Que se importa! É que ainda me...

Antes que eu pudesse terminar de fala ele se vira e me empurra contra uma parede com força, com tanta força que minha costas doem com o impacto. Ele me preencha, com todo seu corpo, e me faz ficar na ponta do pé, sendo sustentada em em pé por ele. Nosso olhos se tocam, eram tão melancólicos. Minhas mãos pousam em suas bochechas quentes, eu as acaricio. A respiração dele atinge meu rosto, ela é irregular e profunda. A boca dele estava tão perto que podia senti-la levemente. Ele estava cheio de raiva. Raiva de si mesmo por não deixa de me amar, mesmo tentando com todo seu ser.

— Está tudo bem. — Digo colocando os fios dele atrás de sua orelha — Vou espera até que esteja deposto a admitir, mas esteja abito a isso, por favor.

         Ele tira minha mão de seu cabelo e a beija, sinto sua boca na minha palma.

— Aemond! — Ouso a voz de Tily no inicio do corredor.

          Nossa atenção se volta para ela. Aemond se afasta, mesmo com minhas mãos sobre ele e o segurando. Ele me dá as costa e vai até ela.

             Quantas vezes meu coração se partirá até que ele admita.

Outro dia começa. Ouso as cortinas do quarto sendo apertas. Me volto ao barulho e vejo Bina, ela parecia feliz. Tinha um grande cesto de flores pendurado ao braço, as flores eram variadas, margaridas, tulipas e rosas amarelas. Bina vem até a cama e puxa os lençóis de mim fazendo o meu corpo arrepiar com o ar frio.

— Bina! — A repreendo.

— Vamos! O dia está lindo. Que tal um passeio? Ou sei lá! — Ela diz sentando na ponta da cama.

Me sento também. Trocamos olhares e sorrimos. A risada entre amigas é sempre verdadeira, e é mais eficaz que palavras. Na risada é possível sentir um grande carinho.

— Aqui! Pra você! — Ela diz soltando o cesto na cama.

— São lindas! Muito lindas. — Me estado até o o caule de algumas delas e as traga até o nariz — Lindas e cheirosas. — Acrescento.

— Então, onde esteve ontem à noite? — Ela pergunta — Eu vim te ver e não te achei.

— Ah, não se preocupe. Nada demais aconteceu, apenas fui com Aemond até a cidade.

— Oque? A cidade? Para que?

— Assuntos do castelo. Creio que Aemond pretenda traçar uma aliança com a Triarquia. — Respondo me levantando.

— Isso é bom?

— Para o povo sim... de alguma forma. — Pensando no quão prejudicial isso é a minha família.

— Acredito que seja ruim para você, ficar entre a família e o marido. Pode desabafa se assim deseja.

Enquanto vasculho meu guarda-roupa penso em como descrever meu sentimentos, as vezes nem eu os compreendia, eram tantos, e tão repentinos.

— Não há muito que dizer. Simplesmente torço para que ninguém se machuque, e tento ajudar quando possível. — Suspiro ao terminar.

— Oque tem a dizer sobre Aemond? E suas últimas...

— Ações? Ele está com raiva, focado em me punir, mesmo que isso custe muito. — Digo a interrompendo — Agora me diga com anda as coisas pelo castelo?

— A rainha Alicent anda tristonha. A rainha Haelena está... exilada... algo assim...

— Exilada? — Pergunto preocupada.

A rainha Haelena foi gentil comigo, sempre foi desde que éramos crianças. Ela não tinha maldade em nenhuma de suas ações, e seus sorrisos eram cheios de graça e delicadeza.

— Já sei oque faremos. Visitaremos a rainha Haelena. — Digo tirando um vestido de veludo preto do armário.

          Me visto e separo algumas das flores que Bina me deu, as daria a Haelena. Saímos pelo corredor até o jardim, onde Haelena costumava passar as manhãs. O jardim estava cheio de vida. O sol apesar de morno transmitia uma brisa reconfortante. O ar era frio mas, harmônico. Haelena estava em uma mesa branca, sentada tricotando enquanto seus filhos corriam pela grama. Me aproximo lentamente com Bina.

— Boa amanhã. — Desejo fazendo um breve reverência.

        Haelena sorri, e puxa uma cadeira ao seu lado para mim. Me sento e entrego a ela as flores.

— Obrigada.

— Eu que devo agradecer por sua gentileza. — Digo.

           Ficamos em silêncio enquanto   aprecio a paisagem. Os filhos de Haelena eram lindos, crianças raras. Portavam lindos cabelos longos de prata, os olhos eram azuis e as maçãs rosadas. Crianças raras. Os meus compartilharam da mesma raridade?

— São crianças saudáveis. — Haelena diz.

— Sim, são. — Digo ainda as admirando.

           A paisagem azul com sol brilhante não se comparava ao encanto que era ver aqueles cabelinhos longos sendo assombrados pelo vento, enquanto as perninhas corriam.

— Quando pretende ter o seu? — Haelena pergunta.

— O-oque? — Pergunto supresa — Em período de guerra? Não quero que nenhum filho meu nascer em momento de dor.

              Meus olhos se voltam para meu colo, minhas mãos apertam minhas coxas. Talvez Aemond não queira ter filhos, ou não queira ter filhos comigo. Eu não sei quanto tempo mais ele vai me odiar, também não tenho certeza que ele vai deixar de me odiar. Haelena se estende até mim e coloca sua mão em meu ombro, ela me acaricia.

— Se algo causa tanto conflito deveria ser destruído. — Haelena diz — Não comtemplado. Quando o poder vem da dor, não é poder é medo.

        A olho e vejo a verdade, porque nada nela é mentiroso.

         O caos é o principal tomento no jogo do trono. É o que causa instabilidade, tremor, furacão, confusão. Todas as peças do jogo estão perdidas mas cheias de ambição. A ambição traça caminhos em meio a escuridão, é a luz que ilumina apenas o objeto.

Prometida a mim - Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora