Deinert
Andava sozinha pelas ruas já escuras de Paris após ficar entediada numa boate, já que fui sozinha.
A rua não havia movimentação alguma, apenas ouvia o barulho do vento e o sentia bater no meu rosto, me refrescando.
Tentar uma nova vida onde você não sabe de nada é aterrorizante. Eu não deveria estar sozinha na verdade, meu ex noivo e eu planejamos nos mudar há cerca de um ano.
Namoramos dos quinze até os vinte e três anos, aos vinte e quatro noivamos, infelizmente ele resolveu jogar tudo fora quando dormiu com a minha melhor amiga enquanto me recompunha de uma apendicectomia uns meses atrás, mas descobri apenas na nossa festa de despedida na Alemanha três dias atrás ao restaurar as mensagens recentemente apagadas do seu celular em busca de um comprovante de residência.
Senti uma sensação de queimação no estômago, eu não bebi nada mas era como se estivesse com azia pós álcool.
Virei numa rua onde havia um rapaz escorado num poste com luz falha, enquanto ele fumava um cigarro.
Me fingi de louca e abaixei a cabeça colocando o cabelo atrás da orelha para que ele não pudesse ver meu rosto e nem eu o dele.
Passei, ufa.
Apressei meu passo.
Merda!!!
Ouvi passos vindo atrás de mim e senti meu coração errar batidas.
Eu tenho um cartão de crédito, um gloss da Dior, um celular e um sonho, que por sinal é não ser roubada por esse homem.
Eu comecei a desviar o caminho da minha casa para que ele não descobrisse onde eu morava.
Onde está essa gente? Paris é cidade só de luz? Onde estão as pessoas?
4 da manhã elas provavelmente estão em casa.
Fiquei com vontade de chorar de desespero, certeza que se Cameron estivesse aqui eu não estaria passando por esse perrengue, ou se estivesse pelo menos não estaria sozinha.
Não lembra desse traste agora Sina!
Ouvi uma risada e isso me assustou, mas percebi que não vinha de trás de mim e sim um pouco a minha frente.
Tinham umas cinco pessoas numa roda conversando na frente de uma conveniência.
Todos eles estavam com roupa de festa e com garrafas de água na mão, provavelmente saíram de alguma festa.
Um dos caras me olhou, ele vestia uma camisa branca desabotoada e seus cabelos estavam levemente bagunçados.
Ele disfarçou e vi ele gesticulando algo com os amigos rapidamente.
Por favor me ajuda. Gritei.
Na minha cabeça.
Ao chegar uns 3 metros próximo deles, o rapaz se virou para mim e disse:
— Amor, achei que você não fosse chegar nunca! — ele disse me estendendo a garrafa de água e pra melhorar, em inglês.
Se ele falasse francês eu ia morrer aqui mesmo, já que não entendo nada.
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escape | noart
Fanfictiononde Sina é perseguida nas ruas de Paris e tenta escapar se misturando num grupo aleatório.