Urrea
Vim até um bar para encontrar com meus amigos, fazia um tempo que a gente não saia juntos e ninguém merece passar a sexta sozinho.
— Noah! — Heyoon me abraçou. — Sina não veio? — ela franziu o cenho e eu também.
— Heyoon, não é assim que a banda toca. — eu disse já bebendo uma cerveja.
— Achei que quando eu te chamei estava subentendido que ela tinha que vir também. — ela bufou e eu ri sem acreditar no pensamento da coreana.
— Só pra sua informação eu e ela não somos nada. — ela cruzou os braços. — O que?
— Vocês tavam de casalzinho naquele dia, sei lá, imaginei que estivessem saindo.
— E desde quando Noah sai com alguém? — Lamar perguntou e riu. — Certeza que ele já fez o que queria e a botou para correr pela manhã.
Pude ver que meu amigo estava bem bebado, um dos motivos de eu não ter quebrado a cara dele.
— Naquele dia do karaokê, eu vi os roxos no pescoço dela, caralho, o mano não tá pra brincadeira. — Josh disse bebendo sua latinha.
Coloquei a garrafa com tudo na mesa, podendo até ter estraçalhado ela na minha mão.
Supor que aquela coisa horrorosa que estava no pescoço de Sina era apenas um machucado de sexo e ainda causado por mim me enojou de todas as formas possíveis.
— Dá pra calarem a porra da boca! Mudem de assunto caralho, eu não fiz nada com ela e nem vou fazer. — me irritei sentindo meu estômago praticamente revirar-se.
A situação que Sina estava inserida naquele momento era repugnante.
— Tá bom, não tá mais aqui quem falou. — ele se rendeu. — Mudando de assunto, vocês viram os jornais? Aquele jogador novo foi preso.
— Pelo amor de Deus. — aquela história toda me dava vontade de enfiar uma faca do ouvido, não aguentava mais, pedi três shots de tequila e mandei-os para dentro.
Enquanto observava Heyoon e Josh trocando olhares cúmplices, não pude evitar que uma onda de questionamentos me invadisse. Eles estavam em um lance não oficial, mas parecia sério de alguma forma. A forma como se olhavam e riam juntos era contagiante, e eu me perguntava: o que estava acontecendo comigo?
Lamar e Any também estavam em uma dinâmica interessante, algo casual, mas que claramente estava evoluindo. Eu não conseguia deixar de me sentir deslocado, mesmo eles não dando motivos para isso, já que não ficam de pegação na frente dos outros e tal, sempre é algo discreto.
Por que nunca havia sentido aquela atração intensa após uma noite? Meus relacionamentos sempre pareciam superficiais, e o pensamento de algo mais profundo me deixava ansioso.
Era como se houvesse uma barreira invisível me afastando. Quando estava com alguém, a mente se enchia de incertezas. E se a conexão não fosse real? E se a outra pessoa não estivesse tão interessada quanto parecia? A ideia de um amor duradouro parecia uma miragem — sempre fora de alcance.
Enquanto observava meus amigos, sentia um desejo crescente de ter aquilo também. Aqueles momentos de carinho, as promessas não ditas... tudo isso me parecia tão distante. Eu ansiava por alguém que me fizesse sentir aquela conexão profunda, mas a vulnerabilidade que isso exigia me prendia.
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escape | noart
Fanfictiononde Sina é perseguida nas ruas de Paris e tenta escapar se misturando num grupo aleatório.