Urrea
Creio que tenham se passado duas semanas desde que Sina começou a frequentar a casa da minha irmã em busca de instruções para o julgamento que seria em alguns meses, achei que isso deveria ser feito imediatamente, mas eram necessários mais detalhes sobre o caso, como antecedentes e tudo isso.
Não entendo nada disso, fiz um único bimestre na faculdade de direito, vi que ali não era mesmo o meu lugar.
Hoje, por ser aniversário de Linsey, fui em busca de um presente pra ela, mesmo sendo quase impossível por ela ter absolutamente tudo. Comprei um tênis novo, já que ela já havia reclamado de calos vindo de um que usa habitualmente.
Agora eu me olhava no espelho terminando de me arrumar meus fios.
Adentrei o apartamento de minha irmã e a vivi exibindo o filho para alguns de seus convidados.
Dei um beijo na cabeça da minha irmã e beijei o braço do meu sobrinho, beijar a mão de bebês pode ser perigoso e tenho ódio de quem faz isso, principalmente com meu sobrinho.
Ao me virar para a frente vi que ela falava anteriormente com Sina, ela estava melhor, pelo menos aparentemente.
— Caprichou hoje em? — eu disse a cumprimentando. — Boa noite, Sina.
— Obrigada. — ela sorriu. — Boa noite pra você também.
Eu analisei sua aparência, não haviam mais resquícios nenhum de hematomas por seu corpo, pude ver em seu pescoço que não havia maquiagem alguma o cobrindo, ela vestia um vestido vermelho comprido com uma pequena fenda na perna direita e seus cabelos loiros estavam levemente curvados nas pontas.
Linsey foi recepcionar outras pessoas, me deixando sozinho com Sina.
— Como está? — perguntei.
— Melhor. — ela deu um gole em seu champanhe, se sentando no sofá. — Por mais que seja um processo chato, parece que estou despreocupada de alguma forma.
— Que bom. — era algo bom de se ouvir. — E o seu francês?
— Está melhor do que costumava ser. — ela respondeu em francês. — Comecei a assistir mais televisão, comecei algumas aulas on-line e parece estar funcionando. Logo irei atrás de lugares para entregar meu currículo.
A aplaudi e ela fingiu fazer um agradecimento como se estivesse de frente para uma grande plateia.
O aniversário rolava e nós dois estávamos há horas falando bobagem enquanto intercalávamos champanhe, salgadinhos e água, não era como se eu conhecesse os amigos da minha irmã então foi legal ver alguém conhecido.
Na verdade, talvez eu conhecesse alguns.
Vi de longe Liana se aproximando de onde eu estava, me cumprimentando com um beijo na bochecha, falando em seguida de sua vida.
Voltei o olhar para Sina e ela ria da minha situação, provavelmente ela percebeu Liana passando as mãos por meus braços e pela minha cara deve ter entendido o que estava acontecendo, já que não podia entender propriamente pelo fato de Liana falar rápido e em francês.
— Tá afim de sair daqui? — ela perguntou brincando com a taça de seu Martini.
— Estou tranquilo obrigado. — desviei o olhar e vi Sina sair rindo.
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escape | noart
Fanfictiononde Sina é perseguida nas ruas de Paris e tenta escapar se misturando num grupo aleatório.