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Urrea

Enquanto olhava para o celular, a ansiedade se acumulava em meu peito. Já se passara uma semana e meia desde a última vez que vi Sina, e a ausência de suas mensagens me deixava inquieto. O silêncio que se estendia entre nós era como um peso pesado, e eu não conseguia evitar a sensação de que algo estava errado.

Aquela tarde incrível que compartilhamos ainda estava fresca em minha mente. Lembro-me de como ela se entregou àquele momento, como se estivéssemos em um mundo só nosso. A conexão que sentimos foi intensa, e eu a vi brilhar com uma confiança que a tornava ainda mais especial. Mas agora, a dúvida começou a me consumir. Será que eu a pressionei de alguma forma? Será que, ao buscarmos essa intimidade, eu a deixei desconfortável?

Eu não conseguia entender por que ela não tinha dado sinal de vida. Pensava em todas as mensagens que enviei, cada uma mais ansiosa que a anterior, e não obtive resposta. O que teria acontecido? Será que ela estava lidando com suas inseguranças? Será que eu a assustei? A ideia de que nossa conexão poderia ter sido interrompida por um mal-entendido me deixava inquieto.

Poxa, eu a perguntei várias vezes, não era justo, eu sempre deixei claro que poderíamos conversar sobre qualquer coisa.

Decidi que precisava desabafar com alguém e fui até Ethan, meu cunhado. Ele sempre teve um jeito bom de ver as coisas e, quem sabe, poderia me ajudar a colocar os pensamentos em ordem. Quando cheguei à casa dele, a preocupação já era visível em meu rosto.

— E aí, Noah, o que aconteceu? — Ethan perguntou, percebendo que eu estava em um estado de apreensão.

— É a Sina. — comecei, tentando encontrar as palavras certas. — Segui seus conselhos, fiz tudo o que pude para tornar a conversa leve mas as coisas foram a diante no mesmo dia, nós tivemos uma tarde incrível e passamos o resto do dia juntos em minha casa, mas desde então, ela não respondeu minhas mensagens. Já faz uma semana e meia. Estou preocupado que eu tenha feito algo errado, algo que a fez se afastar.

Eu pude jurar ter sentido meus olhos arderem.

— Eu forcei a barra, não era pra eu ter conversado com ela sobre, ela deve ter se sentido pressionada. — eu batia meu pé involuntariamente no chão, eu realmente estava desesperado.

Ethan me olhou com compreensão.

— Às vezes, as pessoas precisam de um tempo para processar as coisas, especialmente quando se trata de novas experiências. Pode ter sido muito intenso para ela, e isso não significa necessariamente que ela esteja arrependida.

— Mas eu não queria que ela se sentisse pressionada. Eu acho que talvez eu realmente goste dela, e a última coisa que quero é que ela se sinta desconfortável comigo. — confessei, sentindo a frustração misturada com a preocupação.

— É normal ficar apreensivo, mas você precisa dar espaço a ela. Se ela estiver pronta, ela vai voltar. E se não, bem, pelo menos você saberá que fez o melhor que pôde. — Ethan respondeu, tentando me confortar. — Sei que você fez apenas o que ela e o momento permitiram, não é culpa sua.

Eu assenti, absorvendo suas palavras. A insegurança ainda pesava sobre mim, mas havia um pequeno alívio em saber que talvez não fosse apenas eu. A incerteza sobre o que estava acontecendo com Sina continuava, mas eu sabia que precisava esperar um pouco mais. O que quer que fosse, eu esperava que ela voltasse.

— Não vou deixar as coisas assim. — eu disse acordando do meu transe. — Ela não vai ficar se esquivando de mim e lidando com isso sozinha.

Peguei minha jaqueta no cabide e vi meu cunhado franzir o rosto.

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