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Urrea

Estacionei o carro, desliguei o motor e fiquei parado por um momento, observando a casa de praia onde tantas lembranças da minha infância estavam guardadas. O som das ondas ao fundo misturava-se ao leve burburinho de conversas que vinham do terraço. Minhas mãos ainda seguravam o volante quando senti o toque leve de Sina no meu braço.

— Está tudo bem? — ela perguntou, a voz suave, com uma preocupação genuína que me fez relaxar um pouco.

Assenti, forçando um sorriso.

— Sim, só... pensando

Ela sorriu de volta, um pouco tímida, mas firme.

Abri a porta e saí do carro, respirando fundo o cheiro de sal e areia. Linsey já tinha saído com Ethan e estava ajeitando Louis na cadeirinha. Meu sobrinho, com seus três meses de vida, era como um imã de atenção, algo que provavelmente seria útil nesta situação.

— Vamos logo, Noah! Mamãe e papai estão esperando — Linsey chamou, a voz animada como sempre.

Sina saiu do carro e ficou ao meu lado, ajeitando o cabelo que o vento insistia em bagunçar. Por um momento, enquanto ela olhava para a casa com aquele ar curioso, quase encantado, me peguei observando-a. Havia algo nela que me prendia, como se fosse impossível desviar o olhar. Mas antes que eu pudesse me perder mais nesses pensamentos, senti uma cotovelada leve de Linsey.

— Vamos? Ou você vai ficar aí olhando pra ela o dia todo? — ela sussurrou, rindo.

Ignorando o comentário, subi os degraus do terraço com Sina ao meu lado. Ethan vinha atrás, segurando Louis como se carregasse um troféu. Assim que chegamos, minha mãe, Wendy, apareceu na porta com o mesmo sorriso acolhedor de sempre.

— Vocês chegaram! — ela exclamou, abrindo os braços para me abraçar. — Finalmente! E... — Seus olhos passaram rapidamente de mim para Sina. — Quem é essa? — disse num tom animadíssimo.

Antes que eu pudesse responder, meu pai, Marco, surgiu atrás dela, secando as mãos em um pano de prato. Ele arqueou as sobrancelhas ao ver Sina.

— Isso é novidade — ele disse, lançando um olhar divertido para minha mãe.

— Essa é a Sina — respondi, tentando soar casual. — Minha... amiga.

— Amiga? — minha mãe repetiu, mas o tom dela deixava claro que ela não estava comprando a ideia.

— Hm, amiga — meu pai murmurou, com um sorriso que fez meu rosto esquentar.

Sina, para minha surpresa, apenas sorriu educadamente, estendendo a mão.

— É um prazer conhecer vocês, senhora Wendy e senhor Marco.

— Oh, querida, sem formalidades! Me chame de Wendy — minha mãe disse, pegando a mão dela e a puxando para um abraço rápido.

Enquanto isso, meu pai se aproximou de Louis, que estava nos braços de Ethan.

— Ah, o meu neto favorito! — Ele fez uma pausa dramática. — Bem, o único, mas o melhor mesmo assim!

Ethan riu.

— Ele é realmente incrível. Pena que ainda não consegue ser tão incrível como o pai ainda, mas logo quando ele começar a falar, ele vai ser uma mini cópia minha. — Ethan brincou e vi minha mãe abraça-lo rindo, ele sempre foi muito querido pelos meus pais, ele fez muito pela minha irmã e por todos nós.

— Vamos entrar, todos vocês! — minha mãe insistiu, já pegando Louis para enchê-lo de beijos. — O almoço está quase pronto, e quero saber tudo!

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