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— Você não viu mais ele? –Pergunto a Lana, que está sentada comigo em uma das mesas perto da área da piscina. O bebê é bem esfomeado, porque ela já comeu dois sanduíches e uma salada de frutas tranquilamente.

— Não. E sinceramente, não quero mais vê-lo. Estou tranquila por Grace ficar com você até que você faça dezoito no ano que vem, Paul não é bom para nós. –Por mais que o costume faça essa frase soar como se não nos importássemos, nós duas estamos extremamente decepcionadas.

— Estou ansiosa para ver meu sobrinho. –Mudo o assunto depois de alguns segundos em silêncio. Nada de climão por causa do Paul.

— Ele é uma bola de hormônios, literalmente, sinto alterações de humor e no meu corpo o tempo todo. E só estou de pouco mais de dois meses. –Lana revira os olhos e nós rimos.

— Deixe-me ajudar com o enxoval, por favor.

— Claro, pirralha, mas ainda vai demorar um pouco. Talvez apenas no final do segundo trimestre. –Assinto rapidamente. Mal posso esperar.

Estamos conversando casualmente sobre seu novo apartamento em Michigan quando vejo Madelaine e Camila atravessando a área da piscina com tudo. Ai meu Deus, elas querem derrubar alguém na piscina de novo?

— Lili!

— Lili! –Elas chegam gritando em uníssono, faço careta e tapo meus ouvidos.

— O que? –Questiono quando elas chegam perto o suficiente, ofegantes e com feições de espanto.

— Você precisa ir até a enfermaria, o Cole se meteu em uma briga. –Simples assim, pulo da cadeira com olhos arregalados. Não pode ser. Meu Cole? O Cole quieto e tranquilo? Batendo em alguém?
...

Ele de fato bateu em alguém. O rosto de Brad, um garoto do segundo ano, parece um pedaço de carne sangrento. Seu nariz, sua boca, a maçã do seu rosto, e seu olho esquerdo está começando a inchar. Terrível. Dá para acreditar que Cole fez isso?

Quando entro na enfermaria, as meninas e a Lana ficam do lado de fora e a Sra. Grace e a enfermeira estão prestes a sair para nos dar privacidade. Brad vai ser tratado na sala ao lado.

Cole está sentado na maca, cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça pendendo para frente. Ele parece mal.

— Meu amor, o que aconteceu? –Pergunto suavemente, aproximando-me com passos cuidadosos e parando na sua frente. Cole balança a cabeça em negação e continua com a cabeça baixa.

O que aquele idiota fez para deixar meu namorado assim? Seriamente? Cole é a pessoa mais relaxada que eu conheço, ele tem problemas em casa, mas não desconta nada nas pessoas ao redor. Brad deve ter feito alguma merda.

— Você não vai falar comigo? –Murmuro, segurando seu rosto cuidadosamente entre minhas mãos e o levantando para olhar para mim.

Estremeço um pouco, há um corte no seu supercílio fechado por pequenas bandagens de borboleta, um hematoma crescendo na sua bochecha esquerda e seu lábio inferior está estourado. Brad estava muito pior.

Seus olhos azuis estão focados nos meus, mas ele não parece estar realmente aqui. Forço ele a separar suas mãos cheias de curativos e me encaixo entre suas pernas, Cole segura minha cintura delicadamente, apertando vez ou outra.

— Há poucos dias você ficou tão feliz quando eu finalmente desabafei com você, –Começo, afagando sua bochecha afetuosamente. — Mas você não sabe como conversar com você me ajuda, Cole. Tanto. Eu gostaria que você pudesse ter a mesma confiança em mim, mas eu sei que essas coisas não acontecem assim. Saiba que estou aqui a qualquer momento, sempre, para quando se sentir confortável para falar.

— O problema sou eu. –Ele finalmente fala, acariciando seu nariz contra o meu, beijando meu rosto e meus lábios suavemente. — Desculpe, você está certa. Eu realmente fiz isso, te pedi para superar seus bloqueios emocionais e aqui estou escondendo meus problemas de confiança.

— É por causa do seu pai?

— Sim. É. Pode parecer estúpido, mas ele ferrou minha cabeça. Meu pai parecia perfeito, Lili, porra, muito perfeito. Então do nada descobrimos vários de seus casos extraconjugais e um filho fora do casamento? Puta merda, isso me deixou paranóico. –Cole fecha os os olhos com força e respira fundo. — É disfuncional eu continuar me proibindo de desabafar com você. Você é a minha garota, minha Lili, tão forte pra caralho e sincera. Meu medo é inconsciente, me desculpe, mas eu vou lutar contra isso a partir de agora.

— É compreensível, amor, no seu tempo. –O tranquilizo.

— Gosto quando você me chama assim. –Sussurra e eu sorrio fraco. — Bati naquele idiota porque ele estava falando de você.

— De mim? –Mal posso mascarar minha surpresa.

— Sim. Essa maldita escola é um buraco de fofoqueiros, ele estava falando sobre o que aconteceu aqui com a sua mãe. Foda-se, Lili, eu fiquei louco, ele não tem o direito de falar sobre isso. –Explica, parecendo tão zangado. Enquanto isso, meu peito esquenta e meu coração derrete aos seus pés. Cole perdeu a cabeça porque viu alguém falando mal sobre mim, Cole fez isso para me proteger. Deus... eu, está doendo. Estou tão louca por ele que dói.

— Cole, meu Deus, eu adoro você. Estou tão apaixonada que me deixa sem fôlego. –Digo de repente e ele perde as palavras, subindo suas mãos da minha cintura para o meu rosto.

— Ei, linda, eu também estou loucamente apaixonado por você. –Sussurra, puxando-me para um beijo lento e tão sentimental, é diferente, a forma como ele está me segurando, como sua língua acaricia a minha tão prontamente.

— Prometa não se machucar mais assim por minha causa. –Sem fôlego, eu sussurro contra os seus lábios. Sinto seu sorriso contra mim e Cole desce suas mãos lentamente para acariciar minha bunda. É a primeira vez que ele me toca assim. E meu Deus, eu não sabia que precisava disso até sentir. Um vazio excitante se instalou no meu ventre e um arrepio subiu pelos meus braços.

— Vou me envolver em quantas brigas forem necessárias para proteger você, querida. Entenda isso. –Murmura com uma voz tão rouca que me faz tremer em seus braços. É um tipo de tensão diferente, está cheia de eletricidade quente entre nós.

— Se eu não posso te parar, saiba que farei o mesmo. –Nossas testas estão encostadas e Cole vê quando mordo meu lábio inferior porque ele apertou minha bunda em uma espécie de desaprovação.

— Garota má. Minha garota. –Sorrio abertamente e fico na ponta dos pés para iniciar um novo beijo. Dessa vez mais forte e rápido, Cole mantém suas mãos na minha bunda e amassa entre seus dedos com tanta vontade que me faz suspirar. Isso é totalmente novo para mim, esse toque íntimo e luxurioso, tão bom. Eu gosto disso. Eu quero mais, com Cole.

Nem sei quantos minutos se passaram. Nossos amassos evoluíram para algo tão quente que eu estava começando a suar, meus seios estavam pressionados em seu peito e Cole mordeu meu lábio inferior e chupou meu colo, sob a camisa, onde ninguém poderia ver. Me peguei sentindo meus mamilos eriçados contra meu sutiã, por um segundo eu pensei que Cole iria até lá, e eu desejei muito isso. Mas a enfermeira voltou e nos expulsou com um olhar de horror no seu rosto.

— Oh meu Deus. –Ofeguei quando saímos rindo da enfermaria. Não havia mais ninguém nos esperando do lado de fora, graças a Deus, porque todos iriam perceber o quanto eu estou corada. Eles saberiam o que estava acontecendo. Estávamos prestes a... não sei, estávamos simplesmente nos devorando.

— Você me faz perder o controle, é culpa sua. –Cole brinca, enlaçando minha cintura e nos levando para fora da recepção.

— Ei! –Dou um tapa no seu braço e reviro os olhos, mas não consigo prender o sorriso.

Eu não poderia imaginar tantas reviravoltas. Encontrei nesse colégio uma fonte da felicidade. Claro, no meio do caminho passei por coisas dolorosas, ainda dói muito, tem dias que a saudade é tanta que sinto vontade de quebrar tudo. Mas então Cole chega e me beija, ou as meninas me abraçam e contam piadas horríveis, ou Grace e Lana vêm conversar sobre tudo comigo. É... é tudo o que nunca imaginei que teria, mas exatamente o que eu precisava.

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The Crack - SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora