Missão sobre a Lua Cheia, Part 2- Encontro com o inimigo

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Pov: Tomioka

Com um movimento rápido, o demônio se lança na minha direção, sua presença imponente enchendo o ar com uma aura de perigo palpável. Eu me desloco ágil e preciso, desviando dos golpes poderosos que ele desfere com sua força sobrenatural. Cada movimento que faço é calculado, cada passo uma dança mortal entre dois adversários determinados.

_Você sabe porque me chamam de Devorador de Almas?_seus olhos refletiam um desejo sinistro por sangue, cada palavra que ele proferia ressoava por todo o meu corpo, fazendo com que um arrepio percorresse minha espinha._Porque quando mato minha vítima, eu devoro a alma dela, e a cada alma que absorvo, fico mais forte._o demônio ri, seu riso carregado de um prazer doentio._E esses espíritos, nunca terão paz.
Apesar do horror que o discurso do Devorador de Almas evocava, não me permito perder o foco, já vi muitas coisas lamentáveis sendo um caçador de demônios, e infelizmente isso não me surpreende.
Mantenho minha respiração controlada, cada inspiração e expiração são medidas, regulando o ritmo do meu coração. Em um jogo de movimentos silenciosos de preparação, me posiciono com precisão, os músculos tensos.
Ergo a Katana lentamente em direção ao Oni.
Minha mente está focada, alerta para cada detalhe do ambiente ao meu redor.

_Respiração da água, décima forma. Jū no kata Seisei ruten.
Avanço com tudo para cima de Kurogiri, os primeiros golpes são rápidos e precisos, uma série de movimentos fluidos. Cada impacto ressoa através da lâmina, enviando uma vibração de energia através do meu corpo. A intensidade de meus ataques aumenta gradualmente.
No entanto, o demônio consegue desviar com facilidade das minhas primeiras investidas, e os únicos golpes que conseguem de fato encostar nele, são como uma picada de inseto.
Maldito!

De repente, uma pancada brutal atinge minha têmpora, um impacto que reverbera como um trovão dentro do meu crânio. O mundo ao meu redor parece desfocado, distorcido pela dor aguda que se espalha como uma onda através de minha mente. Por um instante, minha consciência oscila, enquanto uma sensação de náusea se revira no fundo do meu estômago.
Instintivamente, minhas mãos buscam apoio nos meus joelhos tentando recuperar a estabilidade.
_Vocé é patético._escuto a voz de Kurogiri, com um desgosto evidente._Eu não consigo nem me divertir com você.

Eu me concentro intensamente para evitar perder a consciência, aplicando técnicas de respiração de recuperação. Cada inspiração é medida e controlada, enquanto eu sinto o oxigênio revitalizando meu corpo. Mantenho minha mente em um estado de serenidade profunda, bloqueando completamente as provocações do meu adversário. Cada palavra hostil é como um murmúrio distante, enquanto eu me concentro apenas na minha respiração e na preparação para o próximo movimento.
E é aí que eu sinto a calmaria chegar.
_Respiração da água, décima primeira forma. Jū Ichi no Kata: Nagi

Pov: Shinobu

Sigo por uma área mais afastada da vila, me movendo por entre as árvores para conseguir uma visão melhor da área de baixo.
Meus sentidos estão todos armados, atentos para qualquer perigo que possa surgir, meus olhos se estreitam buscando algo no meio das sombras, me mantenho o máximo focada que consigo. No entanto, tudo está parado e silencioso, não existe nenhum sinal de vida, e quando eu falo nenhum sinal de vida, é porque nem ao menos vejo ou escuto os insetos, o que é algo que com certeza deveria existir em uma floresta como essa. Tem algo muito errado por aqui.

Finalmente consigo avistar uma construção à frente, e decido me aproximar para ter uma visão completa do edifício.
Olho ao redor observando a contrução, aparenta ser uma casa abandonada e bem atinga pelo estado em que se encontra, as paredes estão completamente desgastadas e contém várias rachaduras, além de estar coberta com vinhas por todas as extremidades.
É uma visão um tanto perturbadora, que por algum motivo me causou um pressentimento esquisito.

Aterrisso no chão e imediatamente sinto uma onda de calafrios percorrer todo o meu corpo. A sensação é intensa e o ar fica mais carregado. Meus olhos se arregalam involuntariamente diante da experiência.
Tem algo de errado por aqui.
Talvez...Não, eu tenho certeza, que esse é o esconderijo dos Onis.
Chamo o meu corvo até mim e dou a ordem para ele comunicar a Giyuu que consegui encontrar o lugar.
Enquanto aguardo sua chegada, uma inquietação cresce dentro de mim, como se algo invisível me empurrasse para dentro da casa. A necessidade de explorar se torna irresistível, e sem hesitar mais, abro a porta rangente e adentro com determinação pulsando em minhas veias.
Um corredor sombrio se estende à minha frente, envolto em uma penumbra densa. Apesar da escuridão, continuo avançando com passos leves e cautelosos.
Finalmente o bendito corredor(que parecia quase infinito) acaba, e me surpreendo ao ver que o interior da casa está iluminado, e os móveis são antigos, porém meticulosamente preservados.
Minha mente não consegue reconciliar a beleza intocada do interior com a decadência visível do lado de fora. O contraste é desconcertante, quase surreal. Como é possível que esta residência, caindo aos pedaços do lado de fora, mantenha-se tão impecável por dentro?
Cautelosamente, avanço mais um passo, absorvendo cada detalhe do ambiente.
Isso não é algo que se vê todo dia.
Eu não sabia que os demônios poderiam se importar com esse tipo de coisa, mas pelo visto alguns são bem vaidosos com os lugares em que moram.
Meus olhos captam uma porta discreta no canto da sala iluminada. Com movimentos cuidadosos, chego até ela e deslizo suavemente, revelando o que está por trás......
....
....
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O que encontro do outro lado faz meu coração saltar uma batida dolorosa. Minha respiração vacila por um instante, e meu corpo inteiro reage com uma onda de emoção intensa. Diante de mim, está Douma, o Lua Superior 2, o demônio que assombra meus pesadelos desde o dia em que perdi minha irmã.
O ódio fervente dentro de mim queima como uma chama incontrolável. Cada músculo do meu corpo está tenso, pronto para o confronto que tanto esperei. A lembrança da minha irmã, seu rosto doce e sua voz gentil, intensifica minha sede de vingança.
É hoje que eu mando esse desgraçado pro inferno, nem que eu tenha que morrer fazendo isso.

É hoje que eu mando esse desgraçado pro inferno, nem que eu tenha que morrer fazendo isso

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Mistérios à Luz Da Lua (Shinobu e Tomioka)Onde histórias criam vida. Descubra agora