Mistérios à Luz Da Lua (Shinobu e Tomioka)

No Silêncio da Noite

Pov: Shinobu

A Lua cheia estava linda essa noite, se destacando no vasto céu preenchido de estrelas brilhantes, sua luz prateada refletia em um pequeno lago perto do jardim, causando uma iluminação natural que fazia com que tudo ficasse um pouco mais belo.
Era algo encantador de se admirar.

Além de ficar mil vezes melhor vendo do telhado sentindo o vento da noite soprar no meu rosto. Se tornou um hobby para mim, sempre quando estou sem sono ou querendo refletir um pouco, vou para o telhado e de algum jeito, isso me acalma.

Com os olhos fechados para aproveitar o momento, ouço o som de passos suaves sobre as telhas e sinto a presença de Tomioka se aproximando. Ele se sentou ao meu lado.

_Não conseguiu dormir?_pergunto, abrindo os olhos para encara-lo. Seu cabelo agora não está mais amarrado em uma chuquinha, o que é uma pena. Ele ficou muito engraçado. Mas observando melhor, a luz da Lua realmente combinava com ele, trazendo um brilho para seus olhos e fazendo com que seus traços ficassem mais evidentes.
Ficou bem... bonito.
An?
Por que estou reparando nisso?

_Acho que já dormir demais hoje._ responde, olhando de canto com desprezo para xuxinha de borboleta. Ainda não superou?_E você?

Volto a olhar para o céu e mim inclino para trás com as mãos atrás das costas apoiadas nas telhas.

_Estou refletindo._digo com uma voz suave e contemplativa fechando os olhos novamente, sentindo uma nova onda de vento soprando meus cabelos. Apesar de fazer um pouco de cosquinha em meu rosto, a sensação é agradável.

Ficamos em um silêncio reconfortante que se estendeu por alguns minutos, um silêncio em que as palavras não eram necessárias. Era o tipo de silêncio que envolvente, onde o simples estar presente um para o outro criava uma conexão de entendimento mais do que uma conversa.

_Tomioka, você ficaria triste se eu tivesse morrido?._digo com tranquilidade o pensamento que me ocorreu. Apesar de saber que foi uma pergunta idiota da minha parte. Giyuu sempre foi uma pessoa fria, antigamente seus olhos sempre estavam vazios quando eu o olhava, até a sua voz permanecia firme e calma em momentos críticos. Eu nunca nem vim ele chorar.

Ao ouvir minhas palavras, o Hashira me vira para encarar com as sobrancelhas franzidas em confusão.
_Por que está perguntando isso do nada?_O tom de sua voz soando como um misto de espanto com perturbação.

_Eu não sei... talvez porque amanhã a noite nos vamos...

_Você tá pretendo enfrentar aquele demônio de novo sozinha?_ interrompe, com a voz um pouco mais elevada me fitando com intensidade, mas logo é substituído por uma expressão mais suave e ele dá um suspiro resignado_Foi ele que matou a sua irmã, não é?

_Sim, ele que matou a Kanae._falo, sentindo as lembranças sobre minha irmã e a luta contra Douma retornam em minha mente_...Mas, por mais que eu queira matá-lo da pior forma possível, não estou disposta a me sacrificar no processo como antes.

Me sinto mais leve após compartilhar esses sentimentos com ele, antes, eu ficava tentando esconder ao máximo o meu ódio pelos Onis e os meus desejos de vingança contra Douma, mas... agora nem estou me esforçando para fazer isso.
De alguma forma, sinto que realmente mudei.

_E o que fez você mudar de ideia?_sua pergunta é genuína e esboça uma curiosidade verdadeira.

Permaneço em silêncio, minha mente agitada enquanto um rubor sutil se espalha pelas minhas bochechas. A sensação é quase tangível, um calor que se reflete na minha face e denuncia o que estou tentando esconder.
Não revelarei que a causa dessa mudança está  relacionada a ele, é difícil falar sobre sentimentos tão íntimos e vulneráveis. As palavras parecem fugir de mim, incapazes de expressar a complexidade das emoções que me envolvem. O desafio de expor esses sentimentos faz com que cada respiração carregasse o peso do que não posso dizer.