O Sono de Giyuu

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Pov: Shinobu

Tomioka me fita com uma surpresa nítida no olhar. Seus olhos, geralmente frios e indecifráveis, mostravam espanto. Observo uma borboleta de tons azuis e lilás dançando pelo ar, passando suavemente pelo seu rosto. Ele levanta a mão em um movimento sutil, tentando evitar que a delicada criatura pouse em sua pele e tampe sua visão.

_Você está... diferente. Aconteceu alguma coisa?_ pergunta, a voz soando calma e baixa, mas carregada de um tom de curiosidade genuína. Seu olhar permanece fixo no meu, como se tentasse decifrar algum mistério escondido em mim.

_Hmm. Acho que aconteceu sim._respondo simplesmente, mas por que será que ele me achou diferente? Será que foi de um jeito bom ou ruim?

Giyuu não parece muito convencido com a minha resposta vaga. Seu olhar se desvia momentaneamente, como se estivesse ponderando o que dizer a seguir, mas finalmente acena com a cabeça em um gesto de concordância sem querer insistir.
Ele é tão diferente de mim.

Passamos um tempo no silêncio, ouvindo somente o bater de asas das borboletas e o chacoalhar das flores causadas pela calma brisa que emana um calor reconfortante.

_Não acha essa visão muito bonita, Giyuu?_pergunto, minha voz saindo suave, melodiosa, carregado de um sentimento de serenidade.

O Hashira da água, após ouvir minhas palavras quebrando o silêncio, olha rapidamente para mim com os olhos arregalados, mas logo vira rapidamente a cabeça para o lado.

_Sim, sim, é bem bonita._diz, a voz um pouco apressada, como se tentasse esconder seu embaraço. Há uma hesitação em sua fala, e noto as pontas de suas orelhas ficarem vermelhas.
An? Que reação foi essa?

Meu rosto se enche de confusão, e inclino levemente a cabeça para o lado, aproximando-me de seu rosto em um gesto de curiosidade. No entanto, ele rapidamente se afasta, como se desconfortável com a proximidade. Franzo as sobrancelhas com uma expressão de perplexidade, permaneço ali, sem entender claramente sua reação.

_E... você está melhor? Digo, seus ferimentos?_ pergunta, a voz dele hesitante enquanto tosse de maneira discreta. Seu gesto parece uma tentativa de desviar o rumo da conversa.
Hum, espertinho.

_Sim, estou melhor_respondo, tentando transmitir uma sensação de calma. Enquanto falo, uma borboleta pousa em meus dedos, batendo levemente suas asas.
Vejo que Tomioka também fica olhando sem dizer nada.

_Tomioka?_o chamo suavemente. Ele se vira rapidamente, encarando-me com uma expressão que mistura espanto e atenção._Vamos mandar uma mensagem para a mansão Ubuyashiki convocando mais Hashiras. Aquela casa estava recheada de Onis, acho que não encontramos eles, porque estavam caçando vítimas, mas consegui sentir que morava muitos demônios naquele lugar, sem contar com o Lua Superior 2. Não vamos conseguir dar conta sozinhos.

_Você tá certa._concorda.

Depois disso, passamos um tempo discutindo sobre nossos planos e estratégias e quais Hashiras seriam necessários para lidar com a situação.

Mais tarde, retornamos à pousada onde nossos pertences estavam guardados. Rapidamente, preparei alguns remédios para acelerar a cicatrização dos nossos ferimentos. No entanto, logo depois, Tomioka desapareceu misteriosamente. Decidi procurá-lo, e com uma busca minuciosa por todos os cantos da pousada, o encontrei adormecido encostado em um canto do corredor.

A visão me fez sorrir. Tinha me esquecido de avisar que os remédios poderiam induzir ao sono, e ele havia acabado adormecendo em qualquer lugar. Aproveitando a oportunidade para me divertir um pouco, retirei cuidadosamente a xuxinha de seu cabelo e a usei para fazer uma pequena chuquinha em seus fios desgrenhados. A cena era ao mesmo tempo cativante e engraçada, não pude deixar de achar aquilo engraçado, cantarolando discretamente para não acorda-lo.

 A cena era ao mesmo tempo cativante e engraçada, não pude deixar de achar aquilo engraçado, cantarolando discretamente para não acorda-lo

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Mistérios à Luz Da Lua (Shinobu e Tomioka)Onde histórias criam vida. Descubra agora