Em uma vila na montanha, encravada entre os imponentes picos nevados, estranhos desaparecimentos começam a assolar os moradores. Convocados para desvendar o enigma, o Pilar da água, Giyuu Tomioka e a Pilar dos insetos kocho Shinobu descobrem segredo...
Sigo correndo pela floresta na direção em que o corvo me leva, parecia que nunca iria chegar, o local estava mais longe do que esperava e o veneno começava a ficar mais forte fazendo com que meus passos se encontrassem mais lentos conforme o tempo passava. Espero muito que Kocho tenha um antídoto.
Finalmente chegamos ao local que não é nada mais que uma casa abandonada caindo aos pedaços, as paredes completamente velhas e rachadas davam um ar assombrando para a residência, não é tão diferente dos outros lugares que já encontrei Onis, mas mesmo assim, me pergunto quantos devem viver aqui, acredito que com essa estrutura deve ser difícil se eles estiverem em maior quantidade. Imediatamente sinto uma sensação perturbadora que emana do ambiente, fazendo com que meus ombros fiquem tensos. Com certeza isso aqui é um covil de demônios.
Observo ao redor e não vejo nenhum sinal da Hashira, meu olhar passa por cima das árvores próximas, já que a Pilar costuma ficar nelas, não me surpreenderia se estivesse em uma neste momento, mas não há nenhum sinal dela. Não acredito. Ela entrou mesmo sozinha na casa.
Aquela preocupação de antes retorna e é como se um nó surgisse no meu estômago, não sei o que vou encontrar aqui, mas com certeza não é coisa boa, e se Shinobu está lá sem ninguém...tenho medo que algo possa ter acontecido.
Sem mais perder tempo entro dentro da moradia, me deparando com um longo corredor escuro. O lugar trás uma energia tão estranha, que a escuridão até parece densa e tangível, causando arrepios pela minha coluna e fazendo com que os pelos da minha nuca se arrepiassem. Sigo em frente até que finalmente saio das sombras e me deparado com algo surpreendente: o local está preservado, com mobílias detalhadas decorando o salão de entrada, o piso limpo e lustrado, chega até a brilhar. Ao mesmo tempo que é impressionante um local tão decrépito do lado de fora ser tão bonito no interior, tudo isso chega a ser muito bizarro. Mas não posso me dar o luxo de perder tempo pensando nisso agora, tenho que encontrar Shinobu, saber se ela está bem e conseguir um antídoto, além disso, não posso me distrair, por mais que meus sentidos estejam um pouco falhos por conta do veneno, ainda detecto a presença e o cheiro dos Onis neste ambiente, então preciso ter foco total.
Como se fosse um presságio, avisto de canto de olho dois Onis escondidos, cada um atrás de uma pilastra, eles estavam me observando e esperando para atacar? Antes que isso acontecesse, puxo minha katana e me preparo para atingi-los usando um dos estilos da água.
Se forem igual o Devorador de Almas, então tenho que tomar cuidado, apesar de suas silhuetas parecerem menor, não devo subestimar a força que possam ter. Respiro, inspiro. Tento manter minha respiração o mais controlada possível, mantendo minha mente calma e focada. _Respiração da água, quarta forma. Shi no kata Uchishio.
A minha voz soa séria e resoluta, me movendo com precisão avanço em direção aos demônios. Trabalho vários ataques seguidos para que de uma só vez seja possível acertar os dois alvos ao meu redor no mesmo instante. movo meu corpo com fluidez como se fosse uma onda, de forma rápida sem interrupções. Observo as expressões supresas dos Onis, eles naos estavam esperando essa investida da minha parte, e em poucos segundos decapito os dois. Agora, não consigo entender. O Kurogiri era bem mais forte, e tinha os sentidos muito mais apurados, ele conseguia desviar de quase todos os meus golpes com aquela rapidez sobrenatural, no entanto esses só me viram ataca-los quando já estava em um momento crítico. Estranho. Se minha teoria sobre o sangue do Muzan fizer algum sentido, então será que esses demônios estão em uma espécie de hierarquia? Onde um recebe mais sangue que os outros? Não descarto a possibilidade.
Decido seguir pelo salão e noto uma porta em um canto da sala, por algum motivo me chama atenção, e empurro ela sem dificuldades.
Logo quando entro dou de cara com a visão de um Oni ajoelhado no chão, manchas escuras de veneno se espalham pelo seu rosto, mas mesmo nesse estado deplorável, o demônio rir de forma doentia. Meus olhos continuam passando pelo lugar, até ver algo que faz com que o ar escapasse dos meus pulmões e o meu mundo todo saísse de foco. Shinobu Kocho, caída no chão em uma poça de sangue que manchava toda a parte superior de seu uniforme e se espalhava pelo carpete que cobria o piso. Sentindo meus batimentos cardíacos acelerados, corro em sua direção sentindo como se fosse ser afogado em meu próprio desespero, cada fibra do meu ser dói diante da cena. Não! Não! Não! _SHINOBU!_o grito sai rasgado da minha garganta, aflito, meus passos são firmes e largos. Chego até onde a Hashira está e observo um corte profundo na região do seu ombro até o peito. É um corte fatal, além disso sangue escorre da sua boca e vejo outra ferida em sua perna, embora seja mais superficial, é notável que já perdeu muito sangue. Merda!
Porque isso tinha que acontecer? Eu sou o azar na vida das pessoas? Porque toda vez que começo a ficar próximo de alguém uma desgraça acontece? Não consigo acreditar... Não! Não! Toco no pulso de Shinobu e percebo que ainda há pulsação, um suspiro escapa pelos meus lábios, ainda posso salva-la, ela ainda pode viver. O demônio está incapacitado agora, é a minha oportunidade de sair daqui, Kocho precisa de um tratamento urgente, tenho que ser rápido. Seguro a Hashira em meus braços e corro o máximo que posso até a saída do lugar _A gente ainda vai se encontrar novamente, mocinha._o Oni diz entre tosses e risos, mas no momento não me importo com o que ele está falando. A minha prioridade é tirar Shinobu daqui e levá-la para ser tratada. Ela não pode morrer! Meus passos seguem apressados e pesados pela casa ecoando pelas paredes, enquanto a risada do Oni começa a desparecer a medida que me afasto. Ao sair da residência abandonada, posiciono Shinobu nas minhas costas para que eu consiga correr o mais rápido que posso. O caminho parece não acabar nunca, e minha angústia aumenta ainda mais quando começo a sentir o sangue quente de Kocho se espalhar pelo meu Haori. _Porfavor, não morra.
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