Mistérios à Luz Da Lua (Shinobu e Tomioka)

Missão sobre a Lua Cheia, Part 1- A ameaça de Kurogiri

Pov: Tomioka

Ao chegar na pousada, a primeira coisa que eu fiz foi correr para o banheiro. A água quente da banheira era um alívio imediato, aquecendo cada centímetro do meu corpo que estava gelado e encharcado. Era um momento de pura indulgência e conforto, um contraste bem-vindo com o clima tempestuoso lá fora.

Pensar na chuva me fez lembrar do momento que tive com Shinobu, não sei porque, mas acabei me abrindo com ela e contando algo do meu passado que não havia dito para ninguém, e por mais que eu carregue o fardo das pessoas que eu me importo morrendo para me proteger, as palavras de Kocho acabaram me confortando de alguma forma e eu até lembrei que Sabito havia dito algo parecido.
Talvez a insistência dela tenha me feito falar, ou a chuva, até mesmo a proximidade dos nossos corpos...
Jogo água na minha própria cara.
Chega!
Eu não posso ficar pensando nisso, caramba.
                                    ***

Quando a noite caiu, eu estava esperando a Hashira do inseto do lado de fora da hospedaria, era o nosso ponto de encontro para iniciarmos a missão. O ar estava fresco e perfumado com o aroma das flores noturnas, enquanto a lua cheia lançava sua luz prateada sobre nós.
Sinto a presença de Shinobu se aproximando, antes mesmo de vê-la, ela se aproximou com passos leves e graciosos, sua presença tão delicada quanto letal.
_Você está pronto, Tomioka?_sua pergunta era direta, mas sua expressão revelava um leve sorriso.
Me viro para encara-la nos olhos. O luar destacava cada detalhe do rosto.
Espera, eu não deveria tá reparando nessas coisas.
Respiro fundo tentando acalmar meus pensamentos intrusivos.
_Estou sim, vamos seguir em frente _digo, e o tom da minha voz transmitiu certeza.
_Estou confiante de que faremos um ótimo trabalho, Tomioka, então, até mais._antes de partir, a Pilar dos insetos lançou um sorriso leve e saltou graciosamente por cima das árvores, desaparecendo rapidamente da minha vista.
Claro, vamos achar esses malditos demônios e por um fim neles.

Corro até os arredores da vila com o meu corvo sobrevoando acima de mim, minha respiração ecoando no silêncio da noite. A vegetação começava a se adensar, as árvores crescendo gradualmente em altura e robustez à medida que avançava.
Os possíveis esconderijos dos Onis podiam estar em qualquer lugar, então tomo cuidado para não deixar nada passar, mas por enquanto, nenhum sinal dos demônios, não senti nem ao menos o cheiro ou a presença de um.
Sem perder tempo, continuei minha busca, consciente de que a menor distração poderia ser fatal.
Depois de alguns minutos de procura intensa, começo a perceber um distúrbio sutil na atmosfera ao meu redor. Uma sensação gélida serpenteia pela minha espinha, alertando-me da presença de algo sinistro nas proximidades. Sem hesitação, ergo minha katana, meus olhos vasculhando rapidamente a escuridão ao redor.
E no último segundo noto que algo está atrás de mim.
Reconheço de imediato a mesma sombra que eu e Shinobu enfrentamos quando estávamos chegando na vila.
Agora eu sei que essa tal sombra contém adagas com veneno. Tenho que tomar cuidado com isso.
A penumbra se materializa na minha frente, se tornando uma figura sinistra, possuindo uma pele negra como a noite, com veias pulsantes que parecem brilhar em um vermelho profundo. Seus olhos são fendas verticais vermelhas, brilhantes com uma intensidade maligna. Ele tem chifres curvos que se projetam de sua testa e uma boca repleta de presas afiadas. Seu corpo musculoso é coberto por uma espécie de armadura feita com ossos.
_Olá novamente, permita-me me apresentar desta vez._começa o demônio, sua voz soando rouca e áspera como se fosse pedra contra pedra._Sou Kurogiri, também conhecido como Devorador de almas.
Com um movimento rápido e fluido, avanço em direção a ele usando minha 6⁰ forma, criando um redemoinho de água. Meus passos são silenciosos e calculados, cortando o ar com determinação. A lâmina da katana brilha à luz da lua, refletindo a intensidade da determinação enquanto corta em direção ao Oni.
Kurogiri, por sua vez, reage com uma agilidade surpreendente para sua estatura, movendo-se como um vulto. Ele esquiva do ataque com um movimento ágil, deslizando para o lado enquanto um sorriso malicioso se forma em seus lábios. A armadura de ossos que cobre seu corpo ressoa levemente com o impacto do movimento evasivo.

_Você acha mesmo que vai conseguir desferir um golpe sequer em mim?_a voz dele tingida de divertimento._Parece que irei me divertir está noite.
Apesar da provocação,mantenho a postura firme, os sentidos aguçados enquanto avalio rapidamente a situação.
reconheço a ameaça iminente, mas continuo firme. Eu sei que ele não é um Lua inferior, muito menos um Lua Superior, mas por algum motivo, o demônio se provou ser bem racional e tem uma força maior que os outros Onis comuns, disso eu tenho certeza.
Estou diante de um oponente que não pode ser subestimado, mas confio nas minhas habilidades de combate.
Com uma serenidade calculada, respondo com a voz firme e segura:
_Não me subestime, demônio. Vamos ver se você vai continuar falando isso quando estiver decapitado.