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Roberta:

Acordo sentindo dores em várias partes do corpo, abro os olhos com um pouco de dificuldade e vejo a parede branca que não era do meu quarto, fecho os olhos novamente, respiro fundo e sinto uma leve dor, devo ter feito careta, pois logo ouço a voz da Júlia ecoa pelo ressinto, me fazendo abrir os olhos novamente.

— Amiga, tudo bem?.

— Oi, tudo bem, só sinto dores. Onde estou?.

— No hospital, sofreu um acidente.

— Ah, claro… me lembrei agora-posso a mão na cabeça.

Me olho melhor e tenho aparelhos ligados ao meu corpo, respiro fundo novamente.

— Está tudo bem comigo?.

— Sim. O carro te atropelou, chegou a te jogar na outra calçada, você bateu a cabeça e as costas, imagino que possa está sentindo muita dor, mas o bom é que não lesionou nem um órgão, só fez alguns arranhões e machucados. Os médicos disseram que é raro isso acontecer.

— Que bom que está tudo bem, pois não posso ficar aqui, tenho que estudar meus outros casos.

Tento levantar, mas ela coloca sua mão no meu ombro, me fazendo parar, encaro seus olhos, a mesma sorri leve, tentando me acalmar.

— Fica tranquila, descanse e melhore.

— Se eu descansar, vocês ficam sem salário.

— Você poderia ter morrido, se morresse eu também ficaria sem salário.

— Faz quanto tempo que estou aqui?.

— 4 horas.

— Pode pelo menos trazer meu computador amanhã?.

— Se eu falar que não, vai me demitir?.

— Sim.

— Então eu trago.

— Obrigada-ela boceja-, imagino que esteja com sono, pode ir para casa.

— Está bem e tem mais visitas para você, vou mandar entrar.

Ela beija minha testa, se despede e vai embora, fico olhando a porta, esperava que o Ernesto entrasse por ali, mas para minha surpresa, quem aparece é o Vinícius, ele estava bonito, bem agasalhado, o mesmo sorri, se aproxima e beija meus lábios calmamente.

— Como está?.

— Bem, para alguém arremessada por um carro.

— Me desculpa, isso tudo é culpa minha, se algo pior tivesse acontecido, eu jamais me perdoaria.

— Não é culpa sua.

— Você sabe que é.

— Está tudo bem, Vinícius, eu estou bem, não precisa se preocupar.

— Precisa sim e a partir de agora você vai ter um segurança e eu não aceito "não" como resposta.

— Ok.

— Mas me diga, como está?.

— Com dores no corpo e doida para sair daqui.

— Aproveita para descansar, sua vida é sempre corrida.

— Não posso descansar, preciso trabalhar.

— Trabalho vem depois da saúde, então descansa para melhorar logo.

— Já estou bem.

— Não recebeu alta e mesmo com alta, você vai precisar descansar.

— Falaram do acidente para minha mãe?.

A chave da liberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora