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Roberta:

Hoje era terça e eu nem fui para o escritório, fui direto para a prisão ter a reunião presencial com meus novos clientes.

Assim que chego eles perguntaram meu nome, fui revistada e depois levada para a sala de visitas, ao chegar me sento e espero o réu ser trazido.

Após minutos, abrem a porta e entra um rapaz bonito, de olhos verdes e cor da sua pele era dourada de sol, seu cabelo era bem cortado e impecável, seus olhos não tinham nem uma olheira, mesmo passando noites na prisão e sua pele era mais bonita que a minha, sem rugas, sem espinhas, sem manchas.

— Bom dia, você é a advogada?-questiona.

— Sim, Roberta e você é o...

— Danilo. Leu meu caso?, eu sou inocente, já disse isso inúmeras vezes, mas eles não querem saber.

— Poderia me contar toda a história, do início até a parte em que chegou aqui?.

— Sou garoto de programa e quando terminei todo meu trabalho da noite, entrei no meu carro e dirigi para casa, estava quase chegando, faltavam duas quadras, mas um carro de polícia que estava parado na rua mandou eu parar, parei, dei meus documentos e desci para revistarem o carro, não me opus a nada, eu estava limpo e não vendo drogas.

— Você usa drogas?-falo o cortando.

— Depende do programa, tem pessoas que gostam que eu use, então preciso fazer uso de substâncias para ganhar meu dinheiro, o cliente que manda.

— É viciado?.

— Não.

— Prossiga com a história.

— Ok. Eles revistaram meu carro e disseram que eu estava sendo detido por porte ilegal de narcóticos. Me jogaram na mala do carro, com diversos tipos de drogas, não pegaram nada no meu carro e me trouxeram para cá.

— Eram quantos policiais?.

— Dois.

— Conhece algum deles?.

— Nunca vi.

— Tem inimigos, Danilo?.

— Não que eu saiba.

— Tem alguma namorada possessiva ou vingativa?.

— Não-diz com tristeza.

— Certo. Eu aceito seu caso, só vou precisar de nomes das pessoas mais próximas a você ou que veja com muita frequência.

— Não tenho muitas pessoas próximas de mim.

— Não tem família?.

— Prostituto tem família?-agora ele me pergunta sério.

— Creio que sim.

— Não, ninguém quer ser associado a um garoto de programa.

— Não tem ex, ou filhos, nada?.

— Tenho uma ex mulher e dois filhos pequenos, mas eles não me veem faz anos.

— Tem pelo menos alguém que vê com frequência?.

— Uma cliente, ela é obcecada por mim, nos vemos duas vezes por semana, ela é casada.

— Sabe com quem?.

— Não, não tocamos em assuntos pessoais, só sei que é casada por ver sua aliança cair do bolso do short que usava em um dos nossos encontros.

— E qual o nome dela?.

A chave da liberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora