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Roberta:

Hoje era domingo e fomos tomar café em família, a Marluce não estava, foi para casa descansar e o Vini saiu quase que correndo, pois tinha algumas coisas para fazer.

— Deixa que faço o café mãe-falo tentando pegar as coisas para fazer, mas ela me impede.

— Já disse que eu faço, então senta aí que faço o café da manhã, aproveita e vai ler seus casos, revisar, logo tudo está pronto.

— Está bem, mas se precisar de ajuda, pode pedir.

— Está bem.

Então deixo-a fazer o que estava fazendo e vou para meu quarto, revisar meus casos, essa semana seria só de julgamento, então eu tinha que ter os melhores argumentos, pois não adianta só ter razão, mas também boas provas e ótimos argumentos.

Fico ali concentrada, até que escuto uma barulheira, então fecho o notebook e vou procurar saber o que estava acontecendo. Desço as escadas e vou para o quintal, de lá vinha uma mega gritaria e era meu pai o causador da comoção.

— Que gritaria é essa aqui?-grito, afastando minha mãe de perto dele e ficando na frente dos dois.

— O que essa louca está fazendo fora do hospício?.

— Que louca?-pergunto confusa.

— Sua mãe, essa drogada, assassina, cachaceira!-grita o mesmo a ofendendo.

— Não é para tratar minha mãe assim, o senhor está na minha casa e eu peço respeito. Se quiser conversar, vamos até minha cozinha, tomar café e resolvermos o seu problema.

— Meu problema aqui, é por ela não está na clínica. Por que a tirou?.

— Porque ela está bem, não precisa estar lá. E como soube que a tirei?.

— O médico me disse.

— Não sabia que tinha contato com ele...

— Você não sabe de muita coisa. Mas não vim falar dos meus contatos e sim da sua mãe, estou aqui me oferecendo para levá-la para clínica.

— Ela não volta mais para lá.

— Não seja imprudente, Roberta, sua mãe precisa de cuidados médicos.

— Ela precisa de amor e de mim. Se veio só para isso, pode ir embora.

— Ok, depois não diga que eu não avisei, ela vai tentar me matar de novo e voltar a se drogar.

— Tchau pai, também te amo.

Ele sai contra gosto, pois os seguranças o tira, então o portão é fechado e eu vou atrás da minha mãe, que foi chorando para a cozinha.

— Tudo bem?-pergunto a abraçando.

— Não, por que ele me odeia tanto?, não fiz nada para ele, eu nunca o tratei mal e ele me trata dessa forma, com raiva, ódio, querendo me tirar de perto de você-diz tudo em prantos.

— A senhora tentou o matar-falo receosa.

— Ele me traiu, me tirou tudo que era meu para dar para a amante, me tirou a alegria e deu tudo para ela. Tentar matá-lo foi pouco, em comparação com tudo que ele me fez.

— Não diga isso…

— Não farei isso de novo, se é com isso que está preocupada… mas quero distância desse homem.

— E das drogas, não dá razão para ele, ele quer te ver de novo naquele lugar.

— Eu sei, não quero mais saber das drogas.

A chave da liberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora