21

3 0 0
                                    

Vinícius:

Eu estava apaixonado nessa mulher e passei o dia de sexta tentando elaborar o melhor plano para ver pelo menos um sorriso em seus lábios, até que fui pesquisar sobre o ex noivo dela e achei a melhor informação, ele estaria bem perto de nós fazendo algumas fotos, então pensei no remédio e tudo deu certo.

Hoje era domingo, acordei cedo e pedi o café da manhã, logo estava colocando na mesinha que tinha ao lado da cama, depois me sentando e fazendo carinho no rosto da doutora, automaticamente acordo a mesma.

— Bom dia-falo sorrindo.

— Bom dia. Trata todas assim?-pergunta ao olhar a bandeja.

— Não, então se sinta especial.

— Obrigada...

— Por um café?.

— Por tudo… o que fez ontem foi melhor que qualquer coisa que um dia poderia fazer, ou que um dia eu poderia receber.

— Se sente melhor?.

— Desde o dia que escolhi te encontrar.

— Não sei se já disse, mas estou apaixonado em você. Não quero te coagir a sentir o mesmo, de forma alguma, só quero que saiba e entenda que pode sempre contar comigo, para o que precisar.

— Pode deixar.

Estava um clima ótimo, tomamos café, depois fomos tomar banho, ela era linda e incrível em tudo, bom, talvez eu a achasse tão incrível por estar apaixonado.

De tarde levei ela para almoçar em um restaurante legal, que era de sua altura. Após comermos, levei ela para casa e fui para a minha.

*_____________________________*

Roberta:

Segunda chegou e eu estava muito feliz, fui buscar meu carro, já havia pago e ele estava lindo e em bom estado novamente.

Chego no escritório e falo com todos, logo estava já analisando os casos e definindo o que seria necessário fazer. Amanhã será o primeiro julgamento do Vinícius, e eu estou otimista, por mais que ainda não tenha um culpado para apresentar ao júri.

Hoje, na parte da tarde, eu iria com a Justine ao tribunal, iríamos conversar com o juiz e fazer o possível para diminuir sua pena.

— Roberta, posso entrar?-olho para a porta e faço sinal para entrar.

— O que deseja?.

— Dizer que o juiz não irá permitir uma pena menor.

— No caso da Justine?.

— Sim.

— Como sabe?.

— Ernesto esteve conversando com o juiz que vai analisar o caso dela daqui a pouco, e ele comentou sobre o caso, o que acha e até mesmo sua decisão.

— Droga...-falo desapontada.

— O que vai fazer agora?.

— Adiar...-massageio minha testa com a mão esquerda.

— Mas uma hora vai ter que comparecer ao tribunal.

— Eu sei, mas até lá vou pensar em algo. Liga para a Justine e avisa que vou pedir o adiamento, mas que, preciso que ela venha até aqui hoje.

— Sim senhora.

Ela sai e eu fico pensando, penso durante duas horas, fico tão focada em achar a resposta que chego a sentir dor de cabeça, mas acho a resposta que queria. Então ligo para uma amiga, ela me devia um fazer faz anos e agora era a hora perfeita para usá-lo.

Ligação:

— Oi amiga, bom dia, tudo bem?.

— Oi Rô, estou bem e você?.

— Bem também.

— Tem certeza?, faz tempos que não me liga.

— É, eu preciso de um favor.

— Normal, Roberta sem pedir favores, não é a Roberta-ela sorri.

— Será que pode me ajudar?.

— Diga, o que deseja?.

— Tenho um caso, não é maior que tenho, mas é um que trouxe dinheiro para meus funcionários. A mãe inocente, vai se declarar culpada para livrar a filha da prisão, eu iria tentar diminuir sua pena, mas o juiz vai recusar, por fim, preciso de um laudo médico que mostre distúrbios mentais em uma das pacientes, a mãe ou a filha.

— Não posso fazer isso, Roberta.

— Eu sei e jamais te pediria isso, se não fosse caso de vida ou morte.

— Não posso amiga, de verdade, esse trabalho é tudo para mim, se alguém descobrir o que quer que eu faça, não vou poder mais exercer minha função… eu tenho contas para pagar, pais para cuidar, alimentar, não posso perder minha única fonte de renda.

— Você me deve um favor Gisele!.

— E por causa desse favor, você quer acabar com minha carreira?.

— Eu defendi o cretino do seu irmão por gostar de você, porque me pediu, não te cobrei nada e ele era um crápula, estava errado e mesmo assim eu defendi e consegui o deixar livre. Fiz por você.

— Livrou, mas não adiantou, pois mataram ele.

— Não é culpa minha ele se meter no que não deve, mas é culpa minha confiar em você-ela bufa.

— Certo, vou te dar o laudo.

— Ok, muito obrigada.

— Nada. Vem para minha clínica o mais rápido possível, vou fazer os testes necessários, depois escrever em alguns papéis e dar o laudo médico.

— Tá bom.

Ligação:

Desligo e logo estava arrumando minha bolsa, depois organizei todos meus papéis e quando termino, vou para um restaurante almoçar. Volto para o escritório e já se encontrava lá a Justine, então fomos para minha sala.

— Sente-se.

Digo assim que entramos e logo peço um café.

— Boa tarde, Roberta.

— Boa tarde.

— Por que adiou nosso compromisso de hoje?.

— Fiquei sabendo de uma fonte confiável, que o juiz não vai querer diminuir sua pena se você se declarar culpada, então precisei adiar e pensar em outra coisa.

— Já sabe o que vai fazer?.

— Sim, tenho uma amiga que disse que vai me ajudar, dando um laudo médico para mostrar que você ou sua filha têm problemas mentais.

— Que ótimo, quando vamos lá?.

— Eu estava pensando, que seria bom levarmos a sua filha, ela iria passar alguns anos em uma clínica psiquiátrica, talvez um ano e assim que demonstrasse melhoras, seria liberada.

— Não posso deixá-la nesse lugar horrível.

— Querendo ou não, vai ser melhor para ela que a deixe cumprir por seu crime.

— Eu não posso abandonar ela, já fiz isso durante anos, o mínimo que posso fazer é me declarar culpada e ir presa, ou ter o laudo e passar anos na clínica.

— Olha para mim-olho fundo em seus olhos-você fez o que podia naquela época, naquele momento… não foi sua culpa ter a deixado, ou era isso, ou ela morria de fome, você não deve se culpar e tem que deixar ela pagar pelo que fez.

Ela chora. A Júlia traz o café, agradeço e bebo o meu e quando a Justine se acalma, concorda comigo e depois toma seu café também. Então fomos até sua filha, explicamos tudo para ela e fomos fazer o exame e nos próximos dias, iríamos ao tribunal.

A chave da liberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora