No decorrer daquela noite, a tensão pairava pesada sobre o prédio. O silêncio na casa era palpável, interrompido apenas pelo ocasional farfalhar das árvores do lado de fora.Leocádia se encontrava em seu quarto, tentando em vão encontrar conforto em sua cama. Seus pensamentos estavam em turbilhão, relembrando cada palavra dita por Theobaldo.
Leocádia (pensando): Como tudo pode ter desmoronado assim? Theobaldo... ele nunca vai me perdoar por isso.
Ela se levantou e começou a andar pelo quarto, tentando aliviar a angústia que sentia. O sentimento de culpa a consumia, misturado com um crescente medo de perder Theobaldo para sempre.
Berta observava silenciosamente os acontecimentos, sentindo a dor de sua neta.
Berta (do quadro, com voz suave): Leocádia, querida, eu sei que está difícil. Mas não perca a esperança. Theobaldo te ama, e o amor verdadeiro pode superar até mesmo os feitiços mais cruéis.
Leocádia (irritada): Esperança? Você acha que eu deveria ter esperança, vovó? Olhe para onde isso nos levou. Você em um quadro, Theobaldo furioso comigo e eu sem solução alguma!
Berta (com tom firme): Tola, Leocádia! A raiva e a amargura não vão te levar a lugar algum. Você precisa manter a cabeça fria e buscar uma solução, não se afundar no desespero.
Leocadia; Vou voltar para meu quarto
Leocádia saiu do seu quarto indo a sala, ainda com os pensamentos pesados. Ela parou bruscamente ao ver uma mulher desconhecida conversando com Berta.
Leocádia (com um tom irritado): E quem é você?
Berta (calmamente): Leocádia, esta é a Dona Elvira, uma amiga minha e especialista em feitiços. Eu a chamei para nos ajudar.
Leocádia (furiosa): Você a chamou sem me avisar? E se eu não quisesse ajuda? Quem disse que preciso de ajuda?
Berta (com um tom firme): Você está sendo teimosa, Leocádia. Dona Elvira está aqui para ajudar, e precisamos dela.
Dona Elvira (tentando acalmar os ânimos): Leocádia, estou aqui para ajudar, não para atrapalhar. Se não quiser minha ajuda, tudo bem. Mas estou à disposição.
Leocádia (bufando): Eu não preciso de ninguém para resolver meus problemas!
Leocádia sai da sala, ainda furiosa, deixando Dona Elvira e Berta conversando.
Mais tarde, Leocádia aparece na portaria e encontra Severino.
Leocádia: Severino, você viu o Theobaldo? Ele saiu cedo e ainda não voltou.
Severino (olhando preocupado): Sim, ele saiu bem cedo. Disse que precisava de um tempo para pensar. Não voltou ainda.
Leocádia se sente inquieta e preocupada com o paradeiro de Theobaldo.
Dona Elvira decide passar a noite na portaria, para estar disponível caso seja necessário.
Dona Elvira: Vou ficar aqui por enquanto. Qualquer coisa que precisem, estarei por perto.
Mais tarde naquela noite, Leocádia não consegue dormir e decide verificar se Theobaldo voltou. Ela se dirige à portaria e vê Dona Elvira conversando com Theobaldo. Eles estão rindo e parecendo muito confortáveis na presença um do outro.
Leocádia (pensando, com ciúmes crescendo): Por que eles estão tão próximos? Ele nem sequer falou comigo direito e agora está ali rindo com ela?
Ela se aproxima discretamente, tentando ouvir a conversa.
Theobaldo (rindo): Elvira, você sempre soube como me fazer sentir melhor. Obrigado por estar aqui.
Dona Elvira (sorrindo): Qualquer coisa para ajudar, Theobaldo. Estamos todos aqui para resolver isso juntos.
Leocádia sente uma pontada de ciúmes e raiva ao ver a conexão entre Theobaldo e Elvira.
Leocádia (interrompendo, com tom irritado): Theobaldo, você voltou e nem se deu ao trabalho de falar comigo primeiro?
Theobaldo (surpreso): Leocádia, eu... Eu precisava de um tempo para pensar. Elvira estava me ajudando a entender tudo.
Leocádia (frustrada): Claro, precisava dela para isso, não é? Parece que sou a última a saber de tudo e a última com quem você quer conversar!
Dona Elvira (tentando intervir): "
Leocádia, não é isso...Leocádia (interrompendo): Eu não quero ouvir desculpas, Elvira. Se você acha que pode resolver tudo, vá em frente. Eu não preciso de você aqui.
Leocádia sai da portaria, visivelmente abalada e com lágrimas nos olhos.
Berta conversa com Dona Elvira, novamente.
Berta: Nós devíamos ter feito algo sobre esse feitiço há muito tempo, Elvira. Mas eu mesma fiquei presa nesse quadro, sem poder agir. É frustrante ver Leocádia sofrer assim.
Dona Elvira (concordando): Entendo, Berta. Vamos fazer tudo o que pudermos para ajudá-la. Mas Leocádia precisa querer ser ajudada. Só assim conseguiremos avançar.
Enquanto Leocádia se isola em seu quarto, ela tenta conter suas lágrimas e recuperar a compostura. Determinada, ela sabe que precisa encontrar uma maneira de resolver a situação, mesmo que tenha que enfrentar o mundo inteiro sozinha.
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Theocadia- Tentando Quebrar o Feitiço do Coração
FanfictionJanete e Mila chegam com esperanças renovadas, enquanto a avó Berta observa do quadro. O Theobaldo desencadeia uma tempestade emocional quando ele descobre a verdade devastadora que Leocadia tentou esconder. Será que o poder do amor pode quebrar o f...