Theocadia- Tentando Quebrar o Feitiço do Coração

Decisões

Leocádia ficou parada por alguns instantes, ainda sentindo o gosto do beijo de Theobaldo nos lábios. A intensidade do momento a deixava confusa, e ela sabia que não poderia adiar o inevitável por muito tempo. Com o coração apertado, decidiu que precisava encarar a realidade.

— Theobaldo... eu... preciso de um tempo sozinha — disse Leocádia, evitando o olhar dele.

Theobaldo, embora desapontado, assentiu compreensivamente. Ele sabia que forçar qualquer resposta de Leocádia só a afastaria mais.

— Claro, prometida. Eu vou... dar uma volta pelo prédio. Vou deixar você pensar — respondeu ele, com um toque de tristeza na voz.

Assim que Theobaldo saiu do apartamento, Leocádia correu para o banheiro, onde tirou o teste de gravidez da bolsa com mãos trêmulas. Respirou fundo, tentando acalmar a mente antes de encarar a verdade.

Depois de alguns minutos que pareceram horas, o resultado apareceu. O mundo de Leocádia balançou. Ela estava grávida. O chão parecia sumir sob seus pés, e Leocádia sentiu uma onda de desespero crescer dentro dela.

"O que eu faço agora?", pensou

Leocádia ficou parada por alguns instantes, o resultado do teste de gravidez em suas mãos tremendo levemente. O peso da revelação ainda estava se acomodando em sua mente, e ela sentia o coração batendo mais rápido do que o normal. A confusão e o medo tomaram conta dela por um momento, enquanto se perguntava como lidaria com essa nova realidade.

Ela olhou para o reflexo no espelho, seus olhos cheios de incerteza. Vó Berta continuava dormindo no quadro, sem fazer ideia do turbilhão de emoções que se passava dentro de Leocádia. Ela sabia que precisava contar a Theobaldo, mas como? Como poderia revelar algo tão grande e inesperado? O medo de sua reação a consumia, mas ao mesmo tempo, ela sabia que não poderia esconder isso dele.

"O que estou esperando? Ele merece saber... merece saber agora," pensou, sentindo uma mistura de determinação e nervosismo crescer dentro dela.

Respirando fundo, Leocádia guardou o teste na bolsa e saiu do banheiro, determinada. Caminhou até a porta, parando por um momento para juntar a coragem necessária para o que estava prestes a fazer. Seus pensamentos estavam a mil, mas uma coisa estava clara: ela precisava contar a Theobaldo que ele seria pai. Mesmo que isso a apavorasse, ela sabia que não podia deixar que o medo a impedisse de ser honesta.

                                 Theobaldo

Theobaldo saiu do apartamento de Leocádia naquela noite, seu coração pesado com mais uma rejeição. Depois de mais de 100 mil tentativas, a dor da recusa era familiar, mas ainda assim difícil de suportar. Ele decidiu dar uma volta, procurando algum alívio para sua tristeza. Sem perceber, seus pés o levaram até seu armazém, o lugar onde sempre se sentia mais em casa.

Quando abriu a porta do armazém, algo estranho chamou sua atenção imediatamente. Havia uma figura de costas, mexendo em seu caldeirão. Theobaldo franziu o cenho, reconhecendo a intrusa. Era Maju, a mãe do novo detetive, mas o que ela fazia ali?

— O que você pensa que está fazendo? Você é uma bruxa? — perguntou Theobaldo, sua voz carregada de indignação.

Maju se virou lentamente, sem se abalar com o tom dele, um sorriso tranquilo nos lábios.

— Sim eu sou, mas não conta para ninguém Theobaldo, não queria te assustar. Eu só estava preparando uma poção... — respondeu Maju, com uma calma perturbadora.

Theobaldo avançou um pouco mais, seus olhos fixos nela.

— E por que você acha que pode usar o meu caldeirão sem minha permissão? — questionou ele, seu tom ficando mais duro.