Capítulo 14 - Preciso ter certeza

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Eu tinha certeza agora de que quem havia visto pouco tempo atrás era Storm, mas agora ele esta na minha frente com aquele sorrisinho idiota dele. O que ele estava fazendo aqui afinal?

– Surpreso?

– Nem um pouco.

– Mentiroso. – Ele olhou ao redor – E mais uma vez você não me agradeceu. Que falta de educação, McQueen.

Não havia uma hora sequer que ele não quisesse me provocar, era como se fosse o hobby dele. Eu estava com raiva dessa vez, muito mesmo. Storm, ao contrário, parecia calmo.

– Tsk. Não é como se eu precisasse da sua ajuda.

Storm levantou uma sobrancelha como se duvidasse enquanto a música ficava cada vez mais alta. O moreno se aproximou mais de mim, isso era estranho. Ele estava bêbado por acaso?

– Você não está muito estressadinho para um "corredor controlado" como os jornais dizem?

– E você não está muito atrevido para um pirralho novato?

Pude ver seus olhos cinzentos se estreitarem um pouco enquanto ele se encostava na pilastra que tinha ali. Parando para analizar, Storm não era tão mal em questão de aparência. Eu sempre o via com o cabelo para trás e com gel e hoje não era uma exceção. Ele vestia uma calça pouco apertada preta e uma jaqueta preta. Só agora pude notar seus piercings na orelha.

– Não sabia que o relâmpago McQueen se divertia em boates assim. Parece que o campeão tem um lado escondido, hein?

Storm sorriu canto de boca e de braços cruzados. Que moleque atrevido. Era fácil esse idiota de irritar.

– Você não sabe de nada sobre mim. E agora você, o que faz aqui? Veio só para me irritar ou tinha outros planos além disso.

– Hum, vamos dizer que os dois depois que eu te vi por aqui. Achei que seria divertido ver sua reação ao me ver, e foi revigorante.

Aquele sorrisinho era irritante, assim como ele. Desviei o olhar tentando manter o controle, apenas não responda McQueen. Eu precisava beber alguma coisa, alguma coisa sem álcool. Ignorei Storm sem nem mesmo ouvir o que ele estava prestes a dizer e me aproximei mais do bar.

[...] Jackson Storm

McQueen era fácil de se irritar quando é alguém que ele não gosta, e eu aposto que ele com certeza não gosta de mim. O loiro parecia estressado enquanto olhava ao redor até parar no bar. Então ele queria procurar algo para se livrar de mim, hãn?

O mesmo andou até o bar enquanto eu acompanhava seus movimentos. Pude ver seu corpo se mexendo por debaixo daquelas roupas, malditas roupas. Algo nisso estava me deixando estranho, mas era só com McQueen.

Dessa vez quem estava estressado era eu. Venho percebendo já faz um tempo minha preferência para um relacionamento e eu nunca pensaria que chegaria a essa conclusão.

Toda vez que eu olhava para McQueen, alguma coisa fervia dentro de mim fazendo meu interior borbulhar. Quem diria que seria McQueen quem iria me fazer sentir isso. Que merda. Além de ser meu ídolo, você quer tomar a outra parte dentro mim?

Suspirei para mim mesmo enquanto seguia seus passos até o bar. Dessa vez eu quero ter certeza, não posso me deixar levar por algo besta e idiota sem ter certeza antes.

[...] Relâmpago McQueen

Pedi apenas uma água com gás e limão para ver se minha cabeça voltava ao normal. Certamente quando Storm se aproximava, meus neurônios ferviam de raiva. Ainda me pergunto o que esse tonto faz aqui. Deixei meu copo em cima do balcão do bar e apenas olhei para trás procurando por Storm.

Ele não estava mais por aqui e eu fiquei aliviado por isso. É melhor assim, afinal, ele só me traria mais problemas. Ele já magoou Cruz com a notícia de que ele havia comprado a compania de Sterling e eu me perguntava como irá ser já que semana que vem eu estaria lá para treinamento. Recebemos a notícia de que Sterling havia sumido pelo país depois de ganhar tanto dinheiro.

O lugar não era mais de Sterling, mas eu ainda tinha o contrato, e eu não poderia sair já que Cruz também estava lá. Aquele lugar era como uma segunda casa para ela já que ela trabalhou ali por anos. Não posso abandonar ela.

Essa água com gás e limão está meio estranha. Não me lembro de ter um gosto tão relaxante. Quando eu estava prestes a dar outro gole, uma mão me parou rapidamente. Confesso que isso me assustou.

Olhei para o lado com curiosidade quando vi Storm novamente ali. Ele havia jogado minha bebida em um homem que estava ao meu lado no bar. Por que ele estava fazendo isso afinal? Ele estava maluco ou algo do tipo?

Eu rapidamente puxei para mim fazendo com que ele se afastasse do homem que o olhava furioso porém sem dizer uma palavra. Ninguém além de nós estava prestando atenção por causa do som, das luzes e da baixa iluminação. Essa era a única coisa que me deixou aliviado naquela situação.

– Storm! O que você pensa que está fazendo?!

O homem rapidamente se levantou. Eu me preparei para presenciar uma briga, mas isso não aconteceu. Graças a Deus isso não aconteceu. Storm parecia preparado para qualquer coisa naquele momento. Eu só queria saber o que estava acontecendo nesse momento.

– Que porra você tá pensando? Preste atenção nos seus arredores! Esse filho da puta batizou sua bebida enquanto você não estava olhando.

Pisquei assustado na mesma hora e me voltei para olhar para o meu copo. O líquido ao invés de transparente estava meio azul, um azul bem fraco, deve ter sido por isso que não notei.

– Como... Espera, você estava me vigiando por acaso?

– E isso lá é importante agora? Você bebeu alguma coisa? McQueen?

Eu queria responder, mas algo parecia prender e apertar minha garganta. Além disso, minha mente estava começando a girar. Storm estava falando várias coisas que eu não conseguia entender enquanto meu corpo parecia ficar fraco. Droga, eu fui tão descuidado assim? Meu corpo inteiro dói.

Sem mais de longas, tudo ficou preto.

FIM DO CAPÍTULO QUATORZE

O Relâmpago da Minha TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora