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Ele ainda estava vestido com a mesma camisa branca e calça cinza que usara no início danoite, mas tudo o mais no velho havia mudado. Sua jaqueta havia desaparecido, substituídapor uma túnica de malha de aço brilhante que abraçava seu peito e caía solta abaixo de suabarriga em uma cascata brilhante.

Seus braços estavam em mangas de camisa, mas manoplas de metal protegiam seuspulsos e mãos. Como antes, ele se apoiou em sua bengala com cabo de buldogue, só queagora a membrana de madeira havia sido removida, revelando um florete longo e fino emseu interior. O mais estranho e grotesco de tudo era o capacete que ele usava: um solidéude aço liso com uma borda saliente na parte de trás do pescoço e óculos de couroprotuberantes presos abaixo da testa. As lentes brilhavam como vidro, seus olhos nãopodiam ser vistos. Resumindo, o Sr. Fairfax tinha a aparência de um sapo demoníaco:horrível e ridículo ao mesmo tempo. 

Ele ergueu a lanterna e ficou sob a luz rodopiante e cheia de fumaça,  considerando-nos. Então ele sorriu, mostrando os dentes revestidos de prata. 

— Oh, você é um cliente legal, Sr. Lockwood. — disse Fairfax — Eu lhe garanto isso. Estoucada vez mais impressionado com você. É uma pena não termos nos conhecido em outrascircunstâncias. Você poderia ter um emprego permanente comigo. 

Não sei como Lockwood fez isso, mas apesar do revólver apontado para seu peito,apesar do casaco rasgado, das manchas de sangue, das manchas de plasma, magnésio,sal e cinza em suas roupas, apesar das teias de aranha em seu cabelo e doarranhões no rosto e nas mãos, ele ainda fez uma tentativa decente de parecerimperturbável.

— Você é muito gentil. — disse ele — Mas... você não vai nos apresentar ao seuamigo? — ele olhou para a figura com a arma — Acho que não tivemos esse prazer.

Embora não fosse tão alto quanto Fairfax, esse homem era muito musculoso etinha ombros largos. Seu rosto, pelo que pude ver, era jovem e bem barbeado.Ele também usava um capacete parecido com um sapo e uma armadura, ecarregava um florete no cinto.

Fairfax riu secamente. 

— Percy Grebe, meu motorista e assistente pessoal. Foiagente da Agência Hambleton, antes de ser engolida por Fittes. Um sujeito muitocapaz e ainda um excelente espadachim. Na verdade, você já está familiarizado.Percy fez uma visita a você outra noite. 

— Ah, sim. — disse Lockwood — Nosso intrusomascarado. Euesfaqueei você, não foi? Como está seu estômago? 

— Agüentando. — disse Grebe. 

— Apenas mais um pequeno dano a acrescentar à longa lista que o senhor noscausou, Sr. Lockwood — disse Fairfax — Olhe para esta parede! — ele apontou para apilha de pedras e para o buraco irregular por onde a fumaça de magnésio aindaflutuava suavemente — Realmente, estou chocado. Solicitei que nenhum produtoincendiário fossetrazido para minha casa. 

— Desculpe por isso. — disse Lockwood — Pelo ladopositivo, localizamos e destruímos sua Fonte, então estaremos ansiosos pelonosso segundo pagamento assim que os bancos abriremesta manhã.

Outra risada. 

— O otimismo insano é outra qualidade que admiro,Sr. Lockwood, mas devo dizer que é a sua capacidade de sobreviver o que mais me surpreende. Eu realmente pensei que o Horror na Sala Vermelha teria matado você horas atrás. Eu vivocê entrar, tranquei a porta, mas agora encontro você reemergindo como um carunchoempoeirado de uma parte completamente diferente da casa! Bastante extraordinário.Claramente você encontrou uma maneira de sair da sala, o que é bastante impressionante,mas para descobrir a Fonte definitiva... Diga-me, foi o Duque Vermelho? Essa era minhateoria favorita. 

Lockwood & Co - Livro 1 - A Escadaria GritanteOnde histórias criam vida. Descubra agora