11 - Sob Efeito do Álcool

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~Pov Richard~

Eu estava revendo algumas jogadas para o jogo de segunda, quando meu telefone começou a tocar. O nome de Livia piscava na tela, e por um momento, meu coração acelerou. Atendi rapidamente, a preocupação crescendo.

- Alô? - disse, tentando manter a voz firme.

- Gaby... eu... eu preciso de ajuda... - a voz dela soou arrastada, estava claramente bêbada. Meu alarme disparou. Ela estava confusa, achando que tinha ligado para Gaby.

- Livia, sou eu, Richard. Onde você está? - perguntei, a preocupação evidente na minha voz.

- Richard? Não... não, eu queria falar com a Gaby... - ela respondeu, a voz trêmula.

- Livia, me escuta. Onde você está? Preciso saber para ir te buscar. - insisti, tentando manter a calma.

- Não importa... estou tentando esquecer... - ela murmurou.

- Esquecer o quê? Onde você está? - perguntei novamente, tentando arrancar qualquer pista dela.

- Não vou falar... eu to' bem... - respondeu, mas o tom de sua voz dizia o contrário - Não preciso da sua ajuda, muito menos de você Montoya.

- Livia, por favor, me diz onde você está. Eu quero te ajudar. - falei, mais suavemente.

Houve uma pausa antes de ela finalmente ceder.

- No bar... o bar do centro, perto da estação... - disse, a voz quase inaudível.

- Não sai daí, estou indo te buscar. - avisei, desligando em seguida.

Peguei minhas chaves e saí rapidamente. O trânsito estava leve, mas cada minuto parecia uma eternidade. A imagem de Livia sozinha, bêbada e vulnerável em um bar lotado de homens com más intenções, me deixava aflito.

Quando cheguei ao local, entrei rapidamente, procurando por ela. Lá estava, no balcão, parecendo ainda mais frágil do que eu imaginava. Caminhei até a garota, a aflição estava evidente no meu rosto.

- Campos, o que você está fazendo aqui? - perguntei, tentando esconder a preocupação na voz.

- Tentando esquecer... - ela respondeu, segurando o copo com uma mão trêmula.

- Vamos, você não deveria estar aqui sozinha essas horas... - disse, pegando sua mão e a ajudando a levantar.

Ela cambaleou um pouco, e eu segurei firme em sua cintura, guiando-a para fora do bar. O ar fresco da noite parecia ajudar um pouco a clarear sua mente.

- Por que você sempre tem que bancar o herói? - perguntou, com um tom levemente sarcástico.

- Eu não sou nenhum herói Campos, eu apenas me importo com você. - respondi calmamente, rindo um pouco do comentário completamente inesperado.

Ela suspirou, recostando-se no assento enquanto eu dirigia. Chegamos ao apartamento dela, e eu a ajudei a subir até a porta. Suas mãos trêmulas não conseguiam encontrar a fechadura, então peguei as chaves gentilmente da mão dela e abri a porta.

- Vai ficar bem? - perguntei, ajudando-a a entrar e a colocando deitada em sua cama.

- Acho que sim. Obrigada Rios. - respondeu, com lágrimas começando a se formar.

- De nada. Se precisar de qualquer coisa, me chama. - disse, olhando profundamente nos olhos dela.

A morena assentiu, tentando sorrir. Fiquei parado por um momento, querendo dizer mais alguma coisa, mas não sabia o que. Então, quando me virei para sair, ela agarrou meu braço.

- Sabe, Richard... eu fiquei muito chateada com você... quando você beijou Nicole naquela festa idiota... - sua voz embargada pelo álcool e pela emoção. 

Meus olhos se arregalaram com a confissão imprevisível. Ela continuou, as palavras fluiram como se finalmente tivesse uma chance de se libertar.

- Eu gosto de você... e isso me machucou tanto... - disse, as lágrimas agora escorrendo pelo rosto - E agora, com o Maurício aqui...

- Maurício? - perguntei confuso - O que tem ele?

- Sim... ele é meu ex... - ela deixou escapar, a voz quebrada.

Meu coração apertou ao ouvir aquilo. Magalhães, o novo jogador era ex-namorado dela. Isso explicava o desconforto e a tensão entre eles.

- Livia... - comecei, mas ela levantou a mão pedindo silêncio.

- Não, deixa eu falar... Eu tento esquecer, mas é tão difícil... - ela soluçou - Ele ferrou com a minha vida.

Aproximei-me dela, puxando-a suavemente para um abraço. Ela se agarrou a mim, chorando no meu ombro.

- Eu não sabia, Liv. Eu sinto muito - disse em voz baixa - Eu só quero que você fique bem e segura...

Ela não respondeu, apenas continuou chorando. Fiquei ali, segurando-a, prometendo a mim mesmo que a protegeria de qualquer coisa que pudesse machucá-la. Ela podia não querer minha ajuda agora, mas eu estaria lá, pronto para quando ela precisasse.

Finalmente, quando suas lágrimas diminuíram, ela se afastou um pouco, os olhos inchados de tanto chorar.

- Obrigada, Montoya. - murmurou, exausta.

- De nada, Campos. Vá descansar agora. Estarei por perto se precisar. - disse, ajudando-a a se deitar.

Ela assentiu, fechando os olhos enquanto eu saía do quarto, fechando a porta silenciosamente atrás de mim. 

Depois de a deixar em sua cama, não consegui me afastar completamente. Ela estava visivelmente abalada, e o fato de ter revelado tantas coisas que parecia estar guardando me fez sentir ainda mais responsável. O desejo de garantir que ela estivesse realmente segura e confortável me impediu de sair.

Decidi me acomodar no sofá da sala. Peguei uma das cobertas do armário e a estendi sobre o móvel, tentando fazer com que o lugar fosse o mais confortável possível. O apartamento de Livia era silencioso, exceto pelo som ocasional do vento do lado de fora e o leve zumbido da cidade à distância. A tensão do dia parecia ter diminuído um pouco, mas minha mente estava longe de encontrar descanso.

Enquanto me ajeitava, pensava em tudo o que tinha acontecido: as revelações sobre o Maurício, os sentimentos não ditos, e o beijo com Nicole. Era mais do que claro que as coisas estavam complicadas, e o que eu sentia por Livia estava se tornando mais confuso a cada dia. Porém, naquele momento, o mais importante era garantir que ela ficasse bem.

Olhei para a porta do quarto onde a garota estava deitada, e me senti um pouco mais tranquilo. Eu sabia que ela estava em um lugar tranquilo e confortável, algo que parecia fundamental depois da noite tumultuada que teve. Meu desejo de a proteger era forte, e, de certa forma, isso me trouxe um sentimento de propósito.

Fechei os olhos por um momento, tentando relaxar. No entanto, o pensamento de tudo o que estava acontecendo me mantinha alerta. As palavras dela ainda ecoavam em minha mente. Eu estava começando a entender melhor a complexidade da situação, entretanto, ainda havia muito a resolver. Livia podia não querer falar sobre isso agora, mas eu precisava encontrar uma maneira de mostrar que estava lá para ela, que a minha preocupação era genuína.

Finalmente, o cansaço começou a me vencer, e eu deixei que meus olhos se fechassem, permitindo que o sono, embora inquieto, começasse a me dominar. Eu sabia que a noite seria longa, mas estava determinado a estar ali por ela, não importa o que acontecesse.

E gente! O que acharam do capítulo? Estava muito animada para postar esse pra vocês, espero que tenham gostado!
Deixem seus votos e comentários! 😋

Tiktok da fic: cvvies0

Meu Eterno Camisa 27 | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora