08 - Almoço em Família

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~Pov Livia~

Acordei com os primeiros raios de sol filtrando-se através das cortinas, lançando um brilho suave sobre o quarto.

O dia prometia ser ensolarado, e, por um momento, a ideia do almoço em família que havia marcado há algumas semanas, parecia uma perspectiva agradável.

Olhei para o relógio e percebi que tinha tempo suficiente para me preparar sem pressa. Levantei-me, espreguiçando-me e me dirigindo ao banheiro, tentando afastar qualquer resquício de cansaço da noite anterior.

Após um banho revigorante e um café da manhã simples, me vesti de maneira casual, mas adequada. A ideia era ser natural, mas não negligente. Escolhi uma blusa leve, uma saia jeans confortável e meu clássico All Star branco, querendo parecer ao mesmo tempo elegante e descontraída.

Enquanto dirigia para a casa dos meus pais, a cidade estava vibrante, com o trânsito fluindo e as pessoas indo e vindo. A expectativa de passar um tempo com minha família trouxe um leve sorriso ao meu rosto.

Minha irmã, Beatriz, e eu não éramos muito próximas, mas havia algo reconfortante na ideia de estarmos juntas, especialmente após um período tão tumultuado na minha vida.

Cheguei à casa dos meus pais e fui recebida por um abraço caloroso de minha mãe. O aroma do almoço invadiu minhas narinas, e eu me senti um pouco mais relaxada. Bia já estava na cozinha ajudando minha mãe, e meu pai estava sentado na sala, lendo o jornal.

- Livia! Que bom te ver! - exclamou minha irmã, segurando meus ombros e me dando um beijo na bochecha - Vamos, entre. Está tudo quase pronto.

- Oi Bia. Oi, mãe. Oi, pai. - falei, entrando e me dirigindo para onde estavam - Como estão?

- Estamos bem, querida. - respondeu meu pai, levantando-se para me cumprimentar - Só esperando você para começarmos. E a Bia, sempre tão ocupada no hospital, encontrou um tempinho para estar aqui também.

As conversas durante o almoço começaram de maneira leve. Falamos sobre coisas triviais, como o clima e os planos para a semana. Beatriz contou sobre uma nova técnica que estava aprendendo no hospital, e meus pais ouviram com interesse.

No entanto, o rumo da conversa começou a mudar quando meu pai, após um gole de vinho, virou-se para mim com um olhar inquisitivo.

- Então, Livia, como está indo sua carreira? - perguntou ele, com um tom que parecia genuíno, mas que eu conhecia bem o suficiente para saber que havia uma expectativa subjacente.

- Está indo bem. - respondi, tentando soar otimista - Recentemente, houveram alguns jogos interessantes, e o trabalho tem sido desafiador, mas gratificante.

Minha mãe interrompeu, com um sorriso que parecia forçado.

- Ah, sim, claro. Mas... você já considerou algo mais... seguro? Algo que possa oferecer mais estabilidade? - ela perguntou, seu tom sugerindo que não acreditava que o futebol fosse uma carreira confiável.

Eu engoli em seco, tentando controlar a frustração que começava a surgir.

- Mãe, não é só sobre estar em um time. Eu sou uma das repórteres oficiais de um dos maiores clubes do Brasil. - tentei explicar - Isso é um reconhecimento importante no meu campo.

Meu pai levantou uma sobrancelha, como se a minha tentativa de justificar o meu trabalho não fosse suficiente.

- Sim, mas não seria melhor se você tivesse uma profissão com um futuro mais... garantido? Algo como engenharia, por exemplo? - ele disse, voltando-se para Beatriz com um olhar de aprovação - Olha só pra sua irmã, fez uma excelente escolha com a medicina. É uma profissão que realmente faz a diferença.

Meu Eterno Camisa 27 | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora