29 - Fim de Paciência

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~Pov Livia~

O apito inicial do jogo ecoou pelo estádio, e eu me posicionei com a câmera em mãos, como sempre. 

Tentava focar na minha tarefa, mas sabia que, no fundo, meus olhos seguiam cada movimento de Richard. Ele estava em campo, centrado, e sua energia parecia mais forte do que eu lembrava.

O primeiro tempo começou intenso, com a equipe adversária pressionando muito. 

A defesa do Palmeiras estava impecável, bloqueando diversos chutes perigosos. Minha lente seguia os movimentos do time pelo gramado, e, a cada toque na bola, meu coração disparava um pouco mais. 

Aos 20 minutos, uma jogada rápida pelo lado direito quase resultou em um gol para o time adversário, mas Rios interceptou o passe com perfeição, lançando um contra-ataque fulminante. O estádio explodiu em gritos de entusiasmo. As câmeras clicavam freneticamente, mas meus olhos não podiam desviar dele. Era impossível não notar o quão bem ele estava jogando.

No final do primeiro tempo, o placar ainda estava 0 a 0, e o jogo parecia apertado. 

Na pausa, consegui trocar olhares rápidos com meu namorado à distância. Ele sorriu de leve, sem disfarçar o olhar determinado.

Quando o segundo tempo começou, o ritmo estava ainda mais frenético. Aos 30 minutos, surgiu a oportunidade para o verdão. Em uma jogada perfeita, Richard recebeu um passe longo de Caio. Ele dominou a bola no peito e avançou, driblando o zagueiro com facilidade. 

Eu me levantei, a câmera já em mãos, pronta para fotografar  o que seria um possível gol.

Ele olhou para o goleiro, mas, antes de finalizar, seus olhos encontraram os meus na lateral do campo. Com um toque preciso, ele chutou, e a bola encontrou o fundo da rede. A explosão da torcida foi ensurdecedora.

O camisa 27 correu em minha direção, os olhos fixos nos meus. Ele parou bem na minha frente, apontando diretamente para mim. Formou um coração com as mãos e, em meio ao barulho, eu pude ler seus lábios: "Eu te amo". Meu coração acelerou, e uma onda de emoção me atingiu com força. A câmera que eu segurava tremia, mas consegui capturar o momento.

Ele sorriu, ainda olhando pra mim, e o time inteiro correu para abraçá-lo. 

Assim que a partida acabou e os jogadores começaram a sair do campo, fui ao encontro do Colombiano. Richard ainda estava tomado pela adrenalina, mas quando me viu, caminhou direto na minha direção, sem desviar o olhar.

- Você viu? - ele perguntou, com o sorriso ainda estampado no rosto, as mãos em minha cintura.

- Vi. - respondi, sentindo meu rosto corar ao lembrar da cena - Foi incrível, Colômbia.

Ele se aproximou mais, a respiração ainda ofegante, e me puxou para um abraço, aquele gesto que eu sempre desejava que durasse para sempre.

- O gol foi pra você. - ele murmurou contra meu cabelo, e pude sentir o sorriso em sua voz - E eu não tava brincando, Campos. Eu te amo... muito.

Meus olhos se fecharam por um momento, absorvendo tudo aquilo. 

Eu estava tentando processar o que ele tinha acabado de dizer, mas as palavras dele ecoavam na minha mente, aquecendo meu coração de um jeito que eu não conseguia descrever.

- Eu também te amo. - respondi baixinho, ainda meio boba, mas com a certeza que vinha de dentro.

Ele se afastou um pouco, os olhos brilhando.

- Eu preciso ir pro vestiário arrumar minhas coisas. - ele disse, com uma expressão de desculpa - Mas me espera aqui, tá? A gente se fala antes de eu ir embora.

Assenti, ainda sorrindo.

- Claro. Eu te espero.

Ele me deu um último beijo na testa e correu para o vestiário, deixando-me sozinha com meus pensamentos e as fotos que tinha acabado de capturar.

Mas logo minha paz foi interrompida.

- Bom te ver de novo, Livia. - uma voz conhecida soou às minhas costas.

Me virei devagar, encontrando a figura de Nicole. 

O sorriso era artificial, mas o que me pegou mesmo foi o olhar afiado, cheio de segundas intenções. Eu sabia que aquilo estava bem longe de ser um simples "papo amigável".

- Nicole. - eu mantive a postura firme, mesmo que meu coração estivesse acelerado por outro motivo agora.

- Parece que você não está mais... como foi que você disse mesmo? Ah, sim. Esbarrando em portas de armários? - o tom dela era simpático, mas carregado de sarcasmo.

Senti meu sangue ferver por dentro. Aquela referência ao passado me pegou desprevenida.

- É, parece que sim. - respondi, mantendo o tom frio, mas com um toque de desafio - Richard me ajudou com isso.

Os olhos dela estreitaram por um segundo, e eu soube que havia atingido um ponto sensível. Ela tentou recuperar a postura, mas o sorriso dela vacilou.

- Ah, claro. Richard é ótimo em salvar pessoas, não é? - comentou, a falsidade transbordando de cada palavra.

Estava me segurando para não voar no pescoço daquela baranga.

- Eu achei que você tinha entendido da última vez que conversamos. - ela continuou, agora com um olhar quase piedoso - Ficar longe do Richard era o melhor pra ele. Eu só quis poupar você de mais dor. Mas... - ela me analisou de cima a baixo - Parece que você não ouviu meus conselhos.

A cada palavra dita pela Colombiana, sentia minha paciência se esvaindo.

- Eu agradeço a sua preocupação, mas não preciso dos seus conselhos, Nicole. - rebati, sem tirar os olhos dela - Eu e o Richard estamos bem.

Ela soltou uma risada seca, como se achasse graça da minha confiança.

- Isso é o que você pensa, querida. Mas... - ela se inclinou um pouco para frente, a voz baixa e carregada de raiva e inveja - Isso vai durar até eu voltar pra vida dele. Aí você perde esse "relacionamento" tão rápido que nem vai saber o que aconteceu. Tudo uma quetão de tempo.

Antes que eu percebesse, minha mão se moveu. 

O som do tapa ecoou, silenciando qualquer resposta que ela pudesse dar. O olhar de surpresa dela me deu uma sensação de satisfação momentânea.

Nicole levou a mão ao rosto, incrédula, e eu mantive o olhar firme, meu corpo tenso. Aquele tapa não foi planejado, mas depois de tudo que ela havia feito, eu sabia que ela merecia.

- Escuta aqui, Nicole. - minha voz saiu firme e baixa, o suficiente para que ela soubesse que eu estava falando sério - É melhor você ficar bem longe do Richard. Ele é meu namorado. E se eu sequer vir você perto dele, juro que faço da sua vida um inferno.

Ela piscou, surpresa, mas depois soltou uma risadinha.

- Um inferno? Você? - ela debochou, como se eu não fosse capaz de cumprir a ameaça.

Mas eu estava. E ela não queria descobrir isso.

- Não duvide de mim. - dei um passo à frente, o rosto dela agora a poucos centímetros do meu - Você não quer saber até onde eu posso ir para proteger o que é meu.

Nicole me olhou por um longo momento, e vi a hesitação em seus olhos. Ela estava começando a entender que eu não estava brincando.

Eita que a nossa menina finalmente reagiu!
Acham que a Nicole mereceu? Acham que foi exagero da Livia, ou foi até pouco?

E , gostaram do capítulo? Foi cheio de emoções e reviravoltas hein kkk.

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Amo vocês! ❤️

Meu Eterno Camisa 27 | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora