40 - Brasileirão

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~Pov Livia~

Três meses.

Já se passaram três meses desde a proposta do PSG, e, surpreendentemente, Richard e eu não falamos mais sobre isso. É como se ambos tivéssemos decidido evitar o assunto, esperando que, de alguma forma, tudo se resolvesse sozinho. Era a nossa forma de escapar da realidade, de fingir que tínhamos tempo e controle.

Continuamos a compartilhar nossos dias, nossas noites, cada detalhe da nossa rotina. Rich sempre intenso em tudo o que fazia, e eu me vi envolvida nesse ritmo, como se fôssemos dois corpos em perfeita sintonia. Estar ao lado dele era como viver em um filme; cada toque, cada olhar, cada palavra parecia ter mais significado, mais profundidade.

Hoje, partida final do Brasileirão, e eu estava posicionada na linha lateral do campo, com minha câmera pronta e o coração batendo acelerado. O Palmeiras precisava dessa vitória para conquistar o título, e o estádio estava lotado, a torcida vibrava com a expectativa de ver seu time erguer a taça.

O clima estava tenso, quase palpável. Palmeiras e Fluminense se enfrentavam em um duelo que prometia ser inesquecível. Desde o apito inicial, ambos os times jogavam com garra, como se cada segundo valesse uma eternidade. Meus olhos estavam sempre no campo, mas principalmente no meu Colombiano.

Ele parecia estar em seu próprio mundo, concentrado e determinado. As expressões de seu rosto variavam entre a seriedade e a pura paixão, e era difícil não sentir meu coração acelerar a cada toque dele na bola.

Na linha lateral, eu me movia para capturar os melhores ângulos. O vento batia no meu rosto, e eu sentia a energia vibrante do estádio pulsar dentro de mim. Por um instante, esqueci meu trabalho e me deixei envolver pela atmosfera, deixando meu olhar se fixar em Rios. Ele parecia uma força da natureza, como se estivesse destinado a vencer, a triunfar.

Aos 30 minutos do primeiro tempo, houve um lance perigoso do Fluminense.

O atacante deles avançou com velocidade, e o estádio inteiro prendeu a respiração quando ele ficou cara a cara com o goleiro do Palmeiras. Mas em um ato heroico, Piquerez se jogou na frente da bola e evitou o que parecia um gol certo.

- Boa Joaco! - gritei sem perceber, capturando o momento perfeito em minha câmera. A tensão aumentava, mas eu sabia que o meu time faria algo grandioso. Eles sempre faziam.

~Pov Richard~

O apito soou, e voltamos para o vestiário.

A tensão era tangível ali dentro, todos respirando pesado, os rostos brilhando de suor e exaustão. Abel falava animadamente, gesticulando e apontando para o quadro tático, buscando motivar o time e ajustar os detalhes finais. Eu estava sentado, tentando recuperar o fôlego, quando senti uma mão tocar meu ombro. Era Veiga.

- E aí, Colombinha, tá preparado para marcar o gol da vitória? - ele perguntou, com aquele sorriso que sempre tinha nos momentos mais decisivos. Havia um certo brilho nos olhos dele, como se ele soubesse de algo que eu não sabia.

- Se não for eu, vai ser você, né? - respondi, tentando aliviar a tensão com um sorriso, porém meu coração estava acelerado de nervosismo - Mas a gente vai ganhar isso, cara. Por nós, pela torcida, por tudo que passamos até aqui.

Rapha assentiu, mas não me soltou. Em vez disso, inclinou-se um pouco mais, baixando a voz.

- E depois, Richard? Quando tudo acabar hoje... o que você vai fazer sobre o PSG?

Senti meu estômago revirar, como se todas as emoções dos últimos três meses desabassem sobre mim de uma só vez.

- Eu... não sei, cara. Não tenho pensado muito nisso.

Meu Eterno Camisa 27 | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora