37 - Ecos do Passado

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~Pov Richard~

Ele estava parado na entrada do bar, o corpo tenso, os olhos fixos na Livia com uma intensidade que me fez querer me levantar imediatamente.

Uma onda de raiva subiu pelo meu corpo, cada músculo se preparando instintivamente para um possível confronto. Ele não tinha o direito de estar ali, não depois do que fez com ela.

Eu não sabia o que ele queria, mas já tinha passado dos limites só de aparecer.

A última vez que vi o desgraçado foi na noite que ele apareceu no apartamento da minha namorada, e só o pensamento do que aconteceu naquela noite já me fazia querer socar a cara dele, coisa que eu ainda não tinha feito.

Naquele momento, eu não poderia causar uma cena no meio do bar, com a Campos se apresentando. Ela não merecia que nada desse errado hoje. Mas também não podia deixar Gabriel ali, perto dela. 

Com passos firmes e rápidos, me aproximei dele, as mãos já fechadas, controlando a respiração para não perder a cabeça de vez.

- O que você tá fazendo aqui? - perguntei, mantendo a voz baixa, me posicionando de frente para ele, bloqueando qualquer visão que pudesse ter de Livia no palco.

Gabriel me olhou, e um sorriso de canto, aquele sorriso debochado que eu odiava, surgiu em seu rosto.

- Só curtindo o show, Rios. - ele respondeu, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ignorando o fato de que, se dependesse de mim, ele estaria com a cara no chão em segundos.

- Não hoje. - eu afirmei, dando um passo à frente, reduzindo ainda mais o espaço entre nós - Você vai sair daqui. Agora.

Ele soltou uma risada curta, um som que me fez querer partir para cima dele ali mesmo. Mas me controlei.

- Não sabia que você era o segurança dela agora. - Gabriel provocou, a voz escorrendo uma superioridade que ele não tinha.

- Eu não vou falar de novo. - ameacei, com a mandíbula travada, sentindo o ódio crescer.

O rapaz deu um passo em minha direção, o sorriso sumindo do rosto.

- O que você vai fazer, hein? - sibilou, seu rosto a poucos centímetros do meu - Vai bater em mim na frente de todo mundo?

Sabia que era isso que ele queria, que eu perdesse a cabeça ali dentro. Mas eu era mais inteligente que isso.

- Me segue. - disse friamente, virando as costas e caminhando em direção à porta lateral do bar, onde poucos iam. Sabia que ele seguiria, era exatamente o que eu queria.

O som da música foi ficando para trás enquanto caminhávamos para o lado de fora, o ar mais frio da noite me atingindo em cheio quando finalmente cheguei ao beco ao lado do bar.

Eu podia ouvir os passos dele atrás de mim, pesados, cheios de intenção.

Assim que chegamos a uma área mais isolada, me virei rapidamente, o punho já fechado e o primeiro soco foi direto no estômago dele. Gabriel se dobrou imediatamente, o som de sua respiração escapando com o impacto.

- Isso é por cada maldita vez que você fez a vida dela um inferno. - rosnei, pegando-o pelo colarinho da camisa e o jogando contra a parede.

Um segundo soco atingiu o rosto dele, seguido de um terceiro, que fez o sangue escorrer de sua boca.

- Isso, é por cada vez que você encostou nela. - falei, o ódio presente tanto na minha voz, quanto na força dos golpes.

Ele tentou levantar a mão para se defender, mas eu o empurrei de novo contra a parede, segurando sua camisa com força. Minha respiração estava pesada, os dedos latejando com a força dos socos.

Meu Eterno Camisa 27 | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora