Fomos recebidos com abraços e beijos, mas foi aí que tudo começou a andar muito rápido. Eu não vi o rosto do entrevistador antes de começar o programa e isso não me assustava, afinal, já tinha visto seu rosto algumas vezes em alguns programas de TV. O que não me consolava era que aquele programa era ao vivo.
Estava sentada no camarim, temendo soar e borrar a maquiagem. Algumas meninas a retocaram, e me fizeram algumas perguntas.Daivy conversava comigo. O impressionante era que ele não estava nervoso, talvez porque ele não falaria em público, ao menos se a pergunta fosse direcionada a ele.
Eu tirei algumas fotos, guardando aquelas cenas na minha cabeça para repassar quando fosse dormir.
O camarim era todo vermelho, com um punhado de poltronas confortáveis ao extremo e cheio de acessórios dispostos aos apresentadores.
Havia vários espelhos nas paredes e algumas cabines. Era um lugar mágico.- Gostei bastante daqui. - Comentei para Daivy.
- Eu também. - Sorriu. Ainda não havia me acostumado com a beleza impressionante e natural dele. Como eu disse, Daivy era asiático e seu rostinho pequeno dava-lhe um ar de inocência.
- O que...- Fui interrompida de falar quando a acessora do programa nos chamou.
- Rebeca Garcia? - Me coloquei de pé. - Sua vez, minha querida! Quero que saiba que o programa não é um bicho de sete cabeças e que você pode se tranquilizar. Vejo que está com seu acessor, ótimo! Ao subir, pode se sentar numa das poltronas e esperar Andrew dirigir as perguntas a você. - Ela dizia tudo muito rápido. Seu inglês era perfeito. Tentei lembrar daquele sotaque, mas não o identifiquei. - Ah, lembrando que há outros famosos iguais a você lá e que também terão seu momento. De agora em diante, você será conhecida como Rebeca Garcia e não por a irmã de Alex. No mais, é isso! Boa sorte e venha comigo! - Olhei para Daivy e dei um sorrisinho amarelo.
Eram regras demais e ela falou tudo muito rápido, o que ficou pior ainda.
Fui na frente, acompanhando a moça que ia apressada.
Caminhamos por um corredor chique e completamente branco, antes de entrarmos em uma porta e subir uma escadinha. Gelei quando vi que meus saltos eram altos demais e eu temia cair.
Comecei tropeçar no último degrau, mas senti a mão de Daivy nas minhas costas, me ajudando a manter o equilíbrio. Seja lá o que aconteceu, passou despercebido pela plateia pequena que nos esperávamos.- Sorria. - Ele sussurrou no meu ouvido e eu sorri o mais perfeito possível.
Com as mãos nas minhas costas, eu e Daivy adentramos o programa, sentando-nos em duas poltronas com plaquinha com nossos nomes.
O público era pequeno, mas ainda sim, me deixava nervosa. O apresentador listou nossos nomes e começou a conversar com o público e também chamando o nome dos outros que seriam entrevistados também.
Havia vários monitores apontados para nossas direções e alguns cinegrafistas espalhados nos cantos. Daivy parecia relaxado ao meu lado e queria passar esta mesma impressão.Logo, dois rapazes entraram e também duas moças que eu não fazia ideia de quem seria. Nunca tinha visto seus nomes antes.
O pior de tudo era que eu seria a primeira da noite e temia as perguntas. Minhas pernas cruzadas me davam o ar de seriedade e a todo momento eu tentava não fazer caretas com aquelas luzes em meu rosto.Foi aí que Andrew, o apresentador caminhou na minha direção.
- Olá, senhorita Garcia. Boa noite! - Falou no microfone. Todos nós tínhamos um pequeno microfone um pouco abaixo do nosso queixo.
- Olá, Andrew, boa noite! - Falei. Minha voz saiu meio rouca e séria, mas era melhor do que sair fina demais.
- Você é a garota mais jovem de todo Chicago a administrar um estúdio de dança famoso com tão pouca idade. Como se sente sabendo disso? - Pergunta fácil. Pelo cronograma, seria uma pergunta para cada. O apresentador se sentou ao meu lado e me encarou. Olhei para o público e falei:
- Isso me assusta um pouco. Veja bem: Eu tenho apenas dezoito anos, é muita pressão em cima de mim, mas continuo porque eu realmente gosto disso. Meu estúdio está sendo reconhecido agora e isso é muito bom para mim. A dança é uma coisa que me inspira, me liberta e ensinar a arte da dança a outras pessoas é ainda melhor. Não estou dizendo que a tarefa toda é fácil, não mesmo, é um fardo pesado, que poucos conseguem suportar. - Falei, contente por ter elaborado tão bem uma frase.
- Imagino que seja mesmo. Perdoe-me, você é o acessor dela? - Se dirigiu a Daivy.
- Sou sim, Daivy Hobert. - Deu um sorriso de lado e as moças na plateia deram sorrisinhos.
- As moças gostaram. - Tinham mesmo. - Rebeca, se dirija até o painel e aguarde os demais. Daivy, espere-a aqui. - Assim, me levantei e tentei caminhar o mais elegante até o painel.
O pior era ter que ficar em pé, mas eu aguentei. Notei os rapazes lançarem olhares furtivos em minha direção, os quais eu ignorei completamente.
Fiquei em pé só rindo baixinho e analisando as respostas das outras garotas até todos estarem ao meu lado, prontos para as cinco perguntas mais bombásticas e feitas pelos usuários do telegram. Ali dentro poderia ter de tudo, inclusive perguntas invadindo sua privacidade.
Minha sorte era de que, como fui a primeira, logo seria a última. Por dentro eu estava morrendo de medo de sair coisas que eu não queria que os outros soubessem.
Ali poderia ter cinco perguntas que poderiam acabar comigo.As perguntas dos outros tinha a ver com namoro e família.
- Rebeca, se prepare! - Andrew brincou, com um envelope na mão. - No telão diz: "Você teria uma cunhada misteriosa ou não?" - Respirei fundo.
- Para ser sincera, achei que tinha a ver comigo e não com o meu irmão, mas respondendo a pergunta, eu tenho quase certeza que sim! - Enrolei uma mecha do meu cabelo. Talvez só assim as garotas deixariam meu irmão em paz, mesmo que ele me mataria quando eu chegasse em casa. - Bom, ele ainda não me revelou nada, mas espero postar uma foto com ela algum dia desses. - Sorrio. Ótimo, o meu alvo eu atingi.
- Nooossa! Uma cidade inteira dormirá de coração partido esta noite. - Gargalhei.
Minha primeira pergunta não me surpreendeu. As perguntas dos outros foram acontecendo, até chegar a minha vez novamente.
- Rebeca, você está apaixonada? Ou está se apaixonando por alguém? - Meu coração bateu acelerado. Como eu responderia aquela pergunta? Ainda bem que eu já vinha me preparando para aquilo e meio que já tinha uma base.
- Não mesmo. Meu coração é terra que ninguém pisa. - Confessei. - Levantei a bandeira branca faz algum tempo.
A plateia explodiu em murmúrios de lamento e eu engoli em seco.
- Ah é mesmo? E como você me explicaria isto? - Arregalei os olhos imediatamente quando apareceu várias imagens minhas no telão.
O telão se ascendeu com uma foto minha na academia e Adrien, estendendo uma flor para mim. Meu sorriso era notório, e algum bobão acharia que eu estava apaixonada.
Havia fotos em outros ângulos dele me ajudando nos exercícios e até mesmo uma que conversávamos fora da academia. Ao que parece, eu estava ligeiramente ferrada.***
Seguinte...
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Como Consertar Meu Coração.
Teen FictionA decepção é realidade frustrante de colocar ou criar expectativas e no final tudo dar errado. Rebeca perdeu o seu chão quando seu namorado a traiu com a sua melhor amiga. As decepções são inevitáveis. Por mais que ela fosse melhor, o melhor é sub...