6 - Ele não te merecia.

15 4 0
                                    

Eu realmente não tinha planos de falar aquilo para ela, mas quando pensei muito, já havia dito.
Contudo, se eu fosse ter uma amizade com ela algum dia, eu daria aquele conselho sempre que pudesse.

Nenhum garoto tem direito de machucar uma garota. Não do jeito que ele me machucou.

- Rebeca... - Ela olhou para mim com pena e eu comecei a chorar sem parar. A dor da traição era uma dor que eu nunca conseguiria suportar. Meu peito doía, como se nunca tivesse acostumado com aquela dor. - Oh meu Deus! Não chore!

- Eu... eu estou bem! - Limpei as lágrimas, quando ela fez menção de se levantar para me abraçar. - Eu realmente estou bem, Larissa.

- Você pode me chamar de Lari. - Fiz que sim e sequei todas as lágrimas. Era difícil não chorar todos os dias. Todos os dias algumas lágrimas eram derramadas porque eu me lembrava dele. - Eu não sei pelo que você passou, mas obrigada pelo conselho. Parece que eu... que eu precisava ouvir isso.

Eu esperei ela vir até mim, então nós duas nos abraçamos. Não sei quem precisava mais daquele abraço, se era eu, ou ela, mas aquilo não importava muito.

- Mani...- Nós duas nos afastamos quando Alex veio até a cozinha e nos pegou daquele jeito: Eu chorando, com os olhos vermelhos e Lari tentando me consolar. Senti sua preocupação, mas não disse nada. - Eu só queria ver se ainda tinha pizza.

- Nós comemos todas. - Eu falei e tentei sorrir. - Só se você comprar outra.

- Nem ferrando. Você quer me falir? - Dei uma risada e um soluço ao mesmo tempo. Fiquei vermelha de vergonha, então me levantei, com o intuito de sair correndo para o meu quarto.

- Até mais, Lari. - Dei tchau pra ela e sair andando.

Por mais que eu tentasse limpar aquelas lágrimas, mais difícil ficava.
Enquanto ia passando pela sala, percebi que o Adrien ainda estava lá sentado e ouvi ele murmurando um palavrão, mas não entendi muito bem. Estava passando silenciosamente, pois, tudo que eu menos queria era que ele me visse chorando, mas quando ia colocando o pé na escada, ele olhou para onde eu estava e me viu.

Notei ele me analisar. Ele estava me olhando daquele jeito de novo. Como se fosse me ler, como se eu fosse um livro aberto.

Na minha cabeça, eu lembrei das palavras de Lari: "As vezes, é difícil entender quando ele olha daquele jeito. Ou ele está interessado ou está te olhando mesmo." Foi mais ou menos assim as palavras dela.

Eu esperava muito que ele estivesse apenas me olhando mesmo, porque a intensidade daquele olhar me deixou derretida e eu queria olhar para outro lugar que não fosse os olhos dele.
Aqueles olhos escuros estavam me olhando, tão intenso que senti minhas bochechas arderem de vergonha.

- Ei...- Não dei chance dele dizer, porque ele estava olhando para minhas bochechas coradas do choro.

Subi as escadas correndo e entrei pro meu quarto. Tranquei a porta e me joguei na minha cama. Queria não deixar as lágrimas inundarem meu rosto, mas foi mais forte que eu.
Então, olhei para baixo, para toda a vista que eu tinha da cidade de Chicago. Aquela vista sempre me salvava de dias como aqueles.

Eu tinha dito que estava em busca da minha melhor versão, e realmente estava lutando por isso. Eu cuidava de mim, eu me mantinha ocupada, mas quando tocava no nome dele, eu me lembrava de tudo o que vivemos.
As fotos que tínhamos, as quais eu apaguei naquele dia que levantei dessa cama e decidi que ia mudar; e tudo que eu gostava. A maioria daquelas cenas tinha sumido da minha mente, mas outras insistiam em ficar
como se eu não tivesse tentando expulsá-las todos os dias da minha mente.

Como Consertar Meu Coração.Onde histórias criam vida. Descubra agora