GINA

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— Bom, não vamos falar sobre a noite passada, mas confesso que gostei bastante. Só espero que o Tom não descubra. E falando nele, na noite seguinte, fui até a casa dele e me deparei com ele saindo de casa. Como investigadora, não sou boba, fui atrás e o segui. Percebi que ele chegou na casa de uma mulher, uma mulher de cabelos ruivos e pele clara. Ela realmente era muito bonita, mas não se comparava a mim, claro.

— Como assim? O que ele tá fazendo dentro da casa dela?! — exclamei, furiosa. Ele entrou e ficou lá por um bom tempo, cerca de duas horas. Liguei para o Bill para perguntar se ele sabia de alguma coisa, e ele me confirmou que conhecia a mulher e que eles iriam ficar naquela noite. Ela se chamava Gina.

— Filho da puta! Como ele pode?! — digo enfurecida ao telefone.

— De o troco nele, dorme comigo essa noite — sugere Bill, tentando me animar.

— Não será necessário, Bill. Ele vai ter o que merece — desligo o telefone na cara dele.

— Como ele pode? Ele acha que pode fazer essas barbaridades comigo? Mas ele vai ter o que merece. Então me arrumei, coloquei uma lingerie bem sensual e fui esperar na casa dele, sentada em uma poltrona. Eu aguardava no escuro, apenas com um abajur ligado. Não demorou muito para que o vagabundo aparecesse. Ele entrou pela porta principal e acendeu a luz da sala.

— Puta que pariu, Sofia! Que susto! Quer me matar do coração? O que você está fazendo na minha casa? — diz ele, surpreso ao me ver parada, encarando-o seriamente.

— Você faz eu me sentir uma idiota esperando por você — respondo, com a voz firme.

— O que você está fazendo na minha casa? — pergunta Tom, ainda confuso.

— Eu te esperei a noite inteira para você me trair com uma vagabunda! Quem é a Gina e o que você estava fazendo na casa dela? — exijo saber.

— Como você ficou sabendo? Quem te falou isso? — pergunta Tom, tentando se desvencilhar.

— Não precisei de ninguém para me contar. Você acha isso certo? Porque se eu pegasse na mão de outro, você ia me matar e matar o outro! E agora, porque você é homem, você pode ficar com outras garotas? — digo, o olhar desafiador.

— Sofia, me desculpe! — diz ele, tentando se aproximar.

— Você está entendendo? Eu não quero outras garotas tocando em você! Só eu posso! — enfatizo.

— Eu errei, me perdoe, amor — diz Tom, com um tom de arrependimento.

— Você não dá valor ao que tem até perder, meu amor! Então diga que me ama novamente! — exijo.

— Eu nunca disse que deixei de te amar. Eu te amo! — responde ele, sincero.

— Se amor para você é me tratar desse jeito, ok, né? — retruco, cruzando os braços.

— Podemos esquecer isso? — diz ele, se jogando para cima de mim, com a intenção de dormir comigo.

— Nada disso! Você está de castigo hoje! Já teve o que queria. Agora só observe, porque você não vai me tocar hoje! — digo, empurrando-o.

— Poxa vida, eu já pedi desculpa! — reclama Tom.

— Desculpas não vão voltar no tempo. Mas eu te desculpo. Fique em paz. Só que se eu descobrir que você está tocando outra garota de novo, eu mato você e a vagabunda! Só eu posso encostar em você, tá me escutando? — afirmo, com firmeza.

— Eu nunca te vi tão brava! — diz Tom, surpreso.

— Você não viu nada! Só não desapareço porque preciso de um criminoso que me ame melhor do que os outros, que sempre me perdoe, que me acompanhe ou morra comigo! — digo, olhando bem nos olhos dele.

— Você só não some porque sabe que eu te acho! — provoca Tom, com um leve sorriso.

— Te amo! — digo, dando um selinho nele.

— Também... — responde Tom, um sorriso satisfeito no rosto.

CAMINHO DO CRIME [Reescrita]Onde histórias criam vida. Descubra agora