Storm Announced

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Por alguns indescritíveis e incontáveis segundos, Carina se esqueceu do que estava fazendo ali. Se esqueceu da dor que sentia. Se esqueceu de absolutamente tudo e principalmente de como respirar, no exato instante que fora salva de sua queda iminente.

Sua surpresa não era somente devido ao fato de não ter esborrachado a cara no chão, graças a ela.

Algo ainda mais impressionante a surpreendeu.

A intensa sensação de confiança, firmeza, segurança e adrenalina que ela experimentava ali, nos braços de Maya, era algo totalmente novo, nunca antes provado por ela.

Apesar de suas peles não se tocarem efetivamente, já que ambas estavam de luvas e sobretudos, a eletricidade da menção ao toque foi completamente inevitável e um tanto irresistível.

Ela ansiava por aquilo? ''Era só o que faltava!'', Carina pensou, já se repreendendo. Maya a segurou num timing perfeito, colocando uma das mãos na base de sua coluna e a outra mais em cima, no topo de suas costas.

''Puta merda!''

A atmosfera que envolvia as duas fez um calor se espalhar pelo corpo de Carina e ela podia jurar que sentia uma energia poderosa e pulsante irradiando daquela mulher inacreditável.

O contato mais incisivo e abruptamente mais íntimo provocou em Carina uma reação visceral ao toque dela, deixando—a sem fôlego. Até a pressão daqueles dedos firmes era precisa e reconfortante, só não podia ser comparada ao cheiro dela...

''Meu Deus do céu''.

O perfume que exalava de Maya era inebriante e singular, único. Não era colônia, mas sim uma fragrância natural, pura e límpida, como a ar depois de uma tempestade, invadindo os sentidos de Carina.

''Delicioso''...

''O que? Não seja ridícula DeLuca!!''

A realidade surreal que envolvia sua orientadora ficava cada vez mais torturante e Carina lutava contra a vontade de inspirar profundamente aquele aroma.

Aquele breve e inesperado momento evidenciou a percepção de que algo totalmente incomum estava acontecendo ali – ou poderia acontecer — e, Carina não sabia explicar exatamente o porquê, mas sentia que essa exótica sensação era compartilhada entre elas.

Uma espécie de anúncio, talvez

''?''.

A lógica e a razão de Carina gritavam e insistiam em dizer que aquele turbilhão de sensações nada mais era do que o reflexo da profunda e extrema admiração que passara a nutrir ainda mais por Maya Bishop.

Para resumir muito a lista de fatores excepcionais naquela mulher, sua beleza inverossímil, inteligência ímpar, personalidade altiva e magnética e até mesmo esse maldito ''ar'' sobrenatural e misterioso, eram a combinação perfeita para fazer qualquer mero mortal perder o juízo e literalmente babar por ela.

Sua razão também esbravejava para que ela mantivesse o controle e a compostura, claro, por um milhão de móvitos!

''Sua professora! Você tem namorada! Que loucura é essa?? Cacete!'''

Todas aquelas sensações e desejos eram de um absurdo total e impossíveis de serem extravasados, contudo, Carina tinha como forte traço de personalidade deixar suas emoções virem à tona e dar vazão à elas de vez em quando.

Até a paixão que imprimia em tudo que almejava era sua marca registrada. Nos braços da sua orientadora, naquele momento, estabeleceu—se um poderoso conflito interno dentro dela.

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