Sacrifices (Part 3)

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— Essa Misty é realmente bastante presunçosa, não é mesmo? – Carina fechou a transcrição momentaneamente enquanto encarava Maya, que possuía uma expressão de surpresa e ao mesmo tempo parecia estar ofendida.

— Por que você diz isso?

— Primeiro veja tudo o que ela fez a mãe passar! A propósito, eu já disse o quanto a Kath é fascinante? — Pelo menos umas três vezes desde que começou a ler! – Maya cruzou os braços e as pernas e se recostou na espreguiçadeira logo a frente da de Carina.

Ambas estavam na varanda privativa de seu bangalô e há horas a morena estava debruçada sobre a leitura da transcrição do diário de Sofia Fasano. Tendo, por vezes, lido trechos em voz alta, levando Maya a experimentar novas e ainda mais surreais sensações sobre aquelas memórias.

— Eu tenho essa sensação estranha de que se eu a conhecesse, a adoraria. Sabe como é? A Katherine Calhoun vai muito além do que eu poderia imaginar e do que conseguir pesquisar sobre. – Carina explanava e gesticulava vividamente com as mãos e parecia suspirar sempre que se referia a Kath. – Definitivamente deve ter sido uma experiência única ter convivido com ela e fica fácil para mim compreender o que a Sofia sentia por ela. – Recostou-se com o livro contra o peito. – Já essa Misty... – Maya empertigou-se em sua cadeira e mordeu o lábio inferior com os olhos arregalados. – Confesso que não sei o que a Sofia viu nela.

— Mas Cari... Você leu por tudo o que a Misty passou! – Soava estranho para ela referir-se a si mesma na terceira pessoa. Nunca havia feito aquilo em toda a sua existência. – Suas perdas, e as pressões que foram impostas a ela... – Tentava defender a si mesma, contudo não podia negar que, naquela época, ela era uma pessoa ainda mais difícil que atualmente e que o egoísmo era parte marcante de sua personalidade. – Bom, peço que tenha um pouco de paciência com a Misty. Assim como a Sofia teve, e continue com a sua leitura. – A morena a olhou com uma das sobrancelhas erguidas e fez um pequeno biquinho. Sua clássica expressão quando parecia duvidar de algo. Mas a leitura estava sendo tão fascinante que não seria esforço algum seguir o conselho de sua amada.

— Mas bambina, tem certeza de que queres que eu continue lendo aqui e agora? – Abriu os braços e indicou a idílico hotel em que estavam. – Pensei que esse final de semana seria para ficarmos juntas.

— Cari... – Levantou-se e se sentou ao lado dela, aproveitando o espaço largo e confortável da espreguiçadeira dela. – Eu falei para você que tenho coisas importantíssimas e delicadas para lhe contar acerca da Ordem e da minha história. – Carina concordou com um aceno de cabeça.

— E que tudo isso também se faz necessário para que possas vir a fazer parte da Ordem. – Os olhos da morena brilharam com aquela informação.

Desde que aquela possibilidade se fez real, ela mal conseguia se conter de tanta excitação. Aninhou-se entre as longas pernas de Maya, recostando-se sobre o abdômen dela, permitindo que aquela posição se possibilita que ambas lessem juntas. A loura presumiu que, com a velocidade que Carina devorava o livro, ela concluiria a leitura até o final do domingo e isso lhe daria tempo de lhe contar tudo o que precisava naquele momento.

— Muito bem. – Voltou a abrir o livro. — Onde você parou? – A loura a questionou.

— A Sofia havia acabado de chegar à mansão da Kath, após sair do hospital. – Ela buscava aquela página exata.

— Cari, você sabia que já esteve na mansão Calhoun? – Maya disse e olhou para baixo, buscando os olhos dela que também buscaram os seus.

— Você quer dizer... – Ela nem concluiu a frase, pois Maya anuiu com a cabeça enquanto sorria docemente.

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