Carina arrumava sua bagagem e separava uma roupa para a viagem de volta para Paris sob a atenta e chateada observação de Kath, que estava considerando desnecessária e precoce a ida dela, uma vez que havia acabado de chegar e, segundo a menina, elas precisavam se conhecer ainda mais.
— Maya, me diz por que eu não posso ir com vocês? – A menina suplicou para Maya, que acabara de retornar a seu quarto e se compadecia da angústia da pequena.
— Porque nós teremos muitas coisas de gente grande para resolver. – Usou a desculpa mais fajuta possível e isso ficou claro pelo olhar reprovador que recebeu de Carina. – Além do mais, você tem suas aulas que, segundo a S e as demais, estão indo muito bem. – A morena fez outro gesto, dessa vez aprovando o argumento. A menina cruzou seus braços e bufou.
— E a Carina tem mesmo de voltar? – Insistiu em seus questionamentos.
— Kath, eu adoraria passar mais tempo aqui com você e nesse lugar incrível. – Carina disse após erguê-la e colocá-la sentada na mesa de estudos. – E eu lhe prometo que retornarei o mais breve possível. – Olhou para Maya que concordou com um aceno de cabeça.
— E eu prometo que assim que tiveres uma folga em seu cronograma de estudos, virei buscá-la para passarmos um tempo em Paris. O que achas? – A loura aproximou-se e também se postou diante da criança.
Ela as olhou demoradamente e bastante pensativa.
— Eu não vou dizer que concordo, mas aceito! – Baixou seus ombrinhos. – Mas vou cobrar essas promessas ouviram? – Falou com o dedo em riste e bem próximo ao rosto de ambas. Elas riram da seriedade da menina, mas perceberam que havia sido um "delicioso" erro terem feito tais promessas. – Estou falando muito sério.
— É Maya... Não se deve prometer nada a crianças. – Carina disse sorrindo.
— Com licença... – Batidas na porta que estava aberta chamou a atenção das três – Eu vim buscar a Kath para aula da tarde. – Era uma das funcionárias da Fundação. A menina bateu sua mão em sua testa fingindo que havia esquecido da aula daquela tarde.
— Matemática né? – A moça anuiu positivamente a cabeça e a menina reviraram os olhos, causando uma gargalhada de Maya. Essa foi repreendida por Carina com uma cotovelada em suas costelas. Desceu a garota e a viu sair resmungando. – Mas nem pensem em ir embora sem antes se despedirem de mim. – Ela falou sob a soleira da porta e com o dedinho novamente erguido e duramente apontado para elas. As duas concordaram solenemente.
— Gente... Essa menina é sensacional! – Carina afirmou. – Jamais conheci uma criança como ela. – Pegou suas coisas e se dirigiu para o banheiro.
— Ela é única! – Maya concordou a seguindo.
Recostou-se no balcão de mármore e observou sua amada começar a se despir para o banho.
Contudo, não a observava com luxuria e desejo, pois sua cabeça estava repleta de problemas. Estava apenas tentando se convencer de que tudo ficaria bem, mesmo tendo de voltar para Paris.
— Vem tomar banho comigo? – Era mais um convite do que uma pergunta de Carina, que a olhava sugestivamente. A loura a encarou com intensidade e ternura e não quis resistir mais. Despiu-se em poucos instantes e entrou sob a ducha morna.
— Tudo bem mocinha, mas não podemos nos demorar. Nosso voo já está com horário marcado e as demais estarão a nossa espera em poucos minutos. – A envolveu pela cintura.
— Prometo me comportar. E... Se pensarmos bem, tomando banho juntas, estamos otimizando o tempo! – Disse com fingida inocência enquanto descia suas mãos ensaboadas pelas costas de Maya e acariciando a bunda dela.
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Deserve You
FanfictionReleitura da obra "A Ordem do Labrys: Crônicas da Herdeira" de "Juliana Lucena" "Não se aproxime demais ... é escuro aqui dentro." Uma das habilidades mais incríveis que o Tempo possui, é a capacidade de absolver ou amaldiçoar. Entretanto, ironicam...